Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Livro Biomas do Brasil – da exploração à convivência
Aprender a pensar a vida e o Brasil a partir dos seus biomas
A Campanha da Fraternidade deste ano é uma oportunidade que a Terra e Deus estão dando a todos nós, brasileiros e brasileiras, para refletir criticamente sobre a situação em que se encontram os seis – ou sete – berços vivos e geradores de vida – os biomas – em que os seres humanos, a rica biodiversidade e tudo que constitui estes diferentes ambientes vitais.
Seria muito pouco, mesmo se ponto de partida indispensável, que o diálogo se limitasse a uma constatação, uma descrição superficial da realidade de cada bioma. A oportunidade está aberta tanto para dar-se conta que os desequilíbrios causados pelas diferentes ações humanas em cada bioma têm tudo a ver com as mudanças climáticas que se agravam a cada dia que passa. E têm tudo a ver com a crise da solidariedade entre os biomas, indispensável para que a vida continue possível. É o que acontece, por exemplo, com as crises de água no Cerrado e na Mata Atlântica do Sudeste brasileiro provocadas, ao mesmo tempo, pela destruição da sua cobertura vegetal para implantar projetos de monoculturas do sistema do agronegócio e grandes cidades, e pelo crescente desmatamento também da floresta da Amazônia. Com isso, diminui e já não chega com a generosidade natural nestes biomas o Rio Voador gerado pela umidade que a floresta envia para a atmosfera, e para eles se desloca com os ventos que mudam de direção ao encontrarem pela frente as montanhas da Cordilheira dos Andes.
Por isso, o que precisa ser enfrentado é o sistema de produção e de vida que, por ser comandado pelas empresas capitalistas, continua teimando em que seria possível um crescimento econômico sem fim num planeta finito, que seria possível viver sem florestas, que se pode contaminar rios, mares e aquíferos, solos, subsolos e atmosfera… E que, em função da pretensamente natural livre iniciativa capitalista, o consumismo não pode parar, assim como a especulação e a concentração da riqueza.
Como relembra insistentemente o Papa Francisco, fazendo eco ao grito dos povos indígenas e dos cientistas que se negam a aceitar que seus conhecimentos sejam utilizados como propriedade do capital, esse é um sistema que mata. Mata a vida de cada bioma, de todos os biomas, de toda a Terra, e mata a biodiversidade e seres humanos, tanto através da pobreza mantida e agravada, seja através de produtos contaminados e modificados geneticamente.
Disposto a contribuir com esse debate sobre os biomas do Brasil e sobre o que fazer para enfrentar o que foi degradado, e de modo especial para repensar o Brasil a partir de seus biomas, avançando em outras formas de vida, de produção e de convivência com o ambiente da vida, tomei da decisão de disponibilizar gratuitamente a versão digital do livro BIOMAS DO BRASIL – da exploração à convivência.
Fonte – Fórum Mudanças Climáticas e justiça Social
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