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Não, obrigado!

Agora fiquei brava comigo mesma. Estava pesquisando uma palavra no outlook e encontrei a matéria abaixo, sobre sacolas retornáveis que foi publicada na revista Aimé e que deveria ter sido postada na página da FUNVERDE em 26 de setembro de 2008.

Camila, sei que é indesculpável, mas só posso pedir-lhe mil desculpas pelo lapso e corrigir o erro.

Apesar de já ter se passado quase 10 meses da publicação, a informação é sempre atual e por isso estou postando a matéria abaixo.

Texto – Camila Balthazar

Não é raro ver alguém recusando as sacolas plásticas oferecidas nos supermercados, farmácias e tantos outros
estabelecimentos comerciais. Mas essa cena ainda impressiona e não faz parte do cotidiano. Entidades privadas e o governo estão aderindo à causa e sugerem medidas para reduzir o uso das sacolas e conscientizar a população.

O brasileiro Douglas Barbosa mora na Irlanda desde o ano passado. Na primeira vez que foi ao mercado, pegou todos os produtos de que precisava e pôs no carrinho. Depois, dirigiu-se à caixa registradora e somente após pagar percebeu que nada havia sido empacotado. Indignado, ele olha para a atendente e pergunta onde estão as suas sacolas. Calmamente, ela responde: “São 22 centavos cada uma (equivalente a R$ 0,61). Quantas o senhor vai querer?” Hoje, Douglas ri da situação e conta que todos os brasileiros passam por isso assim que chegam ao país.

Já habituado às leis irlandesas, agora ele leva suas próprias sacolas para carregar as compras de volta para casa. “Comprei umas quatro sacolas maiores e mais resistentes que custam 80 centavos (R$ 1,97). Se tenho que ir ao mercado e as esqueci em casa, deixo para ir outro dia.” Na Irlanda há uma lei que exige a cobrança de taxa pelo uso de sacolas plásticas, e que está em vigor desde o dia 4 de março de 2002. Chamada de “PlasTax”, trata-se de um imposto que visa reduzir o consumo de embalagens plásticas e com isso diminuir a poluição, pois o plástico não é biodegradável. Com a PlasTax, em apenas dois anos o governo arrecadou quase US$ 30 milhões, que foram investidos em projetos ambientais. Esta taxa conseguiu influenciar o comportamento do consumidor e mostrou que só mesmo mexendo no bolso para alguma mudança acontecer.

Enquanto isso, no Brasil, na cidade de São Paulo, Maria Helena – mãe do Douglas – prepara sua lista de supermercado. Seis pequenos itens que estão fazendo falta no armário e na geladeira. Na hora de empacotar, a situação não se parece em nada com o que acontece na Irlanda, e os produtos saem do supermercado dentro de sete sacolas plásticas. No entanto, quando Maria Helena vai fazer compras no supermercado que fica em frente ao local onde trabalha, ela leva as sacolas plásticas na bolsa. “Isso porque lá eles cobram R$ 0,18 por embalagem. Se for pagar, não compensa a promoção”, diz. A contradição dos exemplos é clara e comprova que apenas conscientização não é suficiente.

O irlandês Louis Watters lembra como foi a recepção da população no seu país à implantação da lei. “Ninguém ficou feliz porque ia ser um inconveniente. Mas as pessoas aceitaram rapidamente e em no máximo três meses todos já estavam acostumados”, revela.

De onde vem e para onde vai o plástico

O plástico invadiu o planeta em 1862, quando foi inventado pelo inglês Alexander Parkes. No entanto, a utilização da embalagem plástica ganhou força na década de 70, quando substituiu o saco de papel. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF), apenas no Brasil circulam em média 18 bilhões de sacolas plásticas por ano.

O engenheiro Cláudio Luis Frankenberg, doutor em Engenharia e professor da Faculdade de Engenharia Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), explica que o grande problema da sacola é sua produção, feita a partir de materiais não-biodegradáveis e não-renováveis. “Todas as sacolas são feitas de polímeros, que podem variar desde um polietileno de baixa densidade até um polipropileno. O que muda é a estrutura química, mas nenhum deles é biodegradável e todos permanecem no meio-ambiente por séculos.”

Infelizmente, esse não é o único agravante. As sacolas são feitas de polímeros, e estes são feitos de petróleo. “Sempre que se produz uma sacola plástica, consome-se uma fonte não-renovável”, esclarece o professor Frankenberg. O artigo “Policies to change the world”, produzido pelo World Future Council (WFC), ilustra essa informação ao afirmar que os Estados Unidos utilizam aproximadamente 100 bilhões de sacolas plásticas por ano, consumindo 12 milhões de barris de petróleo.

Não é bem assim. No refino de cada barril de petróleo, sobra 7% de nafta, que se não for utilizada para fazer plástico, será queimada sem ter tido utilidade para a humanidade. Não somos contra o plástico, somos contra o plástico de ciclo de vida longo, aquele maldito plástico que fica por mais de 500 anos poluindo o planeta. Por isso, apoiamos o plástico oxi-biodegradável de ciclo de vida curto, que aproxima o ciclo de vida do plástico ao ciclo de vida do produto, visto que este plástico, em 18 meses, já terá se degradado, incorporado ao planeta, deixando para trás apenas biomassa, água e uma pequena quantidade de CO2.

Além disso, é muito comum as embalagens não serem descartadas corretamente. Dessa forma, chegam aos oceanos e podem matar tartarugas, baleias e outros mamíferos marinhos que confundem as sacolas com comida. Muitas vezes os plásticos são levados pelo vento, a partir de aterros sanitários ou terrenos baldios, ou são jogados na rua. “Essa é uma questão de educação, que ultrapassa a problemática do plástico. Muitas pessoas parecem pensar que sua responsabilidade é apenas tirar o lixo de dentro de casa”, lamenta o engenheiro.

Política verde: Brasil na contramão

A idéia de adotar uma taxa ecológica, como é feito na Irlanda, espalhou-se pelo globo e vem sendo amplamente discutida em outros países. O documento da organização WFC aponta várias iniciativas que já foram colocados em prática. Desde 2003, no Estado de Himachal Pradesh, na Índia, quem for visto usando sacolas plásticas pode enfrentar até sete anos de cadeia ou pagar uma multa equivalente a dois mil dólares. A lei de caráter estadual proíbe a produção, estoque, uso, venda e distribuição das sacolas. Isso se deve porque neste estado indiano ocorreu uma enchente que matou muitas vacas (animal sagrado na cultura do país) e as sacolas plásticas foram tidas como as responsáveis pelo ocorrido.

A partir do mesmo ano, na África do Sul, vendedores que distribuírem sacolas estão sujeitos a uma multa de aproximadamente R$ 21.800 ou dez anos de prisão. Em 2004, Taiwan baniu as embalagens abaixo de 60 micras de espessura, que são finas e rasgam facilmente. No ano de 2005, foi a vez de Bangladesh: o país descobriu que as sacolas jogadas entupiam a rede de drenagem pluvial. O material foi o principal responsável por duas enchentes, em 1988 e 1998, que deixaram 2/3 do país debaixo d’água. Há outros exemplos de países que implantaram restrições ao uso de sacolas plásticas, como Austrália, Alemanha, China, Ruanda e até mesmo o Estado de São Francisco – sempre mais adiantado em relação ao conservadorismo dos Estados Unidos. Mas esses ainda são exceções.

Enquanto alguns países já tomaram medidas enérgicas contra o uso excessivo de plásticos, no Brasil ainda não se estranha o fato de se comprar uma caixinha de remédio e recebê-la dentro de uma sacola.

Para o engenheiro Frankenberg, o Brasil precisa investir primeiramente em educação e conscientização. “Talvez o certo seja haver um custo. Aí as pessoas vão pensar melhor antes de pegar tantas sacolas. Essa é uma maneira de levar as pessoas a adquirir esta consciência e de fazer com que criem o hábito de carregar suas próprias sacolas, como as que são feitas de pano.”

Esqueça a educação, a invenção da sacola plástica de uso único foi um erro e deve ser consertado com o banimento, a proibição de produção, comercialização distribuição da sacola plástica e então as pessoas serão obrigadas a usar suas próprias sacolas, que são as sacolas plásticas de uso único.

Uma iniciativa para barrar o consumo desenfreado foi implantada na capital paulista em maio deste ano. A Plastivida, em parceria com o Instituto Nacional do Plástico (INP), a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (ABIEF) e a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), desenvolveu uma campanha intitulada Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas.

Lá vem besteira, afinal, tudo que sai da boca dos soldadinhos de plástico, servos fiéis das petroquímicas só serve para vender mais plástico. Tudo em nome do lucro sem responsabilidade ambiental.

Segundo Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, o que mais impulsionou a criação do programa foi uma pesquisa realizada através do Ibope sobre o consumo e comportamento da população em relação às sacolas plásticas. Os dados obtidos não foram nada animadores, porém, de acordo com Esmeraldo, esclareceram a questão: 61% utilizam menos da metade da capacidade de cada sacola e 13% utilizam as sacolas em duplicidade.

Para o presidente da Plastivida, a solução para diminuir o consumo de sacolas é aumentar a sua espessura e, assim, melhorar a qualidade. “A adoção de sacolas mais resistentes reduziria em 30% a quantidade usada. À medida que não se pratica o desperdício, contribui-se com o meio ambiente”, afirma Esmeraldo.

Como parte do Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas, inicialmente alguns supermercados da cidade de São Paulo e depois das outras capitais do País vão passar a oferecer embalagens com capacidade para suportar um conteúdo de até seis quilos, enquanto as distribuídas atualmente carregam de um a três quilos.

Hahaha, eles acharam um nicho para vender 30% a mais de plástico em cada sacola, estão colocando 30% a mais de plástico em cada maldita sacolinha que agora ficará 30% de tempo a mais poluindo a terra. Isso é que é ambientalismo fajuto, que ao invés de resolver o problema aumenta o problema para aumentar o lucro em 30%.

Parabéns destruidores do planeta, competência total, consciência zero.

Atitude consciente

O Brasil já está se posicionando a respeito dessa questão. O teste piloto deste Programa realizado em 16 supermercados na capital paulista mostrou que o consumo de sacolas plásticas teve uma redução de 12%. Já a reciclagem mecânica no Brasil vem crescendo 12% ao ano, tendo reciclado em 2007 cerca de 570.000 toneladas. Esse índice de reciclagem é semelhante ao da União Européia.

Mentiras, mentiras e mais mentiras, o índice de reciclagem no país nem raspa nos 0,8%, mas como a plastivida está acostumada a empurrar goela abaixo dos consumidores suas mentiras através da repetição, ganham as petroquímicas, ganha a plastivida e perdem o planeta e a humanidade.

This Post Has One Comment

  1. Olá pessoal trabalho com educação há 30 anos.
    Elaboro projetos na minha escola para homenagear datas comemorativas com temas sempre ligados a sustentabilidade do planeta. E quando eu abrir a revista claudia de fevereiro que contempla a reportagem ECOMAE,ECOFIHO nasceu o projeto para o dia das mâes 2010.Vou desafiar 300 familias a cuidar melhor do planeta Terra.Quero sugestoes para enriquecer a proposta.Ok?
    grata ,Janubia Oliveira

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