Os triângulos vermelhos, que marcam níveis baixos, agora perdem de longe para os verdes.
Nada como um bom período de chuvas para que a esperança renasça. Não por acaso, a esperança é simbolizada como verde.
Também não por acaso, quando o nível dos rios está normal, as estações telemétricas são registradas em verde.
Quando o nível está baixo, a cor muda para o vermelho.
O mapa dos 51 rios paranaenses está bem mais verde, nesta quinta-feira, 7, conforme o levantamento divulgado pelo Instituto Água e Terra pelo site Hidroinforma.
Ainda há 24 triângulos vermelhos e dois ainda apenas “misturam” vermelho e verde.
Mas a cor da esperança aparece em 34 pontos de monitoramento. Os rios Iguaçu e Paraná, que cortam Foz do Iguaçu, foram diretamente beneficiados pela chuvarada.
No último monitoramento, do dia 30 de setembro, todos os pontos de monitoramento da bacia dos dois principais rios paranaenses estavam marcados com vermelho.
Agora, há o dobro de triângulos verdes, na bacia do Iguaçu; e só há um na bacia do Paraná 3.
Traduzindo: a chuva continua muito bem-vinda. Mas já trouxe resultados, como o fim do racionamento de água em alguns municípios do Norte do Paraná.
E na região de Curitiba, sob rodízio e constante ameaça de racionamento, o nível das barragens aumentou de 35%, em 30 de setembro, para 39,14%, no caso do Rio Iraí; de 58% para 61,54%, no Passaúna; de 60% para 61,64%, na barragem Piraquara 1; e de 57% para 60,17% na Piraquara 2.
As barragens ainda não chegaram a índices verificados de 2019 para trás, mas as chuvas, que começaram na semana passada, já garantiram indicadores melhores que os de setembro do ano passado.
O VERDE E O VERMELHO DO IGUAÇU
Na bacia do Rio Iguaçu, onde estão as principais hidrelétricas do Paraná (Itaipu fica aqui, mas é considerada da Região Sudeste, pelo setor elétrico brasileiro), os níveis subiram bastante, como registram as estações telemétricas.
A de São Mateus do Sul mostra que o nível do rio ainda não voltou à cota normal, mas os 85 milímetros de chuva que caíram na região contribuíram para mais do que quadruplicar a cota.
Na quinta-feira passada, o rio estava com 38 cm; nesta quinta, pela manhã, estava com 166 cm, 11 cm abaixo dos 177 cm da cota média.
Em Porto Vitória, a estação telemétrica marcava hoje cedo 157 cm, abaixo da normal (174 cm), mas uma boa recuperação em relação à semana anterior,quando estava com 107 cm.
Não é para menos: a chuva acumulada nos últimos sete dias, na região, passou de 95 milímetros.
No Porto Capanema, a cota subiu de 246 para 269 cm, da semana passada para cá. Ainda abaixo da cota normal, mas bem mais perto (a média é 287 cm).
Choveu na região nada menos que 216,8 milímetros ao longo da semana.
A última estação telemétrica do Rio Iguaçu fica perto do Hotel Cataratas, dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Ela está com triângulo vermelho, já que marcava hoje cedo 151 cm, quando a cota média é 167 cm.
Mas avançou, já que na quinta-feira passada estava em 128 metros.
RIO PARANÁ, MAIS VERDE
A recuperação da bacia do Paraná 3 também foi significativa. Ainda com triângulo vermelho, a estação de Novo Três Passos, do Arroio Guaçu, em Mercedes, estava hoje com 174 cm, ante apenas 112 cm na semana passada.
A cota normal é 230 cm. Choveu bem na região: 157,2 milímetros.
O Rio Paraná, em Guaíra, chegou bem perto da cota média, de 140 cm: estava com 137 cm.
Na quinta passada, a estação registrava apenas 87 cm.
Outra estação telemétrica que ficou verdinha é a de Itaipu, que mede o Rio São Francisco Falso, afluente do Paranazão.
Estava hoje com 109 cm, bem acima da cota média, de 84 cm. Na semana passada, o nível estava em 99 cm.
E o resultado da chuvarada e dos rios da bacia do Paraná 3 mais cheios aparece também a jusante (abaixo) da usina de Itaipu.
O monitoramento hidrológico feito pela usina, pela primeira vez, apresenta números alentadores.
A cota do rio na Ponte da Amizade, que estava sempre 10 metros (ou mais) abaixo da normal (105,59 metros acima do nível do mar), apareceu hoje com uma variação entre 99,30 e 101,36 metros.
Pra amanhã, sexta, deve variar entre 98,83 e 100,52 metros.
Haverá reflexos positivos também na Argentina e no Paraguai, principalmente se as chuvas continuarem, como a meteorologia prevê.
Tomara que acerte!
AS USINAS DO IGUAÇU
Ainda não foi alterada, praticamente, a situação das hidrelétricas da bacia do Rio Iguaçu, onde o nível das barragens está tão baixo que ainda precisa de muita chuva pra normalizar.
A usina de Foz do Areia, por exemplo, deixou de produzir a partir das 13h desta quinta-feira, provavelmente para recuperar o nível do seu reservatório, que está com apenas 11,6% da capacidade.
O monitoramento da Copel mostra que a usina de Salto Santiago está um pouco melhor: 20,13% de reserva.
Mas, às 16h, ainda recebia bem menos água do que utilizava para gerar energia (que volta rio abaixo).
A vazão afluente ao reservatório era de 743 metros cúbicos por segundo, enquanto a água turbinada chegava a 1.140 metros cúbicos por segundo.
Ao longo do dia, a usina diminuiu a produção, o que também significa a tentativa de recuperar o nível do reservatório.
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