Em 2023, a intensa disputa sobre a indústria do gás fóssil tem se intensificado globalmente, com a mineração desempenhando um papel central.
O mercado de gás natural liquefeito (GNL) está passando por mudanças significativas, pressionando pela expansão do fracking em várias regiões.
A técnica do fracking, usada para extrair gás fóssil, levanta debates acalorados, estando sob o olhar atento de ativistas ambientais.
Eles destacam que o fracking pode acarretar em consideráveis riscos ambientais, ao mesmo tempo que questiona o modelo de sustentabilidade da mineração associada.
Recentemente, em outubro de 2023, Berlim se tornou o epicentro dos protestos contra a exploração do GNL.
Ativistas locais e internacionais se uniram, protestando vigorosamente contra a contínua dependência da indústria no fracking.
Movimentos de resistência exigem uma transição drástica para fontes de energia mais limpas, destacando os perigos das práticas extrativas atuais.
Ao mesmo tempo, a mineração não deixa de ser crucial para a indústria, exercendo influência direta sobre decisões de investimento.
A presença de líderes de mineração em conferências de gás fóssil sinaliza a importância de uma abordagem colaborativa para futuros desenvolvimentos, com foco na automação e eficiência.
É evidente que o setor de mineração deseja ser visto como um aliado na busca por soluções energéticas mais sustentáveis.
A indústria extrativa continua desempenhando um papel vital na definição dos rumos futuros para o gás fóssil, especialmente em face das pressões para reduzir a pegada de carbono.
Paralelamente, profissionais da área têm trabalhado incansavelmente para encontrar soluções inovadoras que equilibrem a demanda energética com práticas ecologicamente corretas.
A integração de tecnologias avançadas e políticas de ESG (Environmental, Social, and Governance) na mineração pode ser o divisor de águas necessário para viabilizar uma infraestrutura mais verde.
Até 2025, espera-se que a mineração esteja na vanguarda das iniciativas de transição energética global, capacitando o setor a reduzir emissões e aprimorar sua eficiência operacional.
Impacto Global e Projeções Futuras
Eventos recentes indicam que a mineração precisa priorizar a sustentabilidade enquanto continua a apoiar a indústria do gás fóssil.
As tendências atuais mostram que as indústrias relacionadas estão em constante evolução, com a mineração de minerais essenciais fazendo parte das estratégias de diversificação energética.
Especialistas prevêem que nos próximos dois anos esses setores precisarão integrar práticas ESG ainda mais profundamente para atender às novas exigências internacionais e regionais.
A fonte de dados e acontecimentos recentes inclui participações e relatórios de conferências internacionais como o encontro ‘Future of Sustainable Energy’ em Berlim 2023 bem como análises do Instituto de Estudos Energia Limpa.
Estes documentos enfatizam complexidade alinhar automação transição energética dentro sectores tradicionalmente resistentes como da mineração.
Encontro da Indústria do Gás Fóssil no World LNG Summit
Líderes de grandes corporações, como Shell, ExxonMobil e TotalEnergies, estão reunidos para o World LNG Summit, que acontece no prestigiado Hotel Adlon em Berlim, até o dia 12 de dezembro.
Este importante evento de networking é uma oportunidade-chave para a indústria do gás fóssil discutir novos projetos e selar novos acordos, focando especialmente na exploração do gás natural liquefeito (GNL).
Enquanto celebram suas conquistas, ativistas de diversas nações e organizações da sociedade civil organizaram a Contra-Cúpula do Gás, ocorrendo na Fundação Rosa Luxemburgo, também em Berlim.
Este evento visa não apenas deter o avanço do GNL, mas também alertar o público global quanto aos efeitos devastadores dessas práticas econômicas no meio ambiente e na sociedade.
Contra-Cúpula do Gás e Mobilização Global
Com a participação de diferentes representantes, o Instituto ARAYARA está no coração do protesto global chamado ‘Pare o Lobby do Gás – FRACK OFF!’, impulsionado pela Stop Gas Summit.
‘Participar de mobilizações internacionais é crucial para que a ARAYARA reforce sua dedicação em combater a expansão da indústria do gás fóssil e promova agilmente a transição para um futuro baseado em energias renováveis’, enfatizou Nicole de Oliveira Figueiredo, diretora executiva da ARAYARA.
De acordo com organizações ambientais, o conclave dos executivos é feito sob a fachada de exaltar inovações, usando práticas de greenwashing para esconder os impactos socioambientais nocivos de suas operações.
No entanto, os acordos firmados nessas reuniões desconsideram preocupações climáticas urgentes, aprofundando a dependência mundial de combustíveis não renováveis.
Avanço do Gás Fóssil e Protestos no Brasil
Conforme ocorrem protestos em Berlim, uma situação paradoxal persiste no Brasil.
Mesmo com seu gigante potencial para energias renováveis, o país continua a progredir na infraestrutura do gás fóssil.
Pesquisa realizada pela ARAYARA revelou a existência de 29 terminais de GNL em diferentes estágios de desenvolvimento, com sete operando e outros oito em fase de licenciamento ambiental.
Alarmante é o fato de que quase um terço desses terminais encontra-se na Amazônia Legal, região já altamente afetada pelos impactos socioambientais.
O engenheiro ambiental Alisson Capelli alerta que a expansão do GNL na Amazônia coloca em risco ecossistemas sensíveis e comunidades locais, citando, por exemplo, Barcarena, no Pará.
Uma nova usina termelétrica a gás está em construção lá, com capacidade prevista de até 2,6 GW, em um local já marcado por constantes desastres ambientais.
Impactos e Desafios Globais do GNL e Fracking
Desde os anos 2000, Barcarena enfrenta diversos problemas ambientais, incluindo vazamentos químicos e contaminação hídrica, além do naufrágio trágico de um navio repleto de gado, que lhe deu o apelido de ‘Chernobyl da Amazônia’.
A expansão do GNL e do fracking não se limita ao Brasil e é uma preocupação mundial. Informações da plataforma Investing in Climate Chaos mostram que mais de 7000 investidores institucionais possuem um total de 4,3 trilhões de dólares em ações e obrigações de empresas do setor de combustíveis fósseis, de acordo com dados até maio de 2024.
Para Nicole de Oliveira Figueiredo, a luta contra a indústria do gás é mais que econômica; é uma ‘questão de sobrevivência‘ para as comunidades e nosso planeta.
‘Enquanto os líderes do setor buscam maximizar seus lucros, ativistas se mantêm firmes em sua luta por um futuro mais justo e renovável. Com a aproximação da COP30, o Brasil enfrenta a escolha entre continuar com esses combustíveis ou liderar a transição para energias limpas‘, concluiu ela.
Campanha Não Fracking Brasil e Conquistas Legislativas
Desde 2016, o Instituto ARAYARA, junto com a Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS), está à frente da campanha ‘Não Fracking Brasil’, que visa mobilizar a sociedade civil, legisladores e autoridades para a proibição desta prática nociva no país.
Entre suas realizações está a instituição da primeira legislação antifracking do Brasil, aprovada no Paraná em julho de 2019, seguida pela aprovação do projeto de lei nº 145/2019, que proíbe a exploração de gás de xisto em Santa Catarina.
Recentemente, em 2 de dezembro, a Justiça Federal decretou a suspensão do uso do fracking para extração na região do Recôncavo Baiano, marcando mais um progresso significativo na proteção ambiental e na luta contra essa prática no Brasil.
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