Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Multinacionais assinam compromisso para reciclagem de 70% das embalagens plásticas
Foto: Ingrid Taylar/Creative Commons/Flickr
Reunidas esta semana no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, 40 das maiores empresas mundiais de bens de consumo e alimentos, como Unilever, Proctor and Gamble, Coca-Cola e Danone assinaram um acordo em que se comprometem a fazer o reúso e reciclagem de 70% de suas embalagens plásticas.
A iniciativa chamada de New Plastics Economy é coordenada pela Ellen Macarthur Foundation, entidade que tem como missão principal acelerar a transição para uma economia circular, que extraia menos recursos naturais do planeta para produzir bens e gere menos lixo, e desta maneira, foque num futuro mais sustentável.
Um estudo divulgado há poucos dias pela iniciativa revelou que atualmente somente 14% das embalagens plásticas utilizadas pela indústria são recicladas. Outro ponto levantado pelo relatório é que 30% das embalagens usadas hoje – o equivalente a 10 bilhões de sacos de lixos por ano! -, precisam passar por um processo de inovação e redesign, pois elas simplesmente não podem ser recicladas. Caso contrário, elas continuarão tendo como destino aterros sanitários e lixos ou ainda, sendo incineradas.
Vale lembrar que no processo de fabricação do plástico consome muita energia, provocando assim a emissão de gases de efeito estufa, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. Além disso, um dos principais componentes da matéria-prima é o petróleo, um combustível fóssil.
No ano passado, outro documento preparado pela New Plastics Economy mostrava que se nada for feito pelas indústrias, poderá haver mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050.
Fabricante de alimentos e produtos de limpeza, a multinacional Unilever afirmou que, até 2025, todas suas embalagens serão recicladas, reutilizadas ou produtivas com material compostável (que se decompõem naturalmente no meio ambiente).
“Precisamos transformar urgentemente as embalagens que usamos, se quisermos continuar a colher os benefícios deste material versátil, que é o plástico. Esta é uma oportunidade incrível para inovarmos e assim, podermos reutilizar e reciclar. Agora cabe a todos nós fazer isso”, afirmou Paul Polman, CEO da Unilever.
“Embalagens têm um impacto gigantesco em nosso planeta. Como uma empresa global de bens de consumo, precisamos encontrar maneiras de reduzir drasticamente os danos ambientais, bem como econômicos, de nossas embalagens de plástico”, disse Barry Parkin, diretor de sustentabilidade da Mars.
As empresas não revelaram entretanto, qual será o prazo que terão para se ajustar ao novo compromisso.
O plástico nos oceanos
O volume de resíduos plásticos jogado no mar já é tão grande, que há imensas ilhas de detritos e micropartículas plásticas boiando pelos oceanos dos cinco continentes. O impacto ambiental deste lixo sobre a vida marinha é catastrófico.
A cada ano, a produção de plástico aumenta no mundo. Em 1964, eram 15 milhões de toneladas. Em 2014, este número pulou para 311 milhões de toneladas.
A indústria alimentícia e de bens de consumo é a principal responsável por estes números. A iniciativa New Plastics Economy é bem-vinda, mas o consumidor também precisa fazer escolhas mais conscientes e colocar pressão sobre o mercado. Se a embalagem não é reciclável, não compre!
Outra mudança de comportamento essencial por parte do varejo é acabar com a distribuição de sacolas plásticas gratuitas, o que já acontece em muitos países, principalmente da Europa. Na Inglaterrra, em apenas seis meses, houve redução de 80% no uso de sacolas de plástico, depois que entrou uma lei em vigor cobrando 5 centavos de pound pela mesma. Os ingleses deixaram de usar 6 bilhões de sacolas em seis meses! (leia matéria completa aqui). O resultado surpreendeu a todos: consumidores, supermercados, ambientalistas e principalmente, aqueles que criticavam a decisão do governo.
Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 20 de janeiro de 2017
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