Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Estudo aponta a presença de microplásticos no sal marinho
Olhe aí bras quem, que bonito! É isso que vocês defendem.
Os microplásticos presentes no oceano chegam cada vez mais à mesa. E não apenas pela ingestão de peixes e moluscos – o sal marinho também é um vetor
Microplásticos são encontrados em mares em todo o mundo. A partir daí surgiu a desconfiança de que os sais do mar pudessem conter microplásticos, pois são fornecidos diretamente da água do mar. Para testar a hipótese, cientistas coletaram 15 marcas de sais do mar em supermercados de toda a China. Com a pesquisa, encontraram entre os grãos de sal micropartículas de tereftalato de polietileno de plástico de garrafa de água comum, bem como polietileno, celofane, e uma grande variedade de outros plásticos.
O maior nível de contaminação de plástico foi encontrado no sal proveniente do oceano. Os pesquisadores mediram mais de 550-681 partículas de plástico em cada quilo de sal marinho. Apesar da pesquisa ser referente aos sais produzidos na China, a descoberta levanta a preocupação acerca do consumo de sal marinho, considerado mais saudável por não passar por um processo de refino e por possuir minerais em sua composição. Na maior parte do mundo, o sal marinho é mais caro que o sal de mesa, contudo, no Brasil, ele é o tipo mais comum e mais barato. As maiores salinas do país estão situadas em Areia Branca, no Rio Grande do Norte.
A maioria das partículas de plástico encontradas, cerca de 55%, medem menos do que 200 µm (Um micrômetro equivale a milésima parte do milímetro). Os plásticos mais encontrados em sais do mar foram os tereftalato de polietileno, seguidos por polietileno e celofane.
O cálculo feito pelos cientistas apontou que um indivíduo que consome a quantidade recomendada de sal pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de cinco gramas, iria ingerir cerca de 1.000 partículas de plástico por ano. Esse valor ainda não chega perto das 11.000 partículas de plástico por ano que o consumidor europeu de mariscos ingere, segundo estudo, mas é preocupante.
Pesquisas preliminares já apontam alguns dos riscos à saúde relativos à poluição gerada pelo microplástico (saiba mais sobre o perigo dos microplásticos aqui). Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, aponta que esse tipo de material tem a capacidade de absorver produtos tóxicos encontrados nos oceanos como pesticidas, metais pesados e outros tipos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), o que faz com que os danos à saúde da biodiversidade sejam muito maiores.
Diversas pesquisas já apontam a presença de microplásticos em moluscos e peixes (em uma concentração muito mais elevada do que no sal). Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e, ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o homem se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo da cadeia. Entre os problemas relacionados à intoxicação por POPs estão diversos tipos de disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas.
Para evitar grandes danos, devemos minimizar a entrada de plástico na cadeia alimentar. Você pode começar parando de utilizar esfoliantes que possuam microesferas de plástico e reciclando o plastico que utiliza: quanto menos plástico houver no oceano, menos plástico acaba em seu organismo.
Leia a materia original na Scientific American.
Fonte – eCycle
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