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Conheça os 27 agrotóxicos encontrados na água que abastece as cidades do Brasil
15 de abril de 2019 – Ana Aranha, Luana Rocha, Agência Pública / Repórter Brasil – ESPECIAL: POR TRÁS DO ALIMENTO
Maioria dos agrotóxicos encontrados estão abaixo do limite máximo estipulado pela legislação brasileira. As mesmas quantidades soariam alarmes se avaliados pelos limites da União Europeia, muito mais rígidos. Um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de 1 em cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas.
Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento.
Os números revelam que a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017. Nesse ritmo, em alguns anos, pode ficar difícil encontrar água sem agrotóxico nas torneiras do país.
Embora se trate de informação pública, os testes não são divulgados de forma compreensível para a população, deixando os brasileiros no escuro sobre os riscos que correm ao beber um copo d’água. Em um esforço conjunto, a Repórter Brasil, a Agência Pública e a organização suíça Public Eye fizeram um mapa interativo com os agrotóxicos encontrados em cada cidade. O mapa revela ainda quais estão acima do limite de segurança de acordo com a lei do Brasil e pela regulação europeia, onde fica a Public Eye.
Saiba o nível de contaminação da sua cidade clicando na imagem abaixo.
O retrato nacional da contaminação da água gerou alarde entre profissionais da saúde. “A situação é extremamente preocupante e certamente configura riscos e impactos à saúde da população”, afirma a toxicologista e médica do trabalho Virginia Dapper. O tom foi o mesmo na reação da pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, Aline Gurgel: “dados alarmantes, representam sério risco para a saúde humana”.
Entre os agrotóxicos encontrados em mais de 80% dos testes, há cinco classificados como “prováveis cancerígenos” pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e seis apontados pela União Europeia como causadores de disfunções endócrinas, o que gera diversos problemas à saúde, como a puberdade precoce. Do total de 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente.
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A falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017.
Coquetel tóxico
A mistura entre os diversas químicos foi um dos pontos que mais gerou preocupação entre os especialistas ouvidos. O perigo é que a combinação de substâncias multiplique ou até mesmo gere novos efeitos. Essas reações já foram demonstradas em testes, afirma a química Cassiana Montagner. “Mesmo que um agrotóxico não tenha efeito sobre a saúde humana, ele pode ter quando mistura com outra substância”, explica Montagner, que pesquisa a contaminação da água no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo. “A mistura é uma das nossas principais preocupações com os agrotóxicos na água”.
Os paulistas foram os que mais beberam esse coquetel nos últimos anos. O estado foi recordista em número de municípios onde todos os 27 agrotóxicos estavam na água. São mais de 500 cidades, incluindo a grande São Paulo – Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André e Osasco – além da própria capital. E algumas das mais populosas, como Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Sorocaba. O Paraná foi o segundo colocado, com coquetel presente em 326 cidades, seguido por Santa Catarina e Tocantins.
Os especialistas falam muito sobre a “invisibilidade” do efeito coquetel. As políticas públicas não monitoram a interação entre as substâncias porque os estudos que embasam essas políticas não apontam os riscos desse fenômeno. “Os agentes químicos são avaliados isoladamente, em laboratório, e ignoram os efeitos das misturas que ocorrem na vida real”, diz a médica e toxicologista Dapper.
Por isso, ela lamenta, as pessoas que já estão desenvolvendo doenças em decorrência dessa múltipla contaminação provavelmente nunca saberão a origem da sua enfermidade. Nem os seus médicos.
Questionado sobre quais medidas estão sendo tomadas, o Ministério da Saúde enviou respostas por email reforçando que “a exposição aos agrotóxicos é considerada grave problema de saúde pública” e listando efeitos nocivos que podem gerar “puberdade precoce, aleitamento alterado, diminuição da fertilidade feminina e na qualidade do sêmen; além de alergias, distúrbios gastrintestinais, respiratórios, endócrinos, neurológicos e neoplasias” (Leia a íntegra das respostas do Ministério da Saúde).
A resposta, porém, ressalta que ações de controle e prevenção só podem ser tomadas quando o resultado do teste ultrapassa o máximo permitido em lei. E aí está o problema: o Brasil não tem um limite fixado para regular a mistura de substâncias.
Essa é uma das reivindicações dos grupos que pedem uma regulação mais rígida para os agrotóxicos. “É um absurdo esse problema ficar invisível no monitoramento da água e não haver ações para controlá-lo”, afirma Leonardo Melgarejo, engenheiro de produção e membro da Campanha Nacional Contra os Agrotóxicos e Pela Vida “Se detectar diversos agrotóxicos, mas cada um abaixo do seu limite individual, a água será considerada potável no Brasil. Mas a mesma água seria proibida na França”.
Ele se refere à regra da União Europeia que busca restringir a mistura de substâncias: o máximo permitido é de 0,5 microgramas em cada litro de água – somando todos os agrotóxicos encontrados. No Brasil, há apenas limites individuais. Assim, somando todos os limites permitidos para cada um dos agrotóxicos monitorados, a mistura de substâncias na nossa água pode chegar a 1.353 microgramas por litro sem soar nenhum alarme. O valor equivale a 2.706 vezes o limite europeu.
O risco das pequenas quantidades
Mesmo quando se olha a contaminação de cada agrotóxico isoladamente, o quadro preocupa. Dos 27 agrotóxicos monitorados, 20 são listados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network, grupo que reúne centenas de organizações não governamentais que trabalham para monitorar os efeitos dos agrotóxicos.
Mas, aos olhos da lei brasileira, o problema é pequeno. Apenas 0,3% de todos os casos detectados de 2014 a 2017 ultrapassaram o nível considerado seguro para cada substância. Mesmo considerando os casos em que se monitora dez agrotóxicos proibidos no Brasil, são poucas as situações em que a presença deles na água soa o alarme.
E esse é o segundo alerta feito por parte dos pesquisadores: os limites individuais seriam permissivos. “Essa legislação está há mais de 10 anos sem revisão, é muito atraso do ponto de vista científico” afirma a química Montagner. “É como usar uma TV antiga, pequena e preto e branco, quando você pode ter acesso a uma HD de alta definição”.
Ela se refere a pesquisas mais recentes sobre os riscos do consumo frequente e em quantidades menores, um tipo de contaminação que não gera reações imediatas. “Talvez certo agrotóxico na água não leve 15% da cidade para o hospital no mesmo dia. Mas o consumo contínuo gera efeitos crônicos ainda mais graves, como câncer, problemas na tireoide, hormonal ou neurológico”, alerta Montagner. “Já temos evidências científicas, mas a água contaminada continua sendo considerada como potável porque não se olha as quantidades menores”, afirma.
Em resposta a essa crítica, um grupo de trabalho foi criado pelo Ministério da Saúde para rever os limites da contaminação. “Estamos fazendo um trabalho criterioso”, afirma Ellen Pritsch, engenheira química e representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental no grupo. Segundo ela, pesquisas internacionais e regulações de outros países estão sendo levados em conta. Criado em 2014, a previsão é que os trabalhos sejam concluídos em setembro.
Pelo menos 144 cidades detectaram o mesmo pesticida de modo contínuo durante os quatro anos de medições seguidos, segundo os dados. Mais uma vez, São Paulo é o recordista desse fenômeno de intoxicação. Especialistas ouvidos pela reportagem apontam o uso de pesticidas na produção de cana de açúcar como a provável origem para a larga contaminação do estado. “A cultura da cana é a que tem mais herbicidas registrados. Como São Paulo é um dos maiores produtores de cana, isso justifica sua presença elevada [de pesticidas na água]”, afirma Kassio Mendes, coordenador do comitê de qualidade ambiental da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas.
O diuron, um dos principais herbicidas usados pelo setor, foi detectado em todos os testes feitos na água dos mananciais das regiões onde mais se cultiva cana no estado, segundo dados de 2017 da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A substância é uma das apontadas como provável cancerígena pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
De quem é a responsabilidade?
Depois de contaminada, são poucos os tratamentos disponíveis para tirar o agrotóxico da água. “Alguns filtros são capazes de tirar alguns tipos de agrotóxicos, mas não há um que dê conta de todos esses”, afirma Melgarejo. “A água mineral vem de outras fontes, mas que são alimentadas pela água que corre na superfície, então eventualmente também serão contaminadas”.
O trabalho preventivo, ou seja, evitar que os agrotóxicos cheguem aos mananciais, deveria ser primordial, afirma Rubia Kuno, gerente da divisão de toxicologia humana e saúde ambiental da Cetesb. “O esforço deve ser na prevenção porque o sistema de tratamento convencional não é capaz de remover os agrotóxicos da água”, afirma.
É grande o debate sobre a complexidade em se enfrentar o problema, mas é difícil encontrar quem está assumindo a responsabilidade.
A reportagem procurou as secretarias do Meio Ambiente, Agricultura e Saúde e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para entender quais ações são tomadas no estado com o maior índice de contaminação. As respostas foram dadas pela Sabesp e pela assessoria do meio ambiente com informações técnicas sobre o monitoramento. Nem as secretarias nem a empresa esclareceram o que está sendo feito para controlar ou prevenir o problema. (Leia a íntegra das respostas da Sabesp e da Secretaria do Meio Ambiente)
O Ministério da Saúde diz que a vigilância sanitária dos municípios e dos estados deve dar o alerta aos prestadores de serviços de abastecimento de água para que tomem as providências de melhoria no tratamento da água. “Caso os dados demonstrem que o problema ocorre de forma sistemática, é preciso buscar soluções a partir da articulação com os demais setores envolvidos, como órgãos de meio ambiente, prestadores de serviço e produtores rurais”, diz a nota enviada pelo órgão.
Questionado sobre quais ações estão sendo tomadas, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), que representa os produtores de agrotóxicos, fez uma defesa sobre a segurança dos pesticidas. Em nota, o grupo afirma que a avaliação feita pela Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura garante que eles são seguros ao trabalhador, população rural e ao meio ambiente “sempre que utilizados de acordo com as recomendações técnicas aprovadas e indicadas em suas embalagens”.
O sindicato afirma que a aplicação correta dos produtos no campo é um desafio e atribui a responsabilidade aos trabalhadores que aplicam os pesticidas. “O setor de defensivos agrícolas realiza iniciativas para garantir a aplicação correta de seus produtos, uma vez que alguns problemas estruturais da agricultura como a falta do hábito da leitura de rótulo e bula e analfabetismo no campo trazem um desafio adicional de cumprimento às recomendações de uso”.
Ao contrário do que ocorre em outros países, no Brasil as empresas que produzem agrotóxicos não se envolvem com o monitoramento da água, que é custeado pelos cofres públicos e pelas empresas de abastecimento.
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Em Santa Catarina, que está entre os três estados com maior contaminação, o Ministério Público Estadual chamou a responsabilidade de prefeituras, secretarias estaduais, concessionárias de água, agências reguladoras e sindicatos de produtores e trabalhadores rurais. A iniciativa partiu dos resultados de um estudo inédito que encontrou agrotóxicos na água de 22 municípios. “Alertamos todos os órgãos públicos e privados envolvidos para buscar soluções, é preciso aplicar medidas corretivas para diminuir os riscos dos cidadãos”, diz a promotora Greicia Malheiros, responsável pela investigação. A iniciativa teve início em março desse ano e ainda não tem resultados.
Mais do que remediar a contaminação da água, a coordenadora técnica do estudo, a engenheira química Sonia Corina Hess, defende a proibição do uso dos pesticidas que oferecem maior risco. Das substâncias encontradas em seu estudo no estado catarinense, sete estão proibidas na União Europeia por oferecer risco à saúde humana. “Tem que proibir o que é proibido lá fora, tem que proibir o que é perigoso. Se faz mal para eles porque no Brasil é permitido?”, questiona.
Perigoso na Europa, permitido no Brasil
O controle da água feito pelo Brasil também está distante dos parâmetros da União Europeia. Com o objetivo de eliminar a contaminação, o continente fixou a concentração máxima na água em 0,1 micrograma por litro – valor que era o mínimo detectável quando a regulação foi criada.
Para descobrir como a água do Brasil seria avaliada pelo padrão europeu, a organização Public Eye classificou os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde segundo o critério daquele continente. Alguns dos agrotóxicos mais perigosos ultrapassaram os limites europeus em mais de 20% dos testes. Entre eles, o glifosato e o mancozebe, ambos associados a doenças crônicas, e o aldicarbe, proibido no Brasil e classificado pela Anvisa como “o agrotóxico mais tóxico registrado no país, entre todos os ingredientes ativos utilizados na agricultura”.
O glifosato é o caso mais revelador sobre as peculiaridades do Brasil na regulação sobre agrotóxicos. Classificado como “provável carcinogênico” pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde, o pesticida está sendo discutido em todo o mundo. Há milhares de pacientes com câncer processando os fabricantes nos Estados Unidos – e vencendo nos tribunais – além de protestos e petições pedindo a sua proibição na Europa. Não há consenso, entre as agências reguladoras, sobre sua classificação. No Brasil, que oficialmente colocou a substância em revisão desde 2008, o Ministério da Agricultura liberou novos registros para a venda de glifosato no início deste ano. O pesticida passou a ser vendido em novas formas, quantidades e por número maior de fabricantes.
Nos testes com a água do país, a controversa substância foi a que mais ultrapassou a margem de segurança segundo o critério da União Europeia: 23% dos casos acima do limite. Pela lei brasileira, o glifosato foi um dos que menos soou o alarme: apenas 0,02% dos testes ultrapassaram o nosso limite.
“Isso é um escândalo de saúde pública. Nós colocamos o limite alto, lá na estratosfera, e aí comemoramos que temos uma água segura”, questiona a pesquisadora Larissa Bombardi, professora de geografia na Universidade de São Paulo e autora de um atlas que compara a lei brasileira e europeia no controle dos agrotóxicos. Seu estudo revela como nossos limites chegam a ser 5 mil vezes mais altos que os europeus. O caso mais grave é o do glifosato: enquanto na Europa é permitido apenas 0,1 microgramas por litro na água, aqui no Brasil a legislação permite até 500 microgramas por litro.
Como o glifosato é o agrotóxico mais vendido no país, e também o que tem o limite mais generoso para presença na água, Bombardi lança suspeitas sobre os critérios usados: “no caso do glifosato é realmente difícil encontrar justificativa científica, parece ser mais uma decisão política e econômica”. O pesticida foi o mais consumido em 2017 no Brasil com 173 mil toneladas vendidas, segundo o Ibama. O volume corresponde a 22% das estimativas de vendas para esse químico em todo o mundo no mesmo ano – o que faz do Brasil um importante mercado para as fabricantes, entre elas as gigantes Syngenta e a Monsanto – comprada pela Bayer no ano passado.
Limites generosos
A larga diferença entre os limites fixados pela União Europeia e pelo Brasil é um dos principais argumentos dos críticos do uso da substância no Brasil. “Essa diferença só pode se dar por dois motivos. Ou porque nossa sociedade é mais forte, somos seres mais resistentes aos agrotóxicos. Ou mais tola, porque estamos sendo ingênuos quanto aos riscos que corremos”, provoca Melgarejo, da Campanha Contra os Agrotóxicos.
A engenheira química Ellen Pritsch, representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental no grupo de trabalho que reavalia os limites dos pesticidas na água, discorda. Para ela, os atuais limites são seguros e foram fixados com embasamento científico. “O critério brasileiro é dez vezes menor do que o efeito que geraria problema. Então, mesmo que seja encontrado um percentual acima esse valor, ainda assim seria menor [estaria abaixo do risco]”, afirma.
Antes de aprovar os registros dos agrotóxicos, as empresas fabricantes entregam estudos com testes feitos com animais em laboratórios. O Sindiveg, sindicato da indústria de fabricantes de pesticidas, defende que esses estudos são o suficiente para avaliar os riscos das substâncias. “São estudos de bioconcentração em peixes e micro-organismo, algas e organismos do solo, abelhas, microcrustáceos, peixes e aves”, afirma nota enviada pelo Sindiveg em resposta às perguntas da reportagem.
A principal reivindicação dos grupos que fazem campanha pelo controle dos agrotóxicos é por mais restrição e até pela proibição de alguns dos pesticidas hoje aprovados no país, como a atrazina, o acefato e o paraquate, que são campeões de venda no Brasil, mas proibidos na União Europeia.
Agência Câmara
Chamada à Câmara para explicar as liberações de novos registros de agrotóxicos, a ministra da Agricultura chamou de “desinformação” os estudos que apontam os riscos dessas substâncias
Mas o governo aponta na direção oposta. A responsável pela pasta da agricultura, ex-líder da bancada ruralista Tereza Cristina, foi presidente da comissão especial na Câmara que aprovou, em junho passado, o Projeto de Lei que propõe agilizar a aprovação de novos agrotóxicos no país. Apelidado pelos críticos como o “PL do veneno”, já gerou grande polêmica, sendo criticado em uma carta assinada por mais de 20 grupos da comunidade científica.
Sem previsão de conseguir maioria no Congresso para aprovar o PL, a estratégia parece ter mudado. Desde o início do ano, o Ministério da Agricultura publicou novos registros para 152 agrotóxicos, uma velocidade recorde de 1,5 aprovações por dia. Chamada para esclarecer as liberações em audiência na Câmara na última terça-feira (9), a ministra disse que “não existe liberação geral” e que longos processos de aprovação só atrasam o agronegócio brasileiro. Ela chamou de “desinformação” os estudos que apontam os riscos dessas substâncias e, usando o mesmo argumento do sindicato dos produtores de agrotóxicos, declarou que as intoxicações ocorrem devido ao modo como os trabalhadores aplicam as substâncias. Um dia depois da audiência, o governo aprovou a comercialização de mais 31 agrotóxicos no Brasil.
Encontrados na água “potável” estão abaixo:
ALACLORO
O herbicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O alacloro é classificado pela União Europeia como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal. Os sintomas da exposição ao agrotóxico são náusea, vômito e enjôo. Nos casos mais graves ocorrem colapso e coma, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo).
Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (30.242 detecções de 36.523 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 5
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.715
Limite máximo permitido na água do Brasil: 20μg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
ALDICARBE
Inseticida, acaricida e nematicida, conhecido popularmente como chumbinho, está na lista da Pesticide Action Network (PAN) classificado avaliado como Altamente Perigoso. O aldicarbe é classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como Extremamente Perigoso (Extremely Harzadous) do ponto de vista agudo. O uso do químico passou por processo de reavaliação no Brasil após a substância começar a ser utilizada para outros fins, tais como agente abortivo e em tentativas de homicídio e de suicídio, acarretando um grave problema de saúde pública.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 91% (24.477 detecções de 26.915 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 74
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 5.636
Limite máximo permitido na água do Brasil: 12µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
ATRAZINA
O herbicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. A atrazina é classificada pela União Europeia como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal.
Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (30.055 detecções de 35.577 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 16
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.914
Limite máximo permitido na água do Brasil: 2µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 24.730,90 segundo dados do Ibama
CARBENDAZIM + BENOMIL
Os fungicidas estão na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliados como Altamente Perigosos. A União Europeia classifica também os dois agrotóxicos como prováveis causadores de problemas mutagênicos, que pode causar dano no DNA, e tóxico para o sistema reprodutivo. No Brasil, o carbendazim é usado para combater a praga pinta preta (também conhecida por seu nome em inglês “black spot”), que deixa manchas escuras nas folhas de laranjais. Em 2012, os EUA proibiram a importação do suco de laranja brasileiro devido à presença deste fungicida nos produtos.
Classificação no Brasil carbendazin: III (Medianamente Tóxico)
Classificação no Brasil benomil: III (Medianamente Tóxico)
Carbendazin autorizado no Brasil
Benomil proibido no Brasil
Carbendazin proibido na União Europeia
Benomil proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (24.478 detecções de 26.658 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 3
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.757
Limite máximo permitido na água do Brasil: 120µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 3.748,26 segundo dados do Ibama
CARBOFURANO
O inseticida, cupinicida, acaricida e nematicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O carbofurano é classificado também pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como altamente tóxico do ponto de vista agudo.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (26.155 detecções de 28.478 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 3
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.454
Limite máximo permitido na água do Brasil: 7µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
CLOPIRIFÓS
O inseticida, formicida e acaricida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) também avalia o clopirifós como altamente tóxicos para abelhas.
Classificação no Brasil: II (Altamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 91% (24.904 detecções de 27.493 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 1
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.825
Limite máximo permitido na água do Brasil: 30µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 6.471,19 segundo dados do Ibama
CLORDANO
O agrotóxico está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. Já para a União Europeia, o pesticida é classificado como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (29.781 detecções de 36.700 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 691
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 1.752
Limite máximo permitido na água do Brasil: 0.2µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
DDT
O agrotóxico está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O inseticida foi também classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como provavelmente carcinogênico para humanos. Estudo encontraram associações positivas entre a exposição ao DDT ao câncer testicular e câncer de fígado. Houve também fortes evidências experimentais de que o DDT pode afetar os sistemas imunológico e sexuais.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (28.011 detecções de 33.371 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 19
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 2.808
Limite máximo permitido na água do Brasil: 1µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
DIURON
O agrotóxico está na lista da Pesticide Action Network (PAN) classificado como Altamente Perigoso. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) avalia o Diuron como “reconhecidamente cancerígeno”.
Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (25.097 detecções de 27.297 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 1
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia:5.072
Limite máximo permitido na água do Brasil: 90µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 6.999,47, segundo dados do Ibama
ENDOSSULFAN
O inseticida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. É apontadotambém pela União Europeia como um agrotóxico de toxicidade aguda, que caracteriza um pesticida que causa problemas de saúde logo após a exposição.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 82% (29.713 detecções de 36.101 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 11
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 2.843
Limite máximo permitido na água do Brasil: 20µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
GLIFOSATO
O herbicida, que é o agrotóxico mais vendido no Brasil, está na lista da Pesticide Actions Network avaliado como Altamente Perigoso. Ele é classificado como provável cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), entidade vinculada à Organização Mundial de Saúde.
Classificação no Brasil: IV (Pouco Tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 87% (30.100 detecções de 34.737 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 8
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 7.952
Limite máximo permitido na água do Brasil: 500μg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 173.150, segundo dados do Ibama
LINDANO
O Lindano está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. Já para a União Europeia, o pesticida é classificado como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (29.296 detecções de 35.505 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 19
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 2.489
Limite máximo permitido na água do Brasil: 2µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
MANCOZEBE
O fungicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) classificado como Altamente Perigoso. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) avalia o Mancozebe como provável cancerígeno.
Classificação no Brasil: IIII (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 91% (22.650 detecções de 24.859 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 3
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 5.273
Limite máximo permitido na água do Brasil: 180µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 30.815,09, segundo dados do Ibama
METAMIDIFÓS
O metamidifós está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O agrotóxico é classificado também pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como altamente tóxico do ponto de vista agudo.
Classificação no Brasil :I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 90% (24.051 detecções de 26.596 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro:11
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.579
Limite máximo permitido na água do Brasil: 12µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
PARATIONA METÍLICA
A parationa metílica está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O agrotóxico é classificado também pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como extremamente tóxico do ponto de vista agudo.
Classificação no Brasil : I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 85% (25.566 detecções de 29.982 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 4
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.589
Limite máximo permitido na água do Brasil: 9µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama
PERMETRINA
O inseticida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. A permetrina também é classificada como uma substância cancerígena pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).
Classificação no Brasil: III (Medianamente tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (26.488 detecções de 32.096 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 4
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.093
Limite máximo permitido na água do Brasil: 20µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 83,34, segundo dados do Ibama
PENDIMENTALINA
O inseticida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Tóxico.
Classificação no Brasil: III (Medianamente tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (26.302 detecções de 31.600 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 1
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 2.747
Limite máximo permitido na água do Brasil: 20µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: Site do Ibama não apresenta os dados
PROFENOFÓS
O inseticida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Tóxico. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) também aponta a substância como altamente tóxica para abelhas.
Classificação no Brasil: II (Altamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 91% (25.392 detecções de 27.883 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 4
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.910
Limite máximo permitido na água do Brasil: 60µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: Site do Ibama não apresenta os dados
TERBUFÓS
O inseticida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Tóxico. A organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o terbufós como um pesticida de toxicidade extremamente aguda.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (25.472 detecções de 27.773 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 9
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.502
Limite máximo permitido na água do Brasil: 1.2µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: Site do Ibama não apresenta os dados
TRIFLURALINA
O herbicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Tóxico. Já para a União Europeia, o pesticida é classificado como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal.
Classificação no Brasil: II (Altamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (29.027 detecções de 34.553 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 2
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.048
Limite máximo permitido na água do Brasil: 20µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: 1.940,41 segundo dados do Ibama
MOLINATO
O herbicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Tóxico. A PAN também classifica a substância como suspeita de causar câncer e de ser tóxica para o sistema reprodutivo.
Classificação no Brasil: II (Altamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (27.400 detecções de 32.646 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 6
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.087
Limite máximo permitido na água do Brasil: 6µg/L
Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1µg/L
Total vendido no Brasil em 2017: Site do Ibama não apresenta os dados
2,4D
O herbicida, segundo relatório técnico do Ministério do Desenvolvimento Agrário, representa uma série de riscos à saúde. No Brasil, ele é usado plantações de arroz, café, cana-de-açúcar, milho, soja, e trigo.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Autorizado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (29.119 detecções de 31.709 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 2
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 4.270
Limite máximo permitido na água do Brasil: 30µg/L
ALDRIN + DIELDRIN
Esses agrotóxicos fazem parte da lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que têm características de alta persistência (não são facilmente degradadas), são capazes de transportarem por longas distâncias pelo ar, água e solo e podem se acumular em tecidos dos organismos vivos, sendo preocupantes para a saúde humana e meio ambiente. O Brasil é signatário da Convenção de Estocolmo, que tem como compromisso eliminar os estoques e resíduos dos POPs como um todo.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Percentual de detecção na água do Brasil: 86% (30.973 detecções de 36.201 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 1,338
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 1.212
Limite máximo permitido na água do Brasil: 0,03µg/L
ENDRIN
O praguicida faz parte da lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que têm características de alta persistência (não são facilmente degradadas), são capazes de transportarem por longas distâncias pelo ar, água e solo e podem se acumular em tecidos dos organismos vivos, sendo preocupantes para a saúde humana e meio ambiente. O Brasil é signatário da Convenção de Estocolmo, que tem como compromisso eliminar os estoques e resíduos dos POPs como um todo.
Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)
Proibido no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 83% (29.916 detecções de 36.175 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 656
Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 1.888
Limite máximo permitido na água do Brasil: 0,6µg/L
METOLACLORO
O herbicida é classificada como uma substância de alta persistência, além de ser considerado muito perigoso para o meio ambiente. No Mato Grosso, estado que mais consome agrotóxicos no Brasil, um estudo da Universidade Federal encontrou resíduos do pesticida em poços artesianos.
Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (29.467 detecções de 35.236 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 6 Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.477
Limite máximo permitido na água do Brasil: 10µg/L
SIMAZINA
O herbicida é considerado uma espécie de “primo” da atrazina devido às semelhanças químicas. Um estudo da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) encontrou ligação entre este agrotóxico e problemas reprodutivos em ratos.
Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)
Autorizado no Brasil
Proibido na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (29.291 detecções de 34.909 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 17 Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.748
Limite máximo permitido na água do Brasil: 2µg/L
TEBUCONAZOL
O fungicida é utilizado em diferentes culturas, tais como frutas, hortaliças, cana de açúcar e trigo. A Universidade Federal de Viçosa fez um estudo para avaliar os efeitos do pesticida em morcegos que levou a alterações metabólicas e hepáticas.
Classificação no Brasil: IV (Pouco Tóxico)
Autorizado no Brasil
Aprovado na União Europeia
Percentual de detecção na água do Brasil: 92% (25.364 detecções de 25.567 testes feitos em todo o país)
Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 1 Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 5.228
Limite máximo permitido na água do Brasil: 180µg/L
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