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Em defesa do plástico oxi-biodegradável

A reciclagem do lixo é um tema prioritário dos países que pretendem reduzir índices de poluição. A discussão se amplia a cada dia e a mobilização da sociedade se transforma no principal aliado dos entes públicos na hora de colocar em prática novas idéias para salvar o planeta. O Brasil apenas começa a despertar para esse grave problema. Em São Paulo, nossa maior metrópole, a reciclagem deveria ser tratada como uma prioridade de Estado, uma vez que os aterros sanitários vêem sua capacidade se esgotar na mesma velocidade com que a sujeira continua a invadir nossos rios e o litoral.

Aos poucos, algumas questões começam a fazer parte do dia-a-dia das pessoas. O mais recente caso envolve a adoção de sacolas plásticas oxibiodegradáveis no comércio, iniciativa que se espalha pelo país de maneira espontânea. Todos sabem que essa não é a melhor solução e o ideal seria a troca, pura e simples, de material plástico por pano ou papel. Mas, pelo menos, um composto oxibiodegradável poderia acelerar em até 100 vezes a decomposição de bilhões de toneladas de plástico que ficam repousando no meio ambiente à espera da degradação definitiva. Que virá em 500 anos.

Projeto de Lei vetado recentemente pelo governador José Serra na Assembléia Legislativa exigia a adoção desse plástico pelo comércio, oferecendo uma alternativa ao plástico-filme, que sai hoje de um supermercado e só desaparece daqui a oito ou dez gerações. É necessário continuar convivendo com esse tipo de material na medida em que existem outras tecnologias à disposição da humanidade? Claro que não. É por isso que tem causado estranheza a cruzada comandada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano, contra o projeto de adoção de sacolas oxi-biodegradáveis.

Ao contrário do que faz o secretário, não pretendo tratar o tema como uma questão partidária – estamos falando dos interesses da Terra, não de um ou outro partido. Só quero que o secretário, em vez de apenas disparar baterias contra inimigos imaginários, resolva o problema. Até agora ele apenas falou em reciclagem, responsabilidade da sociedade e mudança de hábitos para justificar o veto do governador.

Pior: em vez de oferecer soluções (que deveriam pertencer às preocupações de sua pasta), o secretário continua defendendo argumentos da indústria plástica. Exibe laudos produzidos por órgãos do governo, sem embasamento científico e com “ameaças” ao ambiente que ele e seus parceiros da indústria petroquímica gostam de propagar aos quatro cantos. E, mais grave, esquece de dizer que as partículas oriundas do processo de aceleração provocado pelo aditivo viram água e biomassa após o contato com microorganismos presentes na natureza.

Os exemplos da boa recepção do plástico oxibiodegradável estão aí para quem quiser enxergar. Na Argentina, uma das maiores redes de supermercados do mundo acaba de adotar as sacolas plásticas produzidas com esse material. Em breve, tenho esperanças de que transfira essa iniciativa para suas lojas em nosso território, repetindo o que países como a Inglaterra, Portugal, França e EUA vêm fazendo para diminuir o impacto do plástico produzido sobre os aterros sanitários, lagos e rios. Lá, como cá, não se trata da solução definitiva. Mas de algo capaz de amenizar o impacto da poluição que vem sendo produzida há décadas pelo plástico-filme ao ambiente.

O secretário paulista poderia, também, visitar o Paraná e conversar com seu colega de pasta, Rasca Rodrigues, que vem se empenhando pessoalmente para acabar com o plástico-filme, em colaboração com o Ministério Público.

Nada disso, porém, parece sensibilizar Graziano, cuja carreira política sempre esteve associada aos interesses do agronegócio. Interesses que, com freqüência, se opõem à preservação do meio-ambiente. Mas o pior de tudo é que o secretário parece desconhecer os limites entre a coisa pública e o interesse privado. O site que a Secretaria mantém na internet não indica quando as “ações” defendidas pelo titular serão colocadas em prática. Porém, abusa ao divulgar artigos do secretário, publicados em diversos meios de comunicação. Muitos deles, apenas defendendo os pontos de vista de seu partido. Trata-se de um caso escandaloso de uso da máquina pública que, tenho certeza, será devidamente apreciado pelo Ministério Público do Estado, onde já existe uma representação contra o secretário por ato de improbidade administrativa.

Falar é fácil, secretário. O papel do homem público é transformar idéias em políticas públicas. Não em propaganda pessoal.

* Sebastião Almeida, 50, é deputado estadual pelo PT (São Paulo). Foi o autor do projeto de lei 534/07 (vetado), que obrigava os comerciantes paulistas a adotar sacolas plásticas oxibiodegradaveis

Este Post tem 2 Comentários

  1. Considero a ideia de utilizar sacolas oxi-biodegradavel bastante viavel para o momento, até que as população concientize que as sacolas de tecidos são mais viaveis. Mas tem outra questão igualmente, ou até mais grave, o uso de fraldas descartaveis, que é uma verdadeira praga, pois não como convencer as novas mamães a utilizarem fladas de tecido em sus pimpolhos. Portanto é preciso que pense tambem em criar fladas que sejam oxi-biodegradaveis. E os sacos de lixo? Como Fazer? Tambem são oxi-biodegradaves?

    Obrigada!
    Margarida

  2. governO inúútiL…

    qeriaa ver c proibirr o plástico poluentee.. com muta i tudO..

    ii deixarr só u Bio degradaveL..

    Sei la..

    c Vira.. só tenhu 12 anoS!

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