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Manual gratuito dá dicas para reaproveitar água cinza

Manual gratuito dá dicas para reaproveitar água cinza

As sugestões são para o aproveitamento de águas do banho e de máquinas de lavar

A procura por soluções voltadas ao melhor aproveitamento dos recursos hídricos cresceu no Brasil nos últimos anos em função da crise hídrica. A elevação no nível dos reservatórios por conta das chuvas no ano passado, no entanto, não deve ser encarada como uma oportunidade para abandonar ações sustentáveis de redução de consumo.

Para oferecer à população orientações para ações sustentáveis, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) lançou no no ano passado, em comemoração ao Dia Mundial da Água, um manual para reutilização de águas cinza, que são aquelas usadas no banho e na lavagem de roupas.

Essas águas podem ter diversos usos, mas, em função dos produtos adicionados durante a sua utilização, precisam de atenção. “Para não colocar a saúde das pessoas em risco, o manual apresenta os cuidados recomendados ao seu uso a partir de soluções simples que não requerem construções, instalação de equipamentos especiais ou mesmo reformas residenciais”, explica Wolney Castilho Alves, pesquisador do Centro Tecnológico do Ambiente Construído e coordenador do manual.

Como usar

Para a utilização correta das águas cinza, por exemplo, o usuário deve observar a presença de sabão, amaciantes, corantes, resíduos de sujeiras e gordura que prejudiquem o uso pretendido, causando manchas em pisos, paredes e pintura de veículos.

O volume de águas cinza a ser coletado dependerá dos tipos de uso e do espaço disponível na residência para armazenamento. Para uma lavagem de oito quilos de roupas, por exemplo, o volume de água consumido fica em torno de 100 litros, o que é suficiente para 16 descargas de bacia sanitária. Já um banho de chuveiro elétrico com a duração de oito minutos pode consumir de 24 a 40 litros de água, o bastante para quatro a seis descargas.

As águas coletadas da etapa de lavagem de tecidos muito sujos podem ter coloração cinza escuro ou chumbo, e tendem a ficar cada vez mais escuras com o passar do tempo. Essas águas podem liberar odores após 12 horas de armazenamento, aproximadamente. As pesquisadoras do IPT Jordana Rodrigues de Castro, do Núcleo de Bionanomanufatura, e Rayana Santiago de Queiroz, do Centro de Química e Manufaturados, apresentam técnicas simples para evitar a exalação desses odores nas águas armazenadas: recomenda-se a mistura de cinco mililitros de água sanitária para cada litro de água cinza armazenada no caso de águas de cor cinza escura, que estão muito carregadas de sujeiras.

Mesmo que as águas cinza tenham a aparência de água limpa, os pesquisadores alertam para uma série de usos não permitidos: não beber, não utilizar para tomar banho ou dar banho em animais domésticos, não molhar plantas comestíveis (exceto árvores frutíferas) e tampouco usar para a rega no caso de os produtos adicionados à lavagem de roupas terem cloro em sua fórmula.

Fonte – CicloVivo de 22 de março de 2017

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