Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Deputados do Rio de Janeiro aprovam lei que substitui sacolas plásticas mortais poluentes por sacolas plásticas mortais poluentes
Não, você não leu errado não. Os deputados fluminenses nunca decepcionam quando legislam contra a vida selvagem, a favor da poluição e das empresas que provavelmente contribuem para as suas campanhas. Vai virar lei poluir com sacolas plásticas quando o governador Pezão aprovar. Alguém duvida que será aprovada?
Os deputados fizeram algo parecido recentemente quando permitiram por lei os canudos e copos plásticos que matam.
No caso das sacolas mortais, modificaram uma lei anterior para introduzir que as novas sacolas NÃO BIODEGRADÁVEIS* que matam animais e poluem os oceanos sejam produzidas com um mínimo de 51% de Polietileno (não degradável e poluente) originado do Etanol, derivado da cana-de-açúcar. Acontece que a única empresa no Brasil que produz esta matéria prima chama-se Braskem, do Grupo Odebrecht.
Daqui para frente, a lei (uma lei que por sinal não prevê multa por não cumprimento), estabelece que só podem ser usadas sacolas plásticas mortais e poluentes, de polietileno, desde que sejam produzidas com polietileno não biodegradável de origem fóssil misturado com polietileno não biodegradável de origem no Etanol que só a Braskem tem no Brasil.
Esse fenômeno de substituir seis por meia dúzia, desde que favorecesse o Grupo Odebrecht, já tinha ocorrido na cidade de São Paulo e foi denunciado pelo jornalista Fábio Pannunzio.
As agora permitidas sacolas plásticas de polietileno NÃO BIODEGRADÁVEL mortais geram os perigosos microplásticos que já estão na sua água e alimento. As novas sacolas plásticas não biodegradáveis são iguais quimicamente que as sacolas proibidas.
Não é porque 51% das sacolas são fabricadas com polietileno derivado do Etanol que a sacola vira biodegradável. É uma sacola plástica não biodegradável igualzinha às outras.
E elas não vão ser recicladas, como nunca foram recicladas as sacolas plásticas anteriores. A reciclagem de plásticos não passa de 9% e a de sacolas plásticas é praticamente inexistente.
Como nunca decepcionam, os deputados também promoveram o aumento da espessura das sacolas alegando a necessidade de suportar pesos mínimos. Mais espessas… hummm… mais consumo de polietileno da Braskem… hummmm… será? Tirem suas próprias conclusões.
Link para o projeto de lei aprovado.
A imprensa não se deu conta que as sacolas agora exclusivas com polietileno de Etanol da Odebrecht NÃO SÃO BIODEGRADÁVEIS e estão noticiando como se fossem.
Deveriam retificar suas matérias para restabelecer a verdade e noticiar o escândalo. Links para as notícias com informações erradas sobre “biodegradável”.
Referências
Alerj aprova projeto de lei que proíbe sacolas plásticas nos supermercados
Alerj aprova projeto de lei que proíbe sacolas plásticas nos supermercados
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