Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Microplásticos triplicam no Mediterrâneo em 20 anos
Um estudo publicado na Environmental Science and Technology documentando o acúmulo de partículas microplásticas no fundo do Mar Mediterrâneo lançou uma nova luz sobre o assunto, com os autores chegando à impressionante conclusão de que as concentrações no fundo do Mediterrâneo triplicaram desde 2000.
Antes de mais nada, se houve multiplicação no Mediterrâneo é muito provável que o mesmo tenha acontecido nos outros oceanos, embora, possivelmente, em quantidade menor.
Contudo, o plástico segue sendo o vilão dos oceanos, rios, e aterros.
Ponto crítico com a maior concentração de microplásticos já encontrada no fundo do mar
Segundo o newatlas.com, ‘Em 2020, cientistas que estudam a poluição no Mediterrâneo identificaram um ponto crítico com a maior concentração de microplásticos já encontrada no fundo do mar.’
‘Uma equipe separada da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, e da Universidade de Aalborg, Dinamarca, publicou agora mais pesquisas sobre microplásticos no Mediterrâneo, com foco em como eles afundam e o que acontece quando o fazem.’
Simplesmente, os microplásticos não se desfazem quando chegam ao solo marinho.
Os pesquisadores desconfiam que isto acontece por não haver erosão, oxigênio, ou até mesmo luz em altas profundidades.
“O processo de fragmentação ocorre principalmente nos sedimentos da praia, na superfície do mar ou na coluna d’água”, disse a autora do estudo, Patrizia Ziveri.
Reflexo da produção global de plástico
Os cientistas conseguiram traçar uma linha do tempo da poluição plástica no fundo do mar.
Eles dizem que a quantidade de microplásticos triplicou desde 2000, e que a natureza dos plásticos neste hotspot refletiu a produção global e o uso de plásticos entre 1965 e 2000.
Para o leitor se situar, os anos 60 marcam o inicio da produção de garrafas de polietileno de alta densidade que logo substituem as garrafas de vidro na maioria das aplicações.
A produção não para de crescer, logo, a poluição tende a aumentar.
Por outro lado, a reciclagem do plástico continua sendo difícil em qualquer parte do mundo.
Globalmente, apenas 9% é reciclado, segundo o www.oecd.org (Global Plastics Outlook Database).
Produção atual de plástico no mundo
Enquanto o concerto das nações não chega a uma conclusão sobre os diferentes tipos de plástico, e ainda hesita em banir o plástico de uso único, o planeta se afoga no material.
Segundo o www.earthday.org, ‘Cerca de 380 milhões de toneladas métricas de plástico são produzidas ao ano.
Contudo, desde a invenção do material (anos 50) 8,3 BILHÕES de toneladas métricas de plástico foram produzidas.
A mesma fonte mostra outros absurdos da indústria.
Por exemplo, ‘Os seres humanos usam cerca de 1,2 milhões de garrafas de plástico por minuto no total.’
Mas isto não é o pior.
Aproximadamente 91% do plástico não é reciclado.
Além disso, cerca de metade da produção anual global de plástico é destinada a um produto de uso único.
Note o desperdício, e saiba que o plástico ainda por cima é um subproduto do petróleo.
Fossas marinhas são ‘armadilhas para o plástico’
A razão pela qual a poluição plástica é tão difícil de ser rastreada no ambiente marinho deve-se às forças do oceano que degradam e rasgam as peças até que se tornem microplásticos, pequenos fragmentos medindo menos de 5 mm de tamanho.
Ainda segundo o newatlas, ‘A análise revelou que as avalanches distribuíram diferentes tipos de microplástico de maneiras diferentes. Os fragmentos de microplástico tendem a se acumular nas partes mais baixas do fluxo. Enquanto isso, as fibras de microplástico são distribuídas de maneira mais uniforme e demoram mais para assentar.’
Os cientistas acreditam que isso se deve à maior área de superfície das fibras, o que também significa que é mais provável que elas fiquem presas em grãos de areia sedimentada e, por fim, fiquem alojadas no fundo do mar.
Em outras palavras, assim como há manchas de plástico acumuladas por correntes na superfície dos oceanos, como as manchas do Pacífico ou as do Atlântico, do mesmo modo acontece no solo marinho.
A grande diferença é que ainda não existe nenhuma tecnologia capaz de retirar os microplásticos, mesmo que houvesse vontade política e todo o dinheiro do mundo.
Pense sobre isso e faça sua parte. Use menos plástico sempre que possível.
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