Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Jardins de chuva na região central de São Paulo
Por ciclovivo
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, está construindo mais de 20 mil metros de jardins de chuva nos distritos da Sé, República, Santa Cecília, Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação e Liberdade.
Os jardins têm a função de ampliar a permeabilidade urbana, minimizar os efeitos do escoamento superficial e reter a água por meio de jardins de retenção hídrica. Além de coletar e ‘segurar’ as águas, os jardins contribuem para a minimização dos efeitos de enchentes e alagamentos; e claro, deixa a cidade mais florida e atrai mais pássaros.
Até o momento foram concluídos 18 jardins de chuva: 1 na Travessa Grassi, na Sé; 2 na Rua Antônio de Sá, no Glicério; 4 na Avenida 23 de Maio X Praça da Bandeira, na Bela Vista; e 11 no eixo da Rua Major Natanael, no Pacaembu.
Na Rua Major Natanael há o maior sistema de jardins de chuva do Brasil, congregando 11 jardins dispostos em pontos específicos deste eixo, com mais de 2.700 m2 de área verde para a cidade de São Paulo.
A constituição de quase todos os jardins têm como regra a “inversão” do que se faz com uma rua, ou seja, ao invés de se ter a base de asfalto ou concreto como material; se tem a terra.
“Estamos construindo um futuro mais verde para o Centro da nossa cidade com bosques de conservação urbana e jardins de chuva. Ganha a população que terá espaços que antes eram cinza e agora possuem as variadas cores de flores, sons de passarinhos, e a beleza das árvores. São projetos de preservação ambiental como estes que estamos desenvolvendo com dedicação de toda equipe da Subprefeitura Sé, respeito ao meio ambiente e carinho pela nossa São Paulo”, finalizou o subprefeito da região, Roberto Arantes.
Sustentabilidade
Os jardins que estão sendo construídos pelas equipes da Subprefeitura Sé também são pioneiros na utilização da reciclagem do concreto removido da rua para o próprio jardim.
O asfalto/concreto da área do jardim é removido, uma área é escavada com cerca de 1,20 m de profundidade, e preenchida com entulho reciclado/rachão e sobre esse material poroso é recolocada a terra, com composto orgânico produzido pelo Pátio de Compostagem; e as mudas, como árvores, palmeiras, arbustos e forrações, predominantemente nativas.
Flores, frutas, avifauna, sapos, rãs e pererecas
Os jardins funcionam como uma bacia natural de retenção hídrica, alguns com a função de coletar a água, outros com a função de retardar seu escorrimento superficial, e outros represando e posteriormente drenando o maior volume possível de água até que depois os locais estejam novamente livres (secos) para novas ações semelhantes.
Na Rua Major Natanael há pequenos laguinhos. De acordo com o biólogo Rodrigo Silva, a água da chuva que desce ao longo do jardim empoça e corre por estes pequenos espaços atraindo sapos, rãs e pererecas. “Já podemos observar girinos, borboletas, periquitos, insetos e o funcionamento adequado de todo o sistema. É a natureza respondendo a nossa intervenção”, complementa o biólogo.
Nos jardins já foram plantadas vedélias, grama-amendoim, agapantos brancos e azuis, grama-esmeralda, capim-do-texas verde e rubro, cordylines, ruélias roxas, biris vermelhos e amarelos, pau d’água; e variadas espécies arbóreas nativas como: de ipês roxo, branco e amarelo-do-brejo, mirindibas, dedaleiras, alecrim-de-campinas, jerivás, araçás amarelos e roxos, coração-de-negro, sangra d’agua e paineiras.
Novo jardim
O próximo jardim de chuva a ser entregue à população fica na Avenida do Estado, em frente ao Bosque das Maritacas. Já se pode ver o trabalho sendo executado pelos profissionais que nesta fase estão retirando o asfalto para escavar o solo.
Em uma das cinco equipes da Subprefeitura Sé empenhadas na construção dos jardins trabalha o técnico agropecuário, Adalton José de Carvalho. Ele conta que os jardins de chuva podem ajudar a amenizar a temperatura ambiente. “Além do verde e da beleza das plantas que irão florir em diversas épocas do ano, podemos dizer que a maior recompensa é a água que irá para o lençol freático e as frutíferas que vão ser plantadas irão atrair diversos animais. Em função disso formará um microclima nestas áreas contribuindo para amenizar a temperatura ambiente”, afirma Adalton.
As informações são da Prefeitura de São Paulo.
Nota da FUNVERDE
Este é um daqueles bons projetos que precisa ser copiado
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