Por José Tadeu Arantes - Agência FAPESP - 31 de outubro de 2024 - Estratégia…
Estudo americano registra aumento do nível de glifosato no organismo
(Julho) Manifestação na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, a favor da proibição do glifosato – AFP/Arquivos
Os níveis de glifosato, uma polêmica substância química presente em alguns herbicidas, aumentaram consideravelmente no organismo de uma população sob controle na Califórnia em quase 25 anos, segundo um estudo.
O aumento data de 1994, quando apareceram os primeiros cultivos geneticamente modificados nos Estados Unidos, nos quais o herbicida RoundUp poderia ser utilizado.
O estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) comparou os níveis de glifosato na urina de 100 pessoas que viveram na Califórnia durante 23 anos, desde 1993, antes da comercialização de cultivos transgênicos tratados com RoundUp.
“Antes da introdução dos cultivos geneticamente modificados, poucas pessoas tinham níveis detectáveis de glifosato na urina”, explicou Paul Mills, professor de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego e principal autor do estudo.
Neste grupo de adultos mais velhos, os níveis detectáveis de glifosato aumentaram na média 0,20 micrograma por litro durante o período 1993-1996 a 0,44 entre 2014 e 2016.
Estas concentrações ainda estão longe do limite diário 1,75 miligrama por quilo estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana, ou inclusive do limite mais estrito de 0,3 mg/kg da União Europeia.
“Estamos cada vez mais expostos ao glifosato e a maioria das pessoas nem sequer percebe que está consumindo a substância em seus alimentos”, disse Mills.
A princípio, o RoundUp foi usado em plantações e soja e milho geneticamente modificados. Depois foi aplicado em cultivos de trigo e aveia nos Estados Unidos.
Em julho, o estado da Califórnia declarou o glifosato como substância cancerígena.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera esta molécula “provavelmente cancerígena” desde 2015.
A Comissão Europeia revisou na terça-feira a proposta para renovar a licença do glifosato, com o objetivo de reduzir o período de autorização que atualmente é de cinco a sete anos, pouco depois do apelo do Parlamento Europeu para eliminar gradualmente o polêmico herbicida até o fim de 2022.
Nos Estados Unidos, milhares de pessoas com câncer apresentaram ações contra o grupo agroquímico Monsanto, um dos principais produtores de glifosato e proprietário do RoundUp.
Existem poucos estudos sobre os efeitos do glifosato em humanos, mas os testes realizados em animais demonstram que a exposição crônica a esta substância pode ter efeitos adversos, disse Mills.
Fontes – AFP / Isto É de 25 de outubro de 2017
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