Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Lojas brasileiras aderem ao “my bag”
Tudo bem de 17 de agosto de 2008
Tatiana Aoki, de Aichi
Estabelecimentos também aderem à cobrança de sacos plásticos, incentivando uso de sacola pessoal.
Para preservar o meio ambiente, comerciantes da cidade de Minokamo incentivam o uso das sacolas pessoais de náilon ou tecido para fazer compras nos supermercados.
A fim de reduzir o volume de sacos plásticos utilizados e tentar compensar os danos causados ao meio ambiente, a prefeitura de Minokamo (Gifu) inicia, a partir de 1º de setembro, a cobrança das sacolas de plástico usadas em supermercados e lojas de departamento. O valor estipulado é de 5 ienes por saco, e a idéia é de que os moradores de Minokamo passem a usar sacolas de tecido ou náilon, hábito já adotado, por exemplo, nas feiras brasileiras, em que cada um leva a sua para ir às compras.
Inicialmente, 17 departamentos de grande porte da cidade entrarão na campanha. No entanto, a novidade maior fica por conta da adesão de três lojas de duas redes de produtos brasileiros: O Barateiro e Curitiba Shop, ambas de Minokamo, que também passarão a cobrar pelas sacolas plásticas. É a primeira vez que empresas brasileiras participam de uma iniciativa como esta no Japão. Há supermercados e departamentos japoneses de outras províncias que já adotaram a cobrança, como o Jusco, da rede Aeon, que possui lojas por todo o país.
Brasileiros
O compromisso assumido pelos representantes brasileiros foi marcado por uma cerimônia terça-feria 12, na qual estavam presentes o prefeito de Minokamo, Naoyoshi Watanabe, autoridades da cidade e a imprensa brasileira e japonesa. “Temos como meta a redução da quantidade de lixo emitido no meio ambiente. Só no Japão, são desperdiçados 30 bilhões de sacos todos os anos. E a participação de comerciantes brasileiros em uma cidade como Minokamo, que tem 11% da população composta por estrangeiros, é de extrema importância para o sucesso da campanha”, afirmou o prefeito Watanabe.
Durante a cerimônia, os dois lojistas brasileiros presentes discursaram. O diretor da loja O Barateiro, Oscar Tence, explica porque apóia a prefeitura. “Temos que pensar no meio ambiente e ter como meta reduzir a utilização de sacos plásticos em até 80%, principalmente para as futuras gerações”, conclui Tence.
O Diretor Executivo do Escritório de Promoção da Região de Chuno da Província de Gifu, Kawai Masaaki, aponta que, até 2010, os sacos plásticos sejam pagos em todos os estabelecimentos da província. Para divulgar o empreendimento, serão distribuídos pôsteres explicativos em três idiomas – japonês, português e inglês –, bem como lenços de papel anunciando a data de início da campanha.
Alguém pode me explicar a história do lenço de papel? Não conheço este tipo de marketing. Será que é para ser utilizado depois e não ser jogado na rua, o que aconteceria se fosse um fly?
Com uma população de 55 mil habitantes, Minokamo pretende que todos levem suas sacolas reutilizáveis às compras, em conjunto com outros hábitos, como não utilizar copos e hashis descartáveis e adotar a bicicleta como meio de transporte – em detrimento dos automóveis.
Iniciativas isoladas
Embora inédita, a cobrança das sacolas plásticas era algo pretendido desde 2007, pelo lojista brasileiro Roberto Martins, da rede Bell Mart, que possui lojas em Aichi, Gifu e Mie. “Infelizmente, a idéia não foi totalmente aceita pelos comerciantes brasileiros, e por isso não vingou. Se fôssemos os pioneiros na questão da reciclagem, teríamos muita credibilidade no mercado japonês. Porém, os lojistas japoneses fizeram isso antes, e perdemos uma grande oportunidade”, lamenta.
Martins não cobra pela sacola de plástico, mas coloca a ecológica para vender. “Subsidiamos a sacola ecológica, pois pagamos 200 ienes e vendemos por 100 ienes. E vi que muitos clientes brasileiros aderiram a elas.” Ele cutuca a cobrança dos 5 ienes. “Acho que a conscientização não deve ser forçada, pois caso contrário, o cliente é obrigado a aderir, sem ter consciência do objetivo, que é preservar o meio ambiente”, finaliza.
Olá, sou a repórter que fez a matéria. Aqui, no Japão, as pessoas usam muito lenço de papel para assoar o nariz, por conta da umidade. Por isso, muitos distribuem esses lenços gratuitamente, como propaganda…
Abs