Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Entenda como o Chile quer eliminar usinas termelétricas a carvão até 2040
Por Redação – Além da Energia – 02 de setembro de 2021 – Estratégia inclui fechar 11 usinas termelétricas a carvão dentro de três anos; totalidade será de 30 fechamentos até 2040
O nosso vizinho latino-americano tem a meta de descarbonizar a matriz energética até 2050, inclusive fechando 11 usinas termelétricas movidas a carvão dentro de três anos.
A totalidade das operações desse tipo (cerca de 30) seria encerrada até 2040, o que significa que as usinas a carvão devem ter um novo papel e, inclusive, podem ser reaproveitadas na transição energética do país.
Entenda, em seis tópicos, as principais ações chilenas nesse sentido:
A nova matriz energética
Atualmente cerca de 2% da geração de energia dos chilenos vem de fontes renováveis não convencionais, segundo o jornal La Tercera.
A meta arrojada é ter um cenário energético totalmente verde em 2040, com matriz centrada em fontes limpas. E o Chile tem histórico para isso.
Nos últimos dez anos, houve um aumento significativo na capacidade instalada de fontes renováveis não-convencionais, que saltaram de 540 MW (2011) para 6.113 MW (final de 2020).
De acordo com a Asociación Chilena de Energías Renovables y Almacenamiento (Acera), o objetivo é que esse tipo de fonte responda por 20% da matriz energética do país em 2025.
Carvão começa a ser superado
Uma das principais metas climáticas é desativar as termelétricas a carvão e, para isso, o Chile precisa consolidar a matriz sustentável citada acima.
No ano passado, a capacidade instalada das centrais solares fotovoltaicas e dos parques eólicos superou, pela primeira vez, o total gerado pelas termelétricas movidas a carvão. Embora a energia solar seja a que tenha a maior capacidade instalada, quem mais injetou energia no sistema em julho desse ano foram os parques eólicos, de acordo com a Comisión Nacional de Energía.
O fim das termelétricas a carvão
Um dos passos da descarbonização da matriz energética chilena foi dado em 2018 com um acordo entre as empresas geradoras e o governo.
As duas partes definiram pelo fim de novas usinas termelétricas a carvão que não tivessem sistemas de captura e de armazenamento do carbono.
Com a decisão, foi criado, na época, um grupo de trabalho, coordenado pelo Ministério de Energia do Chile, que definiu o cronograma de ações para o setor.
O que fazer com as atuais usinas
De acordo com o site Dialogo Chino, a desativação das cerca de 30 usinas termelétricas movidas a carvão poderá ser feita com a conversão delas para usinas de biomassa ou biogás, unidades de dessalinização ou mesmo para abrigar o desenvolvimento de novas tecnologias, como as baterias Carnot.
Na definição do site, as baterias citadas são carregadas por meio do aquecimento de sais.
Em resumo: grande parte da infraestrutura já existente poderia ser usada na geração de eletricidade. Apesar de parecer resolvido, o tema ainda deve ser discutido nos próximos tempos.
Diversificação de geradores também conta
Ao mesmo tempo que pensa na desativação das usinas termelétricas a carvão, o Chile investe nas novas fontes.
Boa parte das ações é resultado da diversificação de atores mercadológicos, uma vez que cerca de 40 empresas geram energia no país. E elas têm projetos solares, eólicos e hidráulicos.
Para os especialistas do setor, a diversificação leva a uma maior descentralização e desenvolvimento regional.
E, inclusive, isto gera novas oportunidades de trabalho em áreas que eram somente agrícolas ou florestais e agora são também sede de indústrias e de geração de energia renovável.
Fontes limpas ainda mais inovadoras
Com uma costa marítima de mais de 6,4 mil km, o Chile tem potencial para gerar muita energia com as ondas do mar.
Essa é a aposta de estudiosos locais que acreditam na geração elétrica a partir da energia cinética.
E há ainda outras fontes como a geotérmica.
O Chile tem nada menos do que cerca de 150 vulcões ativos que podem ter seu calor subterrâneo aproveitado em áreas mais próximas a superfície.
A estimativa atual fala em 3 mil MW como potencial geotérmico baseado nos vulcões.
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