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Cidade australiana é a primeira do mundo livre de garrafas plásticas

Lembra desta notícia de 2009?

Tudo começou quando uma empresa de engarrafamento de água solicitou aos órgãos públicos da pequena cidade de Bundanoon, próxima a Sidney, na Austrália, uma permissão para explorar o aquífero local. Porém, o que poderia ser mais um fato banal, comum em qualquer lugar do planeta, se tornou motivo de uma mobilização social que envolveu toda a comunidade e baniu a comercialização de águas em garrafas de plástico na cidade.

As primeiras reivindicações surgiram logo após a Norlex Holdings pedir uma autorização para extrair água de uma fonte local e levá-la para sua sede, em Sidney. Lá, a água seria engarrafada e enviada para diversos locais para ser comercializada – inclusive Bundanoon.

Foi então que os moradores da cidade começaram a protestar a permissão, pensando, a princípio, nos problemas que o aumento da circulação de ônibus e caminhões iria causar na cidade, conhecida pela sua tranquilidade. As discussões ganharam adeptos e amplitude e logo os moradores estavam questionando toda a logística do sistema, que faria a água sair e voltar para o mesmo lugar – só que dessa vez, paga e dentro de uma garrafa de plástico.

“Nós tomamos conhecimento, como uma comunidade, de tudo que se tratava a indústria da água”, disse em entrevista ao The New York Times, Huw Kingston – morador de Bundanoon. “Então, surgiu a ideia de que, se não queríamos ter uma planta de extração na nossa cidade, talvez a gente não devesse vender o produto final”, contou.

Assim, os habitantes da cidade se reuniram em uma assembleia e votaram uma medida que bania a comercialização de água em garrafas plásticas em Bundanoon. Dos 356 moradores presentes, apenas um se opôs a ideia. Eles ainda convenceram os comerciantes locais a pararem a venda de águas engarrafadas e a prefeitura a instalarem fontes e bebedouros em locais públicos. Como resultado, surgiu o movimento “Bundy On Tap” e Bundanoon tornou-se a primeira cidade do mundo livre de garrafas plásticas.

A adoção da medida é totalmente voluntária. Mas com o apoio do público, os seis grandes varejistas de alimentos da cidade concordaram em retirar a água engarrafada de suas prateleiras a partir de setembro. Para recuperar as suas perdas, eles planejam vender garrafas reutilizáveis que possam ser cheias nos bebedouros e distribuidores públicos.

“Trata-se também de algo moral, à medida que acaba sendo um trabalho de marketing maravilhoso da indústria de bebidas, vendendo algo que as pessoas podem ter de graça”, disse Kingston, que é dono de um café e de loja de bicicletas na cidade.

Além dos benefícios econômicos e da melhora na qualidade de vida da população, questões ambientais, como o alto gasto energético e de matéria-prima e substancias químicas utilizadas na produção das garrafas e suas consequências após o descarte, foram debatidas entre os moradores.

A medida ganhou destaque em todo o mundo. Centenas de jornais noticiaram a ação, que virou exemplo para outras cidades. O governo do estado australiano de Nova Gales do Sul, por exemplo, já anunciou que irá deixar de comprar água engarrafada e solicitou ao ministro do Meio Ambiente para incitar os outros estados a seguirem o exemplo.

“É um grupo de pessoas que foram capazes de se unir durante alguns meses e fizeram manchetes em todo o mundo. É simplesmente incrível”, disse outro morador da cidade, Peter Stewart. “Há muito orgulho na cidade”, concluiu.

Fonte – Portal EcoD de 25 de agosto de 2009

A cidadania muda o destino do planeta. O movimento pode começar tímido, mas quanto mais pessoas aderirem a qualquer causa, mais a causa fica conhecida e mais cidadãos se juntarão para resolver o problema. Quando pararmos de assistir novela e ficarmos tratando animais como filhos, pararmos com os dramas e deixarmos a superficialidade de lado, o planeta certamente se tornará um lugar melhor para vivermos.

Pense, una-se a outros que pensam igual, aja, reaja, pois sua passividade – vaca de presépio, consumidor escravo das corporações – está destruindo o planeta, tornando este um lugar impossível para os seres do amanhã viverem.

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