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Clima pode levar a Europa a registrar até um milhão de novos imigrantes por ano

Refugiados climáticos em Bangladesh. Foto: Andrew Holland / divulgação

Refugiados que se deslocam por conta de ondas de calor e inundações não são protegidos pela lei, como os refugiados de guerra, o que deve elevar ainda mais a tensão política

O número de imigrantes que tentam se estabelecer na Europa todos os anos pode triplicar até o final do século se as tendências climáticas se mantiverem, independente de fatores políticos e econômicos, revela um estudo publicado na última semana na revista Science.

O aquecimento de até 4,8°C, previsto para o fim do século caso não sejam tomadas medidas para conter as emissões de gases de efeito estufa, resultaria em 660 mil novos pedidos de asilo, sugere o estudo, que somados às motivações  políticas e econômicas, poderia resultar em um milhão de imigrantes por ano.

De acordo com o direito internacional, no entanto, apenas aqueles que fugiram de seus países devido a guerra ou perseguição têm direito ao status de refugiado. Pessoas obrigadas a sair de casa por causa das mudanças climáticas não são protegidas pela lei, dizem especialistas. E o excesso de imigrantes aumenta o potencial de tensão entre os países.

Obviamente os efeitos das mudanças do clima também serão sentidos na Europa, mas as temperaturas mais baixas e a boa infraestrutura devem tornar o continente  o principal destino daqueles que perdem suas casas, especialmente  em países mais pobres.

O estudo da Science considerou pedidos de asilo na União Europeia de 103 países entre 2000 e 2014, período em que a média foi de mais de 350 mil por ano. Eles relacionaram as informações aos fatores ambientais, como temperatura e clima, e fatores sociais, como conflitos e instabilidade políticas.

Os dados mostraram que quanto mais a temperatura sobe acima dos 20°C em regiões agrícolas, mais pessoas deixam suas casas, como no Iraque e no Paquistão. Por outro lado, a imigração de países mais frios cai quando as temperaturas superam os 20°C.

O estudo foi realizado por cientistas da Universidade de Columbia, em Nova York, com apoio do Centro Comum de Pesquisa da União Europeia (UE) e do Departamento de Energia dos EUA.

Fonte – Observatório do Clima de 26 de dezembro de 2017

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