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McDonalds´s não quer mais suínos confinados

 


Ação é adotada em resposta aos defensores dos direitos dos animais

O anúncio é o mais recente de uma série de medidas adotadas pelo McDonald’s e outras cadeias de restaurantes para melhorar sua imagem pública.

A rede de lanchonetes McDonald’s está pressionando seus fornecedores de carne de porco a não mais confinarem as porcas reprodutoras em pequenos espaços. O esforço é visto como resposta a problemas levantados pelos defensores dos direitos animais. De acordo com matéria veiculada no jornal The Wall Street Journal, a empresa afirmou há algumas semanas que os pequenos cercados onde ficam as reprodutoras “não são um sistema de produção sustentável” e que há alternativas que “são melhores para o bem-estar das porcas”. A mudança foi anunciada em conjunto com a Sociedade Humanitária dos Estados Unidos, que elogiou a decisão.

Em geral, nos Estados Unidos as baias de gestação – como são chamados os cercados — confinam as porcas cujos filhotes são criados e abatidos para fabricação de bacon e salsichas. As baias têm, em média, 60 centímetros de largura e impendem movimentos como o de se virar, com espaço suficiente apenas para que as porcas se levantem e deitem.

O anúncio é o mais recente de uma série de medidas adotadas pelo McDonald’s e outras cadeias de restaurantes para melhorar sua imagem pública, em um momento em que elas estão sob pressão, não só de grupos ativistas como também de alguns consumidores, para que adotem práticas mais saudáveis e favoráveis ao meio ambiente.

Na avaliação de Arnaldo Einjisk, superintendente do grupo brasileiro JD, que desde 2005 investe na suinocultura natural no Brasil, a decisão é acertada e sinaliza uma tendência para o setor. “Os consumidores estão preocupados com a maneira que os animais são criados e isso deve provocar mudanças no sistema de produção de diversos países”, diz. O grupo JD acredita que a adoção de sistemas naturais de criação deve ajudar a elevar o consumo de suínos no Brasil. A empresa é detentora do selo “Certified Humane”, que atesta a preservação do bem-estar animal na criação de bovinos e suínos, através da nutrição equilibrada, sem antibiótico ou hormônio, existência de abrigos e áreas de repouso para os animais e condições que permitem a manifestação do comportamento natural dos animais.

Ações

O maior produtor de suínos dos Estados Unidos, a Smithfield Foods disse que completou um terço do seu plano de 10 anos para passar todas as porcas para “sistemas de habitação em grupo”. A Cargill também está implementando planos para substituir as gaiolas. Há cerca de 5,8 milhões de porcas reprodutoras nos Estados Unidos, em uma população total de 65,9 milhões de suínos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). O McDonald’s compra cerca de 1% de total da carne de porco produzida no país.

Sob a pressão do grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), o McDonald’s conseguiu em 2000 que seus fornecedores de ovos parassem de praticar a “muda forçada”, em que as galinhas perto do fim da sua vida produtiva são privadas de comida para forçá-las a botar mais ovos e exigiu que seus fornecedores de ovos aumentassem o tamanho das gaiolas das galinhas poedeiras.

Outras cadeias de lanchonetes vêm trabalhando em estreita colaboração com grupos defensores dos direitos dos animais para modificar suas práticas. A Burger King deu destaque a um prêmio que recebeu há alguns anos da Peta, reconhecendo as melhorias que fez na área do bem-estar animal. Para Tom Vilsack, secretário do Departamento de Agricultura, o McDonald’s é capaz de promover uma mudança na maneira como a indústria de carne de porco funciona, devido ao tamanho da empresa e ao seu volume de compras.

Fonte – Luciana Franco, Revista Globo Rural de 28 de fevereiro de 2012

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