Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Fritjof Capra – Energia e transgênicos como questões na humanização do desenvolvimento 5/6
Fritjof Capra (Viena, Áustria, 1 de fevereiro de 1939) é um físico teórico e escritor que desenvolve trabalho na promoção da educação ecológica. Foto e informações da Wikipedia
Felizmente há uma alternativa ecologicamente aprovada e muito bem documentada para os transgênicos. Nova e que esta lentamente tomando conta da agricultura mundial numa revolução silenciosa.
É conhecida como “agricultura orgânica”, “agricultura sustentável” ou “agroecologia”. Quando os agricultores plantam safras organicamente, eles usam tecnologia baseada no conhecimento ecológico e não no químico ou na engenharia genética para aumentar seus campos, o controle das pestes e promover fertilidade no solo.
Quando o solo é cultivado organicamente, seu conteúdo de carbono aumenta, e assim a agricultura orgânica contribui para reduzir o aquecimento global. De fato, tem-se estimado que aumentando o conteúdo de carbono nos solos empobrecidos do planeta a níveis plausíveis absorveria quantidade de carbono equivalente àquelas emitidas pelas atividades humanas.
O renascimento da agricultura orgânica é um fenômeno mundial. Agricultores em mais de 130 países produzem atualmente alimento orgânico para comercializar. A área total que está sendo trabalhada de forma sustentável é estimada em mais de sete milhões de hectares e o mercado do alimento orgânico tem crescido numa estimativa de U$ 22 bilhões ao ano.
Há evidência abundante que agricultura orgânica é uma alternativa ecológica saudável à química e à tecnologia genética da indústria da agricultura. A agricultura orgânica aumenta a produtividade de forma viável econômica e socialmente além de ambientalmente benigna.
Numa sociedade sustentável, todas as atividades humanas, assim como os processos industriais devem utilizar energia solar exatamente como fazem os ecossistemas.
Em virtude do papel crítico que o carbono tem sobre as alterações globais, fica evidente que o uso de combustíveis sólidos é insustentável em longo prazo. Portanto, mudar para uma sociedade sustentável centralmente inclui mudar o modelo energético baseado em combustíveis fóssil, principal fonte de energia da Era Industrial, para a energia solar.
O sol tem fornecido energia a este planeta por bilhões de anos; virtualmente todas as formas de energia, madeira, carvão, petróleo, gás natura, vento, hidro-energia e assim por diante, são formas de energia solar.
Entretanto, nem todas são renováveis. No debate atual sobre energia, o termo “energia solar” é aplicado mais especificamente para referir-se a formas de energia que vêm de fonte inesgotáveis ou renováveis, a luz do sol para aquecimento solar e eletricidade fotovoltaica, vento, hidro-energia e biomassa (matéria orgânica).
A tecnologia solar mais eficiente envolve equipamentos pequenos, a serem usados pelas comunidades locais e que geram uma ampla variedade de postos de trabalho. Portanto, o uso da energia solar reduz a poluição ao mesmo tempo em que aumenta a demanda de trabalho.
Nas décadas anteriores, depositava-se muita esperança que a energia nuclear pudesse ser o combustível ideal para substituir o carvão e o óleo, nas logo tornou-se aparente que ela trazia enormes riscos e custos e que não era uma solução viável.
Os riscos começam com a contaminação das pessoas e do meio-ambiente com substâncias radioativas causadoras de câncer, durante todos os estágios do ciclo deste combustível. Juntando-se a isso, há a emissão inevitável de radiação em acidentes nucleares e mesmo durante operações rotineira de manutenção dos equipamentos.
Há também o insolúvel problema de segurança na estocagem do resíduo do material radioativo, a ameaça de terrorismo nuclear e a possibilidade de perda de direitos civis básicos numa “economia totalitária do plutônio”.
Todos estes riscos combinados aumentam o custo de operação de estações de geração de energia nuclear a um nível que as tornam altamente não-competitivas.
Hoje, a energia nuclear é a fonte energética de menor crescimento, caindo para um mero percentual de crescimento em 1996, sem nenhuma perspectiva de melhoramento. De acordo com o jornal inglês “The Economist“, nenhuma estação de geração de energia nuclear no mundo tem mais sentido comercial.
A energia solar, por oposição, é o setor que mais cresce desde a última década. O uso de células solares (células fotovoltaicas que convertem a luz solar em eletricidade) cresceu perto de 17% ao ano nos anos 90.
Uma estimativa mostra que mais de meio milhão de lares no mundo, a maioria em vilarejos remotos que não estão ligados à energia elétrica, agora obtém energia de células solares.
A recente invenção de telhas solares no Japão promete levar uma nova explosão na eletricidade fotovoltaica. Estas placas-telhas são capazes de transformar os telhados em pequenas estações geradoras de energia e que muito provavelmente revolucionarão a geração de energia.
A utilização de energia eólica tem crescido ainda mais espetacularmente. Durante a década de 90 cresceu perto de 24% e em 2001 a capacidade de geração de energia eólica cresceu espantosamente para próximo a 31%. Desde 1995 esta energia cresceu mais de cinco vezes enquanto o carvão diminuiu 8%.
Fonte – Roberto Naime, Fritjof Capra e os transgênicos, EcoDebate de 27 de maio de 2016
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