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Mediterrâneo acumula cerca de 1,4 mil toneladas de plásticos
97% dos resíduos marítimos achados por pesquisadores no Mediterrâneo foram plásticos. Foto: iStock
A superfície do Mar Mediterrâneo, sobretudo em zonas litorâneas, abriga cerca de 1.455 toneladas de resíduos plásticos que são uma grave ameaça para as espécies marinhas, a saúde e a economia.
Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista “Environmental Research”, no qual seus autores advertem que “em menos de 100 anos estes resíduos plásticos passaram a fazer parte do ecossistema marinho”.
Os resultados, obtidos por uma equipe de cientistas liderada pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) espanhol no marco do projeto de pesquisa NIXE III, revelam a presença de resíduos plásticos em todas as amostras marinhas tomadas.
“97% dos resíduos marítimos achados nestas amostras foram plásticos”.
Durante várias viagens realizadas em 2011 e 2013, os pesquisadores repetiram pelo Mediterrâneo os percursos históricos que Luis Salvador da Áustria realizou há 100 anos, a fim de comparar resultados.
A primeira das expedições foi realizada desde as ilhas Baleares até os mar Adriático, enquanto a segunda foi desde as Baleares ao mar Jônico.
Foram analisadas 70 amostras da superfície marinha e os dados mostram, que de média, continham cerca de 147,5 mil partículas de plástico por quilômetro quadrado.
Estes resultados em todo Mediterrâneo daria um número de cerca de de 1.455 toneladas de plástico.
“Estas partículas supõem uma grave ameaça para o ecossistema marinho e poderiam ter grandes consequências na saúde humana e nas atividades econômicas”, explica Luis F. Ruiz-Orelhudo, pesquisador do CSIC.
O tamanho dos plásticos localizados é variado embora em todas as amostras foram encontrados microplásticos -de menos de 5 milímetros-, e as partículas mais abundantes são aquelas que medem ao redor de 1 milímetro.
Os plásticos sofrem um processo de fragmentação quando se encontram em mares e quanto menor é seu tamanho aumentam os organismos para os quais está disponível a partícula e, portanto, sua repercussão na cadeia alimentar”, afirma Ruiz-Orelhudo.
É imprescindível -aponta o pesquisador- fazer um acompanhamento da poluição por plásticos dos mares, conhecer as possíveis zonas de acumulação, apesar de variabilidade das correntes no Mediterrâneo, e apresentar nova informação aos modelos de distribuição.
Fontes – EFE / Portal Terra de 28 de setembro de 2016
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