Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Governo quer São Paulo sem sacolinhas até 2012
Alckmin assina protocolo com supermercados para retirar de circulação sacolas plásticas derivadas de petróleo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou ontem um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para retirar de circulação até 2012 as sacolas plásticas descartáveis derivadas do petróleo. Pelo acordo, voluntário, os supermercados deixam de fornecer as sacolas gratuitamente e passam a oferecer outras alternativas para o transporte das compras.
O objetivo da medida é tirar de circulação cerca de 2,5 bilhões de sacolinhas que hoje são distribuídas mensalmente em todo o Estado. Muitas são descartadas de maneira incorreta e acabam entupindo bueiros e dificultando a drenagem urbana, agravando o problema de enchentes. Também são danosas à vida marinha, pois podem ser engolidas por animais ou asfixiá-los.
“Não é obrigatório. Queremos estimular uma cultura de sustentabilidade nos supermercados”, disse Alckmin, após assinar o protocolo, na abertura do 27.º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, na capital. Os donos de supermercados agora terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito do consumidor.
Na prática, os lojistas deverão incentivar alternativas como o uso de sacolas retornáveis, carrinhos de feira e caixas de papelão para o transporte das compras. Se optar pela sacola descartável, o consumidor terá de pagar pela versão biodegradável, feita de amido de milho, que estará disponível para vendas nos supermercados por cerca de R$ 0,20.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas, a medida propõe uma mudança de atitude. “Esperamos uma grande adesão. Em Jundiaí, que já tomou essa iniciativa, no primeiro mês houve a adesão de 75% dos consumidores. A própria população cobrou dos supermercados que ficaram de fora e, hoje, 95% das pessoas aderiram”, disse. Em oito meses, segundo Covas, 480 toneladas de plástico deixaram de ir para os aterros.
Reação
A restrição do uso das sacolas desagradou aos trabalhadores da indústria química e dos plásticos. Manifestantes receberam o governador Geraldo Alckmin, na abertura do congresso, com faixas e cartazes em que criticavam a medida.
Segundo Lourival Pereira, coordenador de saúde e meio ambiente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Plásticos de São Paulo e Região, o fim das sacolas pode resultar na perda de 20 mil empregos só na Grande São Paulo. “Elegeram a sacola plástica como a vilã ambiental. Não é verdade: a sacola pode ser recolhida e reciclada.” Para ele, a medida penaliza o consumidor, que terá de pagar por sacos para dispor o lixo. “A questão ambiental está sendo usada como fachada para reduzir os custos dos grandes supermercados.”
Guerra ao plástico
59 sacolas por mês é quanto cada paulista leva para casa
R$ 11 é o gasto que o consumidor terá por mês com a compra de sacola biodegradável, diz o sindicato
Fonte – Andréa Vialli, Estadão de 10 de maio de 2011
A notícia do fim da distribuição gratuita de sacolas plásticas de uso único seria a coroação dos nossos esforços, da nossa luta, do nosso empenho, pois desde 2004 estamos lutando para acabar com as sacolas plásticas de uso único, que ficam 500 anos poluindo o planeta mas … tem o pequeno mas, que nesse caso é um grande e preocupante mas.
Esse mas é que depois de derrotar a máfia do plástico eterno e seus asseclas, surgiu uma máfia maior ainda, a máfia do plástico de comida, em que se planta comida – milho, batata, mandioca, arroz, trigo, cana – usando terra fértil e água potável para desviar esta comida, roubar es comida do prato de bilhões de famintos para fabricar uma sacola que será usada por meia hora e depois descartada no planeta.
Ah, vocês podem dizer, mas esta sacola é feita de recursos naturais renováveis. Então tá, acontece que não é bem assim, água potável e terra fértil são recursos naturais cada vez mais raros e preciosos para alimentar uma população global que se aproxima de 7 bilhões e continua a crescer e não devem ser usados futilmente, sem necessidade, com o risco das próximas gerações não terem terra e água para plantarem seus alimentos.
Depois tem outro mas, que é esta sacola ter 40% de comida e 60% de petróleo, o que quer dizer que estão enganando o consumidor, pois a maior parte da sacola ainda é petróleo, então, que vantagem maria leva? A única que ganha é a basf, enganando o consumidor e o resto do planeta perde, inclusive os humanos que ainda não nasceram.
Querem outro mas? Essa sacola não pode ser reciclada junto com o plástico convencional, ela destrói a cadeia da reciclagem, impedindo que plásticos convencionais e oxibiodegradáveis voltem a se transformar em plástico novamente.
Ainda não cansaram dos mas? Então tá, lá vai mais um mas … para se decompor em 180 dias esta sacola necessita de ambiente de compostagem, rico em microorganismos. Ganha um pirulito de amora quem citar 5 cidades brasileiras que tem composteiras, num país em que a reciclagem não chega a 1%, em que menos de 10% das cidades tem coleta seletiva organizada pela prefeitura, poucas cidades tem aterro sanitário, um pouco mais tem aterros controlados e a esmagadora maioria das cidades conta somente com lixões a céu aberto.
Cobrar pelas sacolas plásticas de uso único é maravilhoso, a solução ideal, apoiamos completamente esta medida, pois quem quer poluir, que pague por isso, mas que sejam sacolas com ciclo de vida útil controlado, não importando a tecnologia, sacolas fabricadas, sim com petróleo, mas que em 18 meses já terão se degradado, voltado ao planeta em forma de água, pequena quantidade de CO2 e biomassa.
Ah, e o mais importante, não esqueça sua sacola retornável em casa. Sacola retornável, já! O planeta e os seres de amanhã agradecem.
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