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Já ameaçadas, as abelhas agora têm outro inimigo com que se preocupar: fungicidas

abelha-melWikimedia Commons

Não é segredo algum que as abelhas têm passado por apuros. Ontem mesmo, a Bombus affinis se tornou a primeira abelha nos Estados Unidos continentais oficialmente listada no Endangered Species Act, criado para proteger espécies sob risco de extinção. Mas essa é apenas a ponta do iceberg para nossas amiguinhas barulhentas, que, diferentemente de suas primas vespas, só querem polinizar plantas com seus pequenos corpos peludos. Infelizmente, as melhores abelhas, as de mel (Apis mellifera L.), estão lidando com mais uma ameaça à sua existência, enquanto as vespas apenas relaxam e veem o caos.

De acordo com uma nova pesquisa publicada em 21 de março, no Journal of Economic Entomology, o fungicida iprodiona, normalmente usado em pomares de amendoeiras, podem matar as abelhas de mel dentro de aproximadamente dez dias após exposição à substância. As abelhas de mel, que normalmente vivem por 122 dias, são alguns dos mais importantes polinizadores que temos; Então, a menos que você esteja torcendo por uma situação como a do 6º episódio da 3ª temporada de Black Mirror, isso é uma má notícia.

“Considerando que esses fungicidas podem ser aplicados quando as abelhas de mel estão presentes em pomares de amendoeiras, nossas descobertas sugerem que as abelhas podem enfrentar perigo significativo da aplicação de químicos, mesmo quando aplicados com responsabilidade”, disse Juliana Rangel, co-autora do estudo e professora assistente de apicultura na Texas A&M University, em um comunicado.

abelha-mel-2Abelha europeia polinizando uma flor (Wikimedia Commons)

A equipe usou um túnel de vento para testar como vários fungicidas, incluindo o iprodiona, afetariam abelhas de mel. Os fungicidas, em vários níveis de dosagem e velocidade, foram esguichados através do túnel de vento, enquanto um grupo de controle de abelhas não recebeu tal tratamento. Os pesquisadores descobriram que as abelhas expostas ao iprodiona, pela substância em si ou por alguma combinação com outros fungicidas, morreram em taxas duas ou três vezes maiores que as abelhas que não foram expostas, após dez dias. Neste momento, ainda é incerto por que esse fungicida particularmente é tão perigoso para a saúde das abelhas de mel. Tudo o que sabemos é que, por várias razões, isso é ruim. Muito ruim.

“A abelha de mel (Apis mellifera L.) contribui com US$ 17 bilhões com a economia dos Estados Unidos, especialmente ao polinizar colheitas de agricultura muito importantes, incluindo a da amêndoa, que é completamente dependente da polinização da abelha de mel para a produção do fruto”, escreveram os pesquisadores. “Ao proteger pomares de amendoeiras de diversas pragas e patógenos, tratamentos químicos pesados são usados durante o crescimento dos frutos. Entretanto, apesar de seu uso unânime, os efeitos dos vários pesticidas usados repetidamente nos pomares de amendoeiras na saúde da abelha de mel não são bem compreendidos.”

Com sorte, o estudo irá encorajar produtores a considerarem outras alternativas ao fungicida, ou protocolos de spray que minimizem a exposição à abelha de mel. Enquanto isso, por várias razões, incluindo não apenas este fungicida, mas também pesticidas, doenças e mudança climática, as abelhas de mel continuam a morrer aos montes, nos aproximando cada vez mais de nosso colapso inevitável como espécie.

Então, pois é… Salvem as abelhas, se não…

Fontes – Rae Paoletta, Journal of Economic Entomology / Gizmodo de 22 de março de 2017

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