Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Guerra das sacolas
Dzai de 19 de maio de 2009
A discussão em torno das sacolinhas de supermercado está dividindo o varejo brasileiro. De um lado, empresas que apoiam a proposta de sacolas plásticas mais resistentes, bandeira levantada pela Plastivida, organização patrocinada pela indústria nacional de plástico. De outro, comerciantes que aderiram à causa das sacolas oxi-biodegradáveis, tecnologia da empresa RES Brasil, cujo principal porta-voz tem sido a FUNVERDE, de Maringá (PR).
Correndo por fora, as sacolas retornáveis feitas de pano, intensamente distribuídas e vendidas nos últimos três anos por todos os varejistas, mas invariavelmente esquecidas em casa pelos consumidores de todo o País. Só o Wal-Mart Brasil estima ter vendido em 2008 mais de 1 milhão de sacolas de algodão. O problema é que sem uso, elas acabam atrapalhando em vez de ajudar, já que o processo de produção de uma embalagem de pano também tem impacto ambiental.
A única certeza é de que a questão do plástico é mesmo urgente. Só no Brasil, o consumo mensal de sacolas plásticas nos supermercados é de 1 bilhão de unidades, média de 66 por habitante. Estima-se que 80% delas são usadas como sacos de lixo doméstico e vão parar em aterros sanitários ou pior, no mar, nos rios, nos esgotos das cidades, degradando paisagens e ecossistemas.
E a situação é ainda mais complicada se lembrarmos que o plástico também embala frutas e verduras na feira, carnes no açougue e tantos outros produtos industrializados como biscoitos, arroz, feijão, açúcar, refrigerantes, iogurtes, itens de limpeza, etc. O tempo médio de decomposição do material só intensifica o problema: 500 anos. O poder de acúmulo do material passa a ser gigantesco.
É por isso que o PROJETO SACOLAS ECOLÓGICAS da FUNVERDE tem como solução para as embalagens de produtos o plástico oxi-biodegradável, para aproximar o ciclo de vida da embalagem do ciclo de vida do produto.
As sacolas oxi-biodegradáveis se apresentam como uma solução paliativa. Elas usam um aditivo conhecido como d2w, que acelera o tempo de decomposição do plástico. De acordo com a RES Brasil, empresa de Valinhos (SP), responsável pelo licenciamento da tecnologia, o aditivo provoca a “decomposição das ligações carbono-carbono no plástico, o que leva a uma diminuição do peso molecular e ao final uma perda de resistência e outras propriedades”.
Porque solução paliativa? Se você estiver falando de sacolas, elas serão banidas em pouco tempo do varejo brasileiro, mas se falarmos em embalagens de produtos, a solução ideal é o plástico oxi-biodegradável, um plástico de ciclo de vida curto, afinal, que solução você daria para embalar carne, de peixe senão o plástico? E tem que ser o plástico oxi-biodegradável, que não ficará nos assombrando por centenas de anos .
Trocando em miúdos, a tecnologia promete reduzir a vida útil de uma sacola de plástico de 500 anos para um ano e meio. Respondendo às críticas comumente feitas à tecnologia, em seu site, a RES Brasil, que já tem mais de 150 empresas licenciadas, garante: “Os produtos com tecnologia eco-responsável d2w não necessitam de um ambiente biologicamente ativo para começar a degradar”.
Hoje são mais de 190 empresas licenciadas.
A Plastivida contesta a informação. Segundo Francisco de Assis Esmeraldo Filho, presidente da instituição, a tecnologia d2w não é biodegradável e provoca um impacto ambiental ainda maior porque ao fragmentar o plástico, o aditivo permite, por exemplo, que pequenos bichos como peixes e passarinhos comam o material. “É como varrer a sujeira para debaixo do tapete”, compara.
Na opinião de Assis, a tecnologia só seria aceitável se o Brasil tivesse coleta seletiva de lixo, destinando o material para usinas de reciclagem. “Não é verdade que o material dispensa um ambiente especial para se degradar. Eu tenho duas sacolas aqui no meu escritório há mais de dois anos e elas estão inteiras. Alguns fabricantes nem colocam o aditivo”, suspeita Assis.
Ai xiquito, pare de falar besteiras – êpa, depois de 5 anos, sabemos que isto é impossível para você -. Quando convidamos as tecnologias mundiais de aditivo oxi-biodegradável – e só o representante do aditivo D2W se deu ao trabalho de vir até Maringá, no Paraná, nos apresentar a tecnologia – este representante antes mesmo da primeira reunião com a FUNVERDE, enviou dezenas de amostras de produtos fabricados com a tecnologia de oxi-biodegradabilidade e colocamos estas amostras para degradar, algumas em caixas de papelão abertas, outras fechadas, outras em caixas de plástico tampado para vermos a evolução da degradação e abolutamente todas se degradaram, as em caixas de plástico menos rapidamente, seguidas pelas amostras em caixas de papelão fechadas e as amostras que se degradaram mais rapidamente foram as que ficaram expostas algumas ao sol, outras à sombra, em caixas de papelão aberto. Se você quiser xiquito, podemos levar um monte de sacola degradada para provar para você, aceita?
Então pare de caluniar a tecnologia que está limpando o país da sujeira que seus patrocinadores criam, ao fabricar plástico sem ter a responsabilidade de dar a destinação final ao produto que criam, o que é lei, viu xiquito!
Para variar um pouco e pare de usar os peixinhos e passarinhos para comover as pessoas, golpezinho baixo este seu, mas não convence mais ninguém, tá! É claro que o material antes de se biodegradar tem que ficar em pequenos pedaços, tem que haver a quebra inicial, a degradação, senão os microorganismos não poderiam biodegradar este plástico. E de mais a mais, não se faça de loiro burrinho, porque nem loiro você é, você sabe que tudo o que se biodegrada antes tem que degradar, até o seu plástico convencinal – depois de centenas de anos – papel, metal etc, natural, nada de novo foi criado com esta tecnologia, a única coisa que foi feita foi adiantar o processo e isso você entende muito bem, o papel de loira burra não lhe cai bem.
Olhe o deslize que pegamos na sua frase xiquito, você sempre diz que o plástico oxi-biodegradável não pode ser reciclado, que contamina o material sem o produto e agora você afirma que ele pode ser reciclado. Hahaha, tome mais cuidado xiquito, está se denunciando.
Para a Funverde, fundação ecológica de Maringá que apoia o uso das chamadas sacolas oxi-biodegradáveis, tanta desconfiança por parte da Plastivida tem uma explicação. “Eles são soldadinhos de chumbo das petroquímicas que não querem reduzir seus lucros”, afirma Ana Domingues, fundadora da instituição. Para criar a cultura da sacola retornável, a entidade defende a adoção por todo o varejo do ‘dia da semana sem sacola’. “Poderia ser nos dias de menos movimento”, sugere Cláudio José Jorge, presidente da entidade.
Na verdade minha frase foi “eles são soldadinhos de plástico”, entendeu a ironia? Foi sem graça? Desculpe, não consigo me controlar.
Não defendemos somente o dia sem sacola, primeiro o dia sem sacola na semana, depois dois dias, três … assim por diante, até se banir completamente as sacolas.
Mas temos outras estratégias que divulgamos desde 2005 como educação ambiental para o consumidor. São elas, o desconto por não utilizar sacola de plástico de uso único de 3 a 5 centavos – que é o que custa uma sacola, idéia que agora o Wal Mart está utilizando e a cobrança de 30 a 50 centavos por sacola – que é o valor de 10 sacolas, como uma punição para o mal consumidor. Nas grandes redes, por comprarem muitas sacolas, elas custam até 3 centavos e nas pequenas redes, até 5 centavos a unidade.
Você pode também ter o cartão fidelidade, em que o cliente comprou X Reais e ganha uma sacola retornáve, enfim, estas são apenas algumas das estratégias que ensinamos para os supermercadistas que nos procuram para banir as sacolas. Você sabia que as sacolas representam até 7% do custo operacional de um supermercado? Que um supermercado, se não adquirisse as sacolas para distribuir para o consumidor, conseguiria construir mais um supermercado por ano? Você sabia que as sacolas plásticas representam 10% de todo o lixo de uma cidade?
Jorge conta que a Funverde surgiu com a proposta de fazer o replantio da mata ciliar nos córregos de Maringá. Mas em 2004 a entidade decidiu assumir a causa da substituição de sacolas plásticas depois de se deparar com a enorme quantidade dessas embalagens nas margens dos rios. Segundo Jorge, cerca de 80% do lixo recolhido pelos voluntários era de sacos de supermercados.
Para amenizar essa situação, a Plastivida defende o uso de sacolas mais resistentes. Em maio do ano passado, a fundação lançou o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas com a proposta de reduzir o consumo das tradicionais sacolinhas em 30%. A iniciativa tem o apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e das associações de supermercados de cada estado.
Eles só conseguiram diminuir em 12% o uso das sacolas com este embuste e de mais a mais, as sacolas produzidas para este projeto usa 30% a mais de plástico. Isso o xico não fala, né xico? Isso quer dizer a petromáfia viu um jeito de vender mais plástico e ganhar mais dinheiro. Espertalhões, capitalistas selvagens. Não pense você que inventaram estas sacolas porque se preocupam com o planeta e os seres viventes, isso jamais lhes passou pela cabeça, apenas viram um jeito de lucrar ainda mais com as sacolas.
O programa partiu de estudos que indicaram a baixa resistência das embalagens como um fator preponderante do aumento de uso de sacolas. Apenas 26% dos consumidores usavam a sacola adequadamente, 61% enchiam pela metade e 13% usavam em duplicidade. De acordo com a Plastivida, pesquisas realizadas logo depois dos primeiros projetos piloto do programa mostraram uma inversão no comportamento dos consumidores: 64% passaram a usar a sacola de forma adequada, 30% encheram pela metade e 6% usaram em duplicidade.
Pelo menos numa questão as duas fundações concordam: a solução definitiva seria a reciclagem. Porém, os caminhos são diferentes. A Plastivida sonha com a utilização de sacolas plásticas como combustível para usinas de reciclagem. “Um quilo de plástico produz a mesma energia que um litro de óleo combustível”, afirma Assis. Já a Funverde tem como meta para 2015 o fim das sacolas de plástico e sua substituição por retornáveis. “O oxi-biodegradável será usado só em embalagens de industrializados”, diz Ana.
A plastivida não é uma fundação, é um instituto patrocinado pela indústria nacional do plástico. A FUNVERDE sim, é uma fundação de direito privado, criada para fazer o trabalho que o governo se recusa a fazer mesmo sendo sua obrigação e todos os membros são voluntários, todos são empresários que em seu tempo livre trabalham para fazer deste planeta um mundo melhor para nós e para os seres do amanhã.
Agora me diga, quem tem mais legitimidade para defender o planeta? Este instituto bancado pela indústria plástica, que só se interessa em lucrar sem respondabilidade pelo lixo que gera ou nós, que estamos aqui, que estamos mudando o planeta dia após dia, com nossos projetos, lutando contra organizações poderosas, organizações estas que tem um orçamento fabuloso que usam para defender seus interesses, que repetem mentiras tantas vezes que o cidadão acaba achando que é verdade? Cabe a você, cabe a nós não deixarmos estas corporações do mal destruirem este planeta.
Escolhas
Preocupadas em definir suas políticas de sustentabilidade empresarial, os varejistas tentam se posicionar em meio à polêmica das sacolinhas. Em fevereiro passado, o Grupo Pão de Açúcar aderiu ao programa de consumo responsável das sacolas da Plastivida. Todas as lojas da rede estão usando sacolas mais resistentes para aguentar maior peso e evitar a sobreposição de embalagens, uma prática muito comum nos supermercados. A capacidade de cada sacola vem estampada em números grandes.
Segundo Paulo Pompilio, diretor de responsabilidade socioambiental, no primeiro mês do projeto piloto houve uma queda de 20% no consumo de sacolas. No início da campanha, 26% dos consumidores preenchiam as sacolas plásticas tradicionais até atingir sua capacidade máxima. Hoje, esse percentual já chega a 60,8%, e a expectativa é que esse índice se eleve a mais de 80% ainda neste ano.
Isso é uma farsa, não bane as sacolas plásticas, repudiamos esta iniciativa que só serve para engordar ainda mais os cofres das petroquímicas.
No caso da rede de sanduíches Subway, a opção escolhida foi o plástico oxi-biodegradável. Até mesmo porque a sacola resistente não faria diferença, considerando que o produto embalado para viagem é leve. “A medida foi inicialmente tomada para atender à legislação do Paraná; entretanto, decidimos implementar em todo o Brasil pela importância que a Subway confere às questões ambientais”, afirma o gerente de operações Giuliano Ivankiw.
Parabéns ao Subway, esta empresa se preocupa com o planeta.
O Wal-Mart Brasil testa outra alternativa: a concessão de descontos por sacola não utilizada. Desde dezembro, todas as lojas das bandeiras Bompreço e Hiper Bompreço localizadas em Salvador e Recife passaram a dar descontos de R$ 0,03 a cada embalagem dispensada pelo cliente – ou a cada cinco itens adquiridos, quantidade média de produtos embalados em uma sacola. Em uma compra de 200 itens, por exemplo, o cliente ganha desconto de R$ 1,20. É uma forma de estimular o uso de sacolas retornáveis, caixa de papelão ou carrinho de feira.
“Nos primeiros dois meses de projeto, concedemos mais de R$ 35 mil em descontos a nossos clientes de Salvador e Recife e evitamos o descarte de mais de 1 milhão de sacolas no meio ambiente. O sucesso nessa primeira fase estimulou a ampliação do projeto para todo o Nordeste no dia 16 de março”, conta a gerente de sustentabilidade Christianne Urioste. Com a expansão, a empresa prevê 600 mil sacolas plásticas poupadas ao meio ambiente e um valor médio de R$ 24 mil em crédito aos consumidores por mês.
Segundo Christianne, a previsão é de ampliação do projeto para todo o Brasil ainda este ano. A meta da rede, anunciada em setembro do ano passado, é reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas em suas lojas até 2013. “Os resultados obtidos pela empresa têm sido muito satisfatórios e nos indicam que estamos na direção certa. Nosso interesse é continuar disponibilizando alternativas aos clientes e contribuindo cada vez mais para a conscientização das pessoas em relação à necessidade de moderação no uso das sacolas plásticas e descarte correto delas.”
Não esqueçamos que o Wal Mart joga no planeta 150 milhões de sacolas por mês, que o Carrefour despeja no planeta 150 milhões de sacolas por mês e que o pão de açúcar polui o planeta com 150 milhões de sacolas por mês e que nenhum deles, apesar das iniciativas tomadas – e apoiamos totalmente o Wal Mart ao dar o desconto nas compras em que não são utilizadas as sacolas plásticas de uso único, mas para nós não é o suficiente, nem de perto o suficiente para resolver o problema das sacolas plásticas, falaremos mais sobre a iniciativa do Wal Mart nos próximos posts – e que nenhum deles está utilizando a sacola oxi-biodegradável, que é o caminho natural para a sacola retornável, pois, enquanto não se bane a sacola plástica de uso único, ao menos a oxi-biodegradável é ambientalmente correta e não ficará de herança para nossos descendentes limparem a sujeira criada por nós.
Sem a pressão comum aos supermercados, a Baby Couture, loja paulistana especializada em roupas para bebês prematuros, decidiu abolir de vez a sacola de plástico. Os produtos são embalados em uma caixa de papelão rígido confeccionada com madeira de reflorestamento. O melhor de tudo é que o destino final da embalagem não é o lixo. “As clientes acabam usando a caixa para guardar itens de costura, fotos, bijuterias e remédios”, afirma a proprietária Luciana Villanova. “Além de contribuir para reduzir as sacolas de plástico, estimulo a fidelização.”
Maravilhosa iniciativa, cada varejista tem que escolher a solução ideal para seu cliente, desde que não prejudique o planeta.
Contatos:
Funverde: (44) 3226-2113
RES Brasil: (19) 3871-5185
Plastivida: telefone vetado
Pão de Açúcar: 0800 7732 732
Subway: (41) 3301-7250
Wal-Mart: 0800 705 5050
Baby Couture: (11) 3661-4105
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