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Fritjof Capra – Energia e transgênicos como questões na humanização do desenvolvimento 1/6

 

Fritjof Capra (Viena, Áustria, 1 de fevereiro de 1939) é um físico teórico e escritor que desenvolve trabalho na promoção da educação ecológica. Foto e informações da Wikipedia

Fritjof Capra dispensa apresentações. Há muitos anos atrás refletiu paradigmas, em seminário em Curitiba. Procura-se manter a exegese da manifestação.

Fritjof Capra inicia lembrando sobre os dois desenvolvimentos que se apropriam. E que tem impacto decisivo sobre o nosso bem estar e o futuro da civilização. O surgimento do capitalismo global e a criação de comunidades sustentáveis baseadas na prática de uma perspectiva ecológica. Estes dois cenários, cada um envolvendo redes complexas e tecnologias especiais avançadas, estão atualmente em curso de colisão.

Talvez esteja aqui a nova autopoiese que tanto se fala. Um novo arranjo de equilíbrio ecossistêmico na civilização humana. A civilização humana vai acabar determinando nova autopoiese sistêmica, na acepção livre da concepção de Niklas Luhmann e Ulrich Beck, que contemple a solução dos maiores problemas e contradições exibidas pelo atual arranjo de equilíbrio

Enquanto na natureza cada membro de uma rede viva está incluído e contribui para a sustentação do todo, o capitalismo global está baseado no princípio acumulação.

Esta distorção precisa passar por nova redefinição, que deveria preceder todos os demais valores, o que cria grandes exércitos de excluídos e um ambiente cultural, social e econômico que não é a vida agregando, mas se degradando.

Se expressa manifestação que um outro mundo é possível, mesmo dentro da livre iniciativa. Ocorre enfatizar que nada é contra a livre-iniciativa.

Que sem dúvida sempre foi e parece que sempre será o sistema que melhor recepciona a liberdade e a democracia. Mas uma nova autopoise sistêmica para o arranjo social, é urgente e inadiável.

A falta de liberdade nos regimes do leste europeu produziu uma das maiores hecatombes ambientais da história humana.

Capra assevera que os valores humanos podem mudar, pois não são leis naturais. A questão crítica não é tecnologia, mas política e de liderança. O grande desafio do século XXI será mudar o sistema de valores que marcam a economia global, de forma a fazê-la compatível com a demanda humana de dignidade e sustentação ecológica. Na verdade, este processo de reformulação da globalização já começou.

Na virada deste século, uma coalizão global impressionante de ONGs se formou em volta de valores centrais da dignidade humana e da sustentação ecológica.

Esta coalizão agora está formando uma sociedade civil global. Esta sociedade civil está engajada numa ampla variedade de projetos e campanhas.

O conceito de sustentabilidade foi introduzido no inicio dos anos 80 por Lester Brown fundador do “Worldwatch Institute” que definiu uma sociedade sustentável como aquela que seja capaz de satisfazer suas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras.

Muitos anos depois, o relatório da Comissão Mundial Sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (comissão proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) e sob a presidência da então primeira ministra da Noruega, Gro Bruntland) conhecido como Relatório Brundtland usou a mesma definição para apresentar a noção de desenvolvimento sustentável:

“A humanidade tem a habilidade de atingir o desenvolvimento sustentável, e satisfazer suas necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras em satisfazerem suas próprias necessidades.”

Estas definições de sustentabilidade são exortações morais importantes. Elas lembram-nos das nossas responsabilidades em passar aos nossos filhos e netos um mundo com tantas oportunidades como aquele que herdamos.

Entretanto, esta definição não nos diz nada de como construir uma sociedade sustentável. O que precisamos é uma definição operacional de sustentabilidade ambiental.

A senha para esta definição, diz Capra, é a percepção de que nos não precisamos inventar comunidades humanas sustentáveis partindo do zero, mas podemos modelar as mesmas a partir dos ecossistemas naturais que são comunidades sustentáveis de plantas, animais e microorganismos.

Uma das características impressionantes da biosfera é sua inerente capacidade de sustentar a vida.

Uma comunidade humana sustentável deve ser projetada de tal modo que sua forma de vida, negócios, economia, estrutura física e tecnologias não interfiram com a habilidade inerente da natureza em sustentar a vida.

Fonte – Roberto Naime, Fritjof Capra e os transgênicos, EcoDebate de 17 de maio de 2016

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