E se, ao invés de levar itens descartados para aterros sanitários, os caminhões de “lixo” se tornassem fornecedores de produtos usados?
Esta é a ideia por traz da Stilbruch, uma grande loja que fica em Hamburgo, na Alemanha, e recolhe e vende produtos usados de doações da população e da coleta de resíduos da cidade.
Tudo o que pode ser reutilizado ganha uma nova vida, passando por limpeza e reforma e então é vendido como produtos de segunda mão.
Além de serem mais baratos que os produtos novos, os itens usados são ecologicamente corretos: evitam o uso de recursos naturais necessários para fabricar coisas novas e geram menos resíduos, transformando o que seria descartado.
Uma vez que os itens chegam à “IKEA de itens usados”, apelido da Stilbruch, eles serão limpos, consertados e revendidos.
Fomentando a economia circular, ajudando os consumidores a economizarem e poupando o meio ambiente.
Todos os anos cerca de 400 mil objetos ganham uma nova vida útil em dois grandes armazéns.
A loja vende de tudo, desde ursinhos de pelúcia, roupas e até laptops, passando por móveis, livros e discos antigos.
A Stilbruch começou a funcionar em 2011 por iniciativa do departamento de limpeza da cidade de Hamburgo e, desde então, só cresceu.
O que antes era gerenciado por um funcionário em tempo integral, hoje emprega 70 pessoas.
A iniciativa começou sem fins lucrativos, mas hoje tem lucros de € 500 mil por ano.
“Essas coisas são úteis. Eles realmente não são lixo”, disse Roman Hottgenroth, gerente de operações da Stilbruch.
“Usado é o novo sexy… Estamos tentando acabar com a cultura descartável e o desperdício. Há muito valor no que tratamos como lixo”, explica ele.
Graças ao trabalho de técnicos e artesões, os produtos velhos são deixados como novos.
Os móveis ganham uma nova vida e os eletrônicos vendidos têm garantia de 1 ano.
O armazém faz parte de um movimento mais amplo da UE para tentar reduzir todos os fluxos de resíduos, mas especialmente móveis e eletrônicos.
A ideia é muito bem vinda pela população e 70% dos europeus declaram que preferem consertar itens a comprar novos.
O modelo da Stilbruch, que inclui a participação do poder público e do serviço de coleta de lixo da cidade, é pioneiro e pode ser replicado em outras cidades do mundo, mesmo as menores.
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