Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Moradores transformam bairro australiano em uma horta orgânica gigante
Quase todas as tardes esta rua se enche de crianças do bairro. | Foto: Reprodução
O bairro todo está cheio de árvores frutíferas, temperos e legumes diversos totalmente orgânicos e grátis.
Buderim é um bairro australiano que tem experimentado na mesa o que o poder do envolvimento comunitário pode fazer. Após um casal ficar incomodado com os altos preços do limão na cidade de Queensland, eles resolveram plantar um limoeiro. Sete anos depois, o bairro todo está cheio de árvores frutíferas, temperos e legumes diversos totalmente orgânicos e disponíveis para quem quiser consumir.
O projeto foi apelidado de Urban Food Street e o movimento que começou com um simples limão hoje já atinge 200 famílias, espalhadas em 11 ruas. Apenas em 2015, a iniciativa produziu 900 kg de bananas e 300 pés de couve. A receita para o sucesso é o envolvimento da comunidade.
O bairro de Buderim se tornou uma verdadeira horta comunitária gigante. No lugar que antes existiam gramados com pouca utilidade, agora estão espalhados canteiros, crianças, adultos e aves atraídas pelos frutos. Em entrevista à ABC Austrália, Caroline Kemp, uma das criadoras do projeto, explicou que o Urban Food Street modificou a cultura local.
“Um dos problemas com a culinária é que você nunca tem as ervas que precisa às oito horas da noite, mas agora temos o bairro e você pode, simplesmente, descer e pegar o que precisa para a sua refeição”, comentou o co-fundador da iniciativa Duncan McNaught.
Além da praticidade em ter alimentos sempre às mãos, McNaught também citou o impacto ambiental e individual que a agricultura urbana proporciona. “Isso mantém um carro fora das estradas, torna mais fácil a refeição e também mais saudável, porque você ainda está caminhando. Esta é a essência do bairro: andar e se envolver.”
Qualquer pessoa do bairro pode se beneficiar do que é produzido, sem restrição alguma. Caroline explica que até mesmo os moradores que não têm plantio em suas propriedades são livres para usufruírem dos alimentos, já que eles podem colaborar com outros serviços, seja cuidando dos plantios ou até fornecendo água para as regas.
Desde o início do projeto de agricultura urbana o bairro se modificou esteticamente, mas principalmente no estilo de vida dos moradores. “Quase todas as tardes esta rua se enche de crianças do bairro. Eles andam de bicicleta, jogam bola. Os adultos descansam nos gramados”, comenta Caroline, enquanto McNaught acrescenta que “as pessoas agora param e conversam ou acenam quando passam – as pessoas realmente se conhecem”.
A dupla ainda lembra que a comunidade nem cobra a criação de um parque local, já que o próprio bairro é um verdadeiro parque.
O Urban Food Street tem um site em que é possível conhecer todos os detalhes do projeto e ainda ter dicas de como replicá-lo em outros locais.
Fonte – CicloVivo de 15 de fevereiro de 2017
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