Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Nenhuma espécie estaria a salvo em caso de extinção em massa
Todas as espécies animais, incluindo as mais disseminadas na Terra, correm o risco de desaparecer caso ocorra um fenômeno de extinção em massa, indica um estudo publicado nesta terça-feira (11).
Em geral, as espécies presentes em uma ampla área geográfica são menos propensas a desaparecer do que aquelas que ocupam áreas menores, uma vez que estão protegidas das catástrofes ambientais locais.
Mas de acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications, em caso de extinção em massa – um fenômeno excepcional que ocorreu apenas cinco vezes no espaço de 500 milhões anos – elas estão no mesmo barco que espécies menos espalhadas.
“Nosso estudo mostra que as ‘regras’ de sobrevivência em períodos de extinção em massa são muito diferentes das prevalentes em tempos normais”, ressaltam os autores, os acadêmicos Alex Dunhill e Matthew Wills, das universidades britânicas de Leeds e Bath, citados em um comunicado da universidade de Leeds.
Eles chegaram a essas conclusões ao estudar os fósseis de vertebrados terrestres, incluindo de dinossauros, que datam do Triássico e Jurássico (há 145 e 252 milhões de anos).
Os pesquisadores descobriram que, apesar da ampla implantação geográfica ter protegido as espécies da extinção, há cerca de 200 milhões de anos, um fenômeno de extinção em massa associado a grandes erupções vulcânicas e rápida mudança climática causaram o desaparecimento de cerca de 80% das espécies do planeta.
“Muitos grupos de animais parecidos com crocodilos foram extintos após este fenômeno da extinção em massa no final do Triássico, quando eram amplamente diversificados e presentes em várias regiões”, explica Dunhill.
“Ao contrário, os dinossauros, que, em comparação, eram relativamente raros e não tão difundidos, escaparam da extinção e dominaram os ecossistemas terrestres pelos próximos 150 milhões de anos”, continua.
Para Wills, muitas vezes as extinções em massa “perturbam o status quo e permitem que grupos que antes eram dominantes tornem-se secundários.”
“Algo semelhante aconteceu anos mais tarde, com a extinção dos dinossauros, que abriu o caminho para os mamíferos e, finalmente, a nós mesmos”, acrescentou.
Uma série de estudos têm mostrado que a atual taxa de extinção de espécies animais “é tão rápida, se não mais,” que durante as extinções em massa do passado, indica Dunhill.
A Terra experimentou até agora cinco extinções em massa e a última remonta há 66 milhões de anos.
De acordo com um estudo publicado em junho na revista Science Advances, “entramos na sexta”.
Segundo Dunhill, as extinções “eram geralmente associadas a rápidas mudanças climáticas, uma vez que os organismos não são capazes de se adaptar rapidamente às mudanças e, portanto, desaparecem”.
“Hoje estamos criando as mesmas condições pela atividade humana, apenas a um ritmo mais rápido”, afirma.
Fonte – UOL de 11 de agosto de 2015
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