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França quer bisfenol-A informado no rótulo das embalagens

Segundo o Le Figaro, a medida reforça o cerco ao bisfenol-A no país. No mês passado, o Senado Francês proibiu a comercialização de mamadeiras feitas de BPA

A agência de segurança alimentar AFSSA, equivalente francesa à brasileira Anvisa, sugeriu que os consumidores sejam informados da presença do bisfenol-A (BPA) em recipientes de alimentos. O químico já estava na mira do Senado Francês, que no mês passado baniu a comercialização de mamadeiras feitas com BPA.

Utilizado na fabricação de mamadeiras, embalagens de plástico e presente na forma de resina epóxi no revestimento interno de enlatados, o bisfenol-A vem sendo associado ao aumento na incidência de problemas cardíacos, diabetes, anormalidades no fígado e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. Alguns estudos também provam que o BPA é responsável pelo crescimento de células cancerígenas, favorecendo cânceres de mama e de próstata.

Em 2006, a European Food Safety Authority (EFSA), definiu uma dose diária tolerável (TDI) do BPA de 0,6 miligramas / kg de alimento, quantidade baseado em regras da União Europeia. No entanto, o número é controverso.

De acordo com Marc Mortureux, Director Geral da AFSSA, 500 estudos recentes apresentaram “resultados tranquilizadores, com médias de exposições na França”, entre 50 e 100 vezes menor do que o TDI. Mas, “alguns estudos também recentes indicam que o BPA pode ter efeitos adversos à saúde em doses abaixo da TDI”, acrescenta Mortureux ao Le Figaro. A própria AFSSA reconheceu a existência de “bandeiras vermelhas” em relação à dose diária considerada segura.

Recentemente, a ministra da Saúde, Roselyne Bachelot, disse que estava explorarando “a possibilidade de modificar a regulamentação do limite de migração do bisfenol-A em alimentos”. Ela ainda planeja “divulgar amplamente algumas recomendações para minimizar a exposição ao BPA como evitar o aquecimento de recipientes de plástico”.

Para o dia 1 de maio, está prevista a divulgação do relatório da European Food Safety Authority (EFSA) com novas considerações sobre o BPA. Segundo Mortureux, em depoimento ao Le Figaro, após o lançamento medidas proporcionais deverão ser tomadas à escala europeia. Sua sugestão é que os consumidores europeus sejam informados da presença de BPA em embalagens para alimentos e os limites da migração específica estabelecidos pela regulamentação sejam revistos por autoridades europeias.

Ainda não há previsão de mudanças na dose diária tolerável (TDI), mas essa medida mostra a “necessidade de mobilização da indústria no desenvolvimento de alternativas ao BPA em embalagens alimentares”, pontua Mortureux.

Fonte – O Tao do Consumo

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