Instituto de Pesquisa Ambiental Marinha pede restrição ao uso do bisfenol A

Análise está baseada em estudo que comprova contaminação do oceano pela degradação de latas e embalagens plásticas

Maine, EUA — O Instituto de Pesquisa Ambiental Marinha dos Estados Unidos (Meri) recomendou restrição ao uso de bisfenol A (BPA) dentro do conjunto de leis que visa proteger a saúde de crianças. O Instituto formulou sua opinião, durante reunião do Conselho de Proteção Ambiental realizada essa semana, analisando diversos estudos que têm associado o BPA à interferências endócrinas e alterações na função celular de pessoas e animais.

Tristan Burgess, pesquisadora do Instituto, apresentou o relatório assinado pelo diretor do Meri e pela toxicologista marinha Susan Shaw. O relatório cita estudos realizados na Universidade de Nihon, no Japão, que comprova contaminação do oceano pela degradação de latas e embalagens plástica. O BPA é um dos químicos mais fabricados no mundo e está presente em garrafas plásticas, latas de comidas e bebidas, eletrônicos, recibos e muitos outros produtos.

Em março, pesquisadores também informaram à Sociedade Americana de Produtos Químicos que moluscos e crustáceos podem estar sendo prejudicados por essa contaminação, mesmo em concentrações pequenas. Depois de uma extensa pesquisa, outro cientista, Hans Laufer, da Universidade de Connecticut, revelou que compostos similares ao bisfenol A, conhecidos como alquifenóis, são os possíveis responsáveis pelas deformações encontradas recentemente no corpo das lagostas. A declaração de Shaw também trata dos efeitos negativos dos químicos no águas de Maine. “Com mais de 3 mil milhas de costa e a maior indústria de lagosta dos Estados Unidos, Maine precisa se dar conta que os impactos do BPA e alquifenóis no ambiente marinho podem ser devastadores”, disse.

O Conselho de Proteção Ambiental receberá comentários e opiniões até 30 de agosto antes de deliberar e votar sobre a utilização do bisfenol A.

Para mais informações e para ler a carta em inglês de Shaw para o Conselho de Proteção Ambiental, acesse: www.meriresearch.org

Fonte – Fenceviewer de 24 de agosto de 2010 / O Tao do Consumo