O acesso a água de qualidade para uso doméstico e produção primária tem impacto direto na viabilidade econômica das propriedades rurais, nos processos de regeneração dos agroecossistemas e no estabelecimento da soberania alimentar.
Estudos apontam que até 2025, 1.8 bilhão de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com escassez absoluta de água e até dois terços da população mundial poderá estar vivendo com condições hídricas inadequadas.
De acordo com levantamento da Unesco, cerca de 80% da água potável no Brasil é utilizada na agricultura industrial. Um modelo que tem impactos negativos enormes sobre a água porque desmata e irriga de forma ineficiente exaurindo as águas subterrâneas e poluindo todo o ciclo hidrológico com agrotóxicos e adubos químicos solúveis em água.
Para garantirmos água limpa e viabilidade econômica na produção agrícola para as próximas gerações, precisamos produzir alimentos regenerando o solo, o ciclo da água, a capacidade de maximizar fotossíntese e a biodiversidade.
E para implementar esses sistemas regenerativos precisamos ter acesso a água em um contexto em que as mudanças climáticas e os processos de desertificação trouxeram longos períodos de estiagem alternados com enxurradas repentinas.
O planejamento de propriedades rurais com a Escala de Permanência da Linha Chave (EPLC) exige um estudo aprofundado do clima e da geografia para criar a autonomia e resiliência hídrica necessárias. Barragens para irrigação em lugares específicos e um padrão de plantio harmonizado com o relevo aumentam a capacidade de retenção de água no solo, a rentabilidade e a regeneração dos agroecossistemas.
O curso “Manejo Regenerativo da Água” é teórico e prático e acontecerá em 3 etapas modulares, mas independentes, na Fazenda Bella, no Distrito Federal. As duas primeiras etapas acontecerão em fevereiro entre os dias 13 e 21 de fevereiro.
“Sem água, não há vida! Por isso devemos pensar os projetos de regeneração ecossistêmica, o planejamento de propriedades rurais e a viabilidade da humanidade como todo tendo como base o manejo regenerativo da água”, afirma o permacultor Eurico Vianna, que irá ministrar o curso
Os participantes serão incluídos na rede de ativistas socioambietais do #PodcastImpactoPositivo – uma plataforma com mais de 300 produtores rurais, agrônomos agroecológicos, consultores da #agriculturaregenerativa e planejadores de propriedades rurais.
Módulo 1
Construção de barragem de irrigação em Linha Chave
De 13 a 16 de fevereiro de 2021
As barragens de irrigação e o padrão de plantio em Linha Chave resolvem os problemas gerados pelas secas, enchentes e a erosão captando e redistribuindo a água das chuvas no relevo. Com isso, aumentamos a viabilidade econômica e a capacidade regenerativa dos agroecossistemas nas regiões onde os períodos de estiagem são longos ou o regime das chuvas inconstante. A construção das barragens é dimensionada de acordo com a necessidade específica de cada propriedade.
Para mais informações sobre este módulo, clique AQUI.
Módulo 2
Construção de Barragens Permeáveis para Regeneração de Matas Ciliares
De 19 a 21 de Fevereiro de 2021
Esse módulo integra conceitos da Sequência de Produção Natural (SPN), da Escala de Permanência da Linha Chave (EPLC) e da agrofloresta sucessional (SAF) na regeneração de matas ciliares e na perenização de córregos sazonais.
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Módulo 3
Agrofloresta Sucessional em Linha Chave
De 26 a 28 de Março de 2021
O entendimento da Geografia da Linha Chave, permite a implementação de sistemas usando a geometria da Linha Chave. Essa abordagem permite harmonizarmos os SAFs com o relevo captando e redistribuindo as águas da chuva para as regiões normalmente mais secas e de solo mais raso. Os SAFs em Linha Chave melhoram a hidrologia do terreno, aumentando a capacidade de regeneração do solo e evitando a erosão. Juntas essas características aumentam ainda mais a viabilidade econômica desses sistemas.
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