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Xanxerê em Santa Catarina reduz em 91% consumo de sacolas

Redução ocorreu depois que os mercados passaram a cobrar R$ 0,50 por pacote com sacos

Os habitantes de Xanxerê, no interior de Santa Catarina, foram mais longe na política de reduzir o consumo de sacolas plásticas. A cidade, com cerca de 42 mil habitantes, conseguiu cortar 91% do uso dos sacos desde abril de 2009, quando os supermercados passaram a cobrar pelas sacolas plásticas: R$ 0,50 por cada embalagem com cinco.

Xanxerê não tem lei que proíba o uso de sacos plásticos. A iniciativa para reduzir o consumo partiu da sociedade civil e começou com uma campanha da prefeitura local, informa o Ministério do Meio Ambiente. Anteriormente, eram usadas 1 milhão de sacolas por mês na cidade.

Ainda na onda ecológica, duas redes de supermercados Walmart e Carrefour aderiram à campanha “Saco é um Saco” do governo. O grupo Carrefour tem a meta mundial de zerar o uso de sacolas plásticas até 2015.

O diretor de sustentabilidade do Carrefour Brasil, Paulo Pianez, diz que a meta no país é reduzir 50% o uso das sacolinhas e, só em 2015, zerar o consumo. Pianez acredita que uma das dificuldades no projeto é driblar a “relação afetiva” que o brasileiro tem com a sacola e que, por isso, é preciso dar ao consumidor outras alternativas.

– O brasileiro usa sacola para lixo em casa, para guardar roupa molhada da academia, leva para praia. Não podemos retirar tudo e não mostrar opções. Temos que investir no consumo racional das sacolinhas, na reutilização delas.

O Walmart tem a meta de reduzir em 50% o consumo de sacolas até 2013. Em 2009, a redução foi de 10%, o que equivale a 50 milhões de sacolas plásticas. Outra ação do supermercado é pagar pela sacola (R$ 0,03), ou seja, dar um crédito para o consumidor que optar por não usar o saco plástico. O estabelecimento também fornece a sacola retornável.

Em vigor em todas as lojas do Nordeste e do Sul (286 unidades), o programa já tirou do meio ambiente mais de 12 milhões de sacolas e concedeu mais de R$ 360 mil em desconto para os clientes. Tudo isso para reduzir o consumo de sacolas pelo grupo, que é de 1,4 bilhões por ano.

Fonte – Caroline Carvalho, do R7 em 24 de janeiro de 2010

Foto –  michelle zn

O engraçado é que o MMA só ficou sabendo da iniciativa de Xanxerê por causa da FUNVERDE. Nós convidamos o pessoal da secretaria de meio ambiente e supermercadistas daquela cidade que tiveram a iniciativa de banir as sacolas plásticas de uso único de Xanxerê em primeiro de abril de 2009 – foi o primeiro município do país a banir as sacolas plásticas de uso único -, para contarem sua experiência no I fórum sobre sacolas plásticas que aconteceu no dia 30 de novembro de 2009 na ABRAS-SP Associação Brasileira de Supermercados,  fechando o ciclo de debates sobre varejo e consumo sustentável da FGV.

Foi hilário, porque a representante do MMA estava sentada ao lado da representante da prefeitura de Xanxerê e só falava de iniciativas no exterior, bláblábá, aquela coisa de tupiniquim, que só dá valor ao que vem de fora – até hoje eles, do MMA, ignoram a FUNVERDE, que iniciou a discussão sobre sacolas no país em 2005 e vem propondo leis, dando suporte aos municípios e estados que querem livrar das malditas sacolas plásticas e só para constar, o Minc até hoje não nos recebeu para ganhar de presente uma aula de como livrar o país dos plásticos – enfim, a senhora do MMA mostrando toda a incompetência do governo quanto ao assunto sacolas e pior, mostrando que eles não estão fazendo absolutamente nada para resolver este problema e não irão fazer nada, apenas as campanhas  ineficazes que vem desenvolvendo e nós da FUNVERDE sentado na primeira fila só rindo, porque sabíamos que ela iria passar vergonha rapidinho.

Daí sobe a representante de Xanxerê para contar como eles conseguiram se livrar das sacolas, depois vem o representante dos supermercadistas e a Sra. do MMA só ia abrindo cada vez mais a boca, atônita, por não ter absolutamente nenhum conhecimento do que estava acontecendo. Foi hilário, vocês precisavam estar lá para assistir o show que deu o pessoal de Xanxerê e a cara de pastel da representante do MMA. Ser ambientalista é uma missão sofrida, lutando contra tantos inimigos do planeta e contra tanta incompetencia do governo, mas também é uma missão muito, muito divertida.

A campanha saco é um saco é um saco, porque o governo tem que vir com leis e não com campanhas ineficazes como essa, que deixa o consumidor acomodado, acostumado com as sacolas decidir se quer ou não usar estas sacolas. Óbvio que o consumidor inconsequente continua usando as malditas sacolas plásticas de uso único, é cômodo. Por isso a FUNVERDE está fazendo o papel do governo ao propor leis e isso é uma vergonha para o MMA.

Mas vamos falar do Carrefour, WallMart e Pão de Açúcar, os três maiores usuários de sacolas plásticas do país.  Para se ter idéia do tamanho destes três, eles sozinhos distribuem mensalmente no país 450 mihões de sacolas plásticas de uso único, isso só na boca do caixa, porque eles utilizam duas vezes mais plástico antes do caixa – 900 milhões de sacos plásticos por mês – totalizando 1 bilhão e 350 milhões de sacolas jogado nos lixões no planeta a cada mês, que ficarão dando dor de cabeça para nossos descendentes por cinco séculos. Essa redução que eles dizem ter alcançado  não representa nada no mar de sacolas que eles distribuem, é só faz de conta.

Agora vem o representante do Carrefour falando de relação afetiva com a sacola, dar opções. Ah cara, estamos cansados disso, muita falação e pouca ação. Enquanto esses representantes dos grandes poluidores ficam falando água, bilhões de sacolas estão sendo distribuídas e os supermercadistas não querem assumir a responsabilidade pela logística reversa deste lixo, assim como a máfia do plástico só quer lucro sem responsabilidade.

Querem fazer alguma coisa, façam, porque essas três redes além de não diminuirem a distribuição das sacolas ainda aumentaram o peso delas em 30%. Dizem que diminuiram 10% mas aumentaram 30% de plástico em cada sacola. Será que eles pensam o que do cidadão? Que não conseguimos fazer conta de menos? Faça as contas leitor, diminuiram 10% aumentaram 30%, o que quer dizer que na verdade eles estão colocando 20% a mais de plástico no planeta a cada minuto. E o MMA nada, nada, nada.

Vamos à solução, que temos desde 2005, porque não somos de reclamar sem dar a solução.

Para as sacolas de uso único, tem que banir, sumir, desaparecer com elas.

Para o resto das sacolas dentro do caixa – aquelas que você põe salsinha, cebolinha, alface, pimentão … – plástico oxi-biodegradável, o plástico flexível – aquele que vem envolvendo 5 fatias de presunto na bandeja de isopor – oxi-biodegradável, a bandeja com o presunto oxi-biodegradável, o plastico de rolo do açougue oxi-biodegradável, saco de lixo oxi-biodegradável. Por que? Porque a maioria das mais de 5.000 cidades no país só tem lixão a céu aberto, a taxa de reciclagem no país não chega a 1% e saco plástico jamais é reciclado por ser um material muito leve e não render dinheiro para o catador.

Onde é que está o problema em resolver o problema do plástico? Não existe dificuldade, só falta de vontade, tanto do governo quando da indústria, do varejo e do próprio consumidor. Nos ajuda, reclame junto as grandes redes para que diminuam o uso de sacolas plasticas de uso único, utilize sacolas retornáveis, enfin, faça sua parte.

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