Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Economia de água começa com a mudança de atitude
A água é um recurso natural não-renovável e tem valor social e ambiental. Além disso, o acesso aos recursos hídricos é limitado e desigual em todo o mundo. Mesmo no Brasil, o número de pessoas sem acesso à água de qualidade é de 22 milhões, segundo o IBGE, o que provoca doenças, principalmente às crianças, e impede o desenvolvimento social e econômico das pessoas e das comunidades afetadas pela falta de água de boa qualidade.
Além das más condições de vida que a falta de água proporciona, seus efeitos podem ser sentidos por todos, mesmo as pessoas que tem acesso. O consumo de água de má qualidade é responsável por 60% dos atendimentos nos serviços públicos de saúde, pagos por toda a sociedade por meio de impostos embutidos em produtos e serviços. Assim, as pessoas podem evitar tanto o gasto excessivo como a degradação dos recursos hídricos tomando consciência dessa questão e alterando – ou mantendo – hábitos que promovam a economia de água.
Reduzir o tempo do banho, por exemplo, já é uma eficiente medida a longo prazo. Se uma pessoa toma um banho de dez minutos com a torneira aberta a meia volta, ela gasta 162 litros de água.
Em um ano, ela terá gastado 59,1 mil litros. Se essa pessoa reduzir o tempo de água corrente para cinco minutos (fechando a torneira para se ensaboar, por exemplo) a economia de água será de 29,56 mil litros. Dessa forma, se essa mesma ação for realizada por um milhão de pessoas a economia de água total seria suficiente para abastecer cerca de 405 mil outras pessoas.
Outras ações podem ser tomadas, como escovar os dentes de torneira fechada, lavar louça utilizando uma bacia (abrindo a torneira somente para o enxágue) e não “varrer” o quintal com a mangueira também representam economia. Nesta última atividade, o gasto de água é de por quinze minutos.
Se a pessoa faz isso uma vez por semana, por um ano, ela manda para o esgoto 1,7 mil litros de água tratada. Em 20 anos, o gasto é de 34,55 mil litros, o suficiente para suprir a necessidade de água para beber de uma pessoa por 47 anos.
A evolução técnica de alguns artigos sanitários como chuveiro e torneira também representa mais eficiência, ou seja, menos água por acionamento. Ivanildo Hespanhol, professor Titular do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP e diretor do Centro Internacional de Referência em Reuso da Água (Cirra) da USP, sugere, por exemplo, que as pessoas dêem preferência para as válvulas de descarga com a caixa que acumula água próximo ao vaso sanitário. “As válvulas de descargas normais utilizam dois litros de água por segundo. É comum apertar a descarga por dez segundos, mais ou menos, gastando. Agora, as caixas acopladas utilizam somente seis litros”.
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