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Europa quer acabar com copo e canudos feitos de plástico descartável

Por UOL – 28 de maio de 2018 – Foto Getty Images

A União Europeia quer proibir materiais plásticos de uso único em objetos cotidianos e para os quais existem alternativas sustentáveis.

A ideia é acabar com canudinhos, garrafas e embalagens plásticas, que poluem rios e mares, matam animais marinhos e contribuem com o agravamento do aquecimento global.

A saída seria fabricar todos esses objetos com materiais biodegradáveis.

Pratos e talheres, mexedores de café, cotonetes e hastes para balões, dentre outros objetos, virariam sustentáveis.

Uma série de medidas concretas foram anunciadas nesta segunda-feira (28).

“Toda a ideia por trás do nosso enfoque é ajudar a indústria a desenvolver outros produtos e, assim que existirem alternativas viáveis e acessíveis, certamente, pressionaremos para que entrem no lugar dos plásticos poluentes de uso único”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.

A proposta principal é tornar obrigatória a utilização de materiais sustentáveis na produção de itens como canudos, cotonetes e copos e pratos plásticos, por exemplo.

A iniciativa tem inspiração na norma que proíbe as sacolinhas no comércio, considera bem sucedida por integrantes da Comissão Europeia, órgão da UE que propõe novas leis e é responsável por aplicar as decisões do Parlamento Europeu.

“Estes produtos não vão desaparecer, simplesmente serão produzidos com outros materiais. As pessoas poderão fazer piquenique, limpar a orelha ou tomar um drink como antes” Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia 

A proposta é voltada aos plásticos que são muito difíceis de reciclar e que representam 7% do lixo marinho nos mares da Europa.

De acordo com ela, os Estados-membros precisariam reduzir o consumo desses materiais, oferecendo nos pontos de venda alternativas sustentáveis ou proibindo que sejam distribuídos gratuitamente.

A Comissão também pretende obrigar os países a recuperar 90% das garrafas descartáveis até 2025.

Já os produtores de plástico também deverão ajudar a cobrir os custos da gestão e da limpeza dos resíduos e mencionar na embalagem o impacto negativo causado no meio ambiente por esse material.

A Comissão Europeia quer ainda um um esforço da indústria pesqueira, responsável por 27% do lixo que se acumula nas praias do continente.

A organização WWF comemorou a iniciativa e afirmou que as medidas representam um “passo essencial na boa direção”, mas pediu “objetivos mais ambiciosos”.

Já a ONG Rethink Plastic considerou “alarmante” que, dada a “urgência e a escala do problema”, a proposta não contemple medidas imediatas de redução para os países da UE e apelou aos políticos a adoção de metas.

“Sem mudança, em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos”, diz eurodeputado. Getty Images

Imposto do Plástico

A proposta da CE não contempla um novo imposto para o plástico, mas o vice-presidente da Comissão, Jyrki Katainen, afirmou que o Executivo continua “considerando” a avançar nesse sentido.

A Comissão espera que o Conselho Europeu, que representa os Estados-membros da UE, e a Eurocâmara, que representa a população, transformem a proposta em regra comunitária antes da eleição do parlamento, marcada para maio de 2019.

As medidas surgem em um momento em que a UE busca conquistar a liderança na criação de bens sustentáveis, um mercado avaliado em 2,5 trilhões de euros (US$ 2,9 trilhões).

Como alguns plásticos demoram 1.000 anos para se decompor, a UE propõe que as empresas estabeleçam sistemas de reutilização, como esquemas de reembolso de depósitos, para garantir uma oferta estável de material de alta qualidade.

“Sem uma mudança política, em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos” Florent Marcellesi, eurodeputado

A diretiva proposta tem como objetivo gerar uma economia projetada de 6,5 bilhões de euros para os consumidores e evitar a emissão na atmosfera de 3,4 milhões de toneladas de gases estufa.

O comissário da UE para o Orçamento, Günther Oettinger, defendeu a aplicação de multas aos Estados-membros que deixem de intensificar a reciclagem.

“Isso cria um incentivo para os políticos nacionais examinarem como o lixo plástico pode ser reduzido, com proibições, educação, um imposto nacional ou taxas para sacolas plásticas”, declarou ao Funke Mediengruppe.

Morte de animais

O lixo plástico representa perigo para os habitantes dos mares, pássaros e animais no topo da cadeia alimentar.

Muitos consomem os resíduos ou ficam presos neles, resultando em doenças e morte.

Além disso, o microplástico precisa de milênios para se decompor. Isso significa que o lixo plástico jogado pelas ruas ou desembocando em rios, lagos e oceanos ainda permanecerá nocivo por muito tempo.

 

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