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Com megabiorreatores, EUA abrem caminho para revolução da carne cultivada em laboratório
Por Redação, do Um Só Planeta – 26 de maio de 2022
Que tal comer aquele bife suculento no almoço sem que nenhum animal precise morrer para saciar o apetite humano?
Em breve, os consumidores americanos poderão encontrar nos mercados cortes de frango e carne bovina “cultivadas” em laboratório a partir de amostras de células dos animais.
Cerca de 170 empresas no mundo trabalham na pesquisa, desenvolvimento e produção de carne cultivada.
A Good Meat foi a primeira a colocar o produto no mercado.
Recebeu aprovação regulatória em Cingapura em 2020 para seu frango à base de células animais e fez parceria com vários fornecedores de serviços de alimentação e distribuição nos anos seguintes.
Agora, a startup dá um passo ainda mais corajoso, ao anunciar a instalação de megabiorreatores para dar escala à produção.
Ao todo, 10 novos biorreatores estão sendo construídos, cada um com capacidade de 250 mil litros e quatro andares de altura.
“Os biorreatores serão de longe os maiores, não apenas na indústria de carne cultivada, mas também na indústria biofarmacêutica”, disse ao The Guardian Josh Tetrick, cofundador e CEO da Eat Just, “empresa mãe” dona da marca Good Meat.
Frango cultivado da GoodMeat, controlada pela Just Eat: megabiorreatores prometem escala inédita para a produção. — Foto: Divulgação/GoodMeat
O CEO destaca que a proteína animal cultivada é um caminho para as pessoas comerem carne sem os atuais passivos da produção, como o desmatamento associado às cadeias sem monitoramento adequado, a necessidade de usar antibióticos para tratar doenças nos animais e, mais ainda — nenhum animal precisará morrer para garantir o filé no prato.
Em paralelo à construção dos biorreatores, a empresa aguarda a aprovação regulatória nos EUA, que pode levar de 18 a 24 meses, para lançar seus produtos por lá.
Carne de frango e bovina serão os primeiros na lista.
Toda parte de design e engenharia da empreitada é encabeçada pela empresa ABEC, que fabrica biorreatores desde a década de 1980.
A Good Meat não está sozinha na corrida para escalar comercialmente a carne de laboratório, mas é a que promete maior escala.
Recentemente, a Upside Foods levantou US$ 400 milhões, em parte para financiar uma instalação comercial para produzir carne cultivada, mais ainda não anunciou o tamanho nem a quantidade de biorreatores.
Outras iniciativas de foodtechs em menor escala também estão em andamento no país.
“A escala das instalações [da Good Meat] representa uma confiança real e crescente das empresas no potencial comercial da carne cultivada. Com seu potencial para diminuir os custos de produção, pode ser um divisor de águas na corrida para levar a carne cultivada para restaurantes, supermercados e mesas de jantar”, avalia Caroline Bushnell, vice-presidente do Good Food Institute, organização que promove o mercado de proteínas alternativas.
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