Por Renata Fontanetto, dGCIe Baku (Azerbaijão) - Pesquisa FAPESP - Dezembro de 2024 - Foto:…
O intrigante caso dos camarões com cocaína no Reino Unido
Uma pesquisa feita com camarões de água doce no Reino Unido, constatou que eles estão cheios de cocaína, remédios e pesticidas, entre outras substâncias. Essa descoberta deixou os pesquisadores intrigados, pois realmente é difícil entender como esses componentes químicos foram parar dentro destes animais.
Segundo noticiou o site BBC News, pesquisadores do King’s College de Londres realizaram um estudo com camarões selvagens de água doce Gammarus pulex, na região de Suffolk, no Reino Unido.
O intuito dessa pesquisa era analisar a exposição desses crustáceos aos mais variados produtos químicos encontrados no meio ambiente. Para surpresa deles, foram encontrados, além dos produtos químicos, drogas ilícitas como a cocaína, a cetamina e o fenuron, um pesticida proibido, de acordo com os especialistas.
Apesar da quantidade de substâncias químicas encontradas ter sido baixa, os autores do estudo alertaram para o risco de contaminação de outras vidas selvagens, bem como demonstraram uma preocupação relacionada ao limite territorial da descoberta. Ou seja, será que esse fenômeno ocorre apenas na região de Suffolk, ou está se espalhando por todo o Reino Unido?
“Poderíamos esperar encontrar isso em áreas urbanas como Londres, mas não em bacias menores e mais rurais”, disse Leon Barron do King’s College.
Agora fica também a nossa preocupação, pois se os camarões de água doce do Reino Unido estiverem contaminados, inclusive com drogas ilícitas, certamente o mesmo risco ocorre em outras regiões do planeta. Mesmo que não sejam por drogas ilícitas, pode ser por pesticidas proibidos, pois sabemos que o uso deles tornou-se indiscriminado e, de uma forma ou de outra, sempre acaba indo parar na vida selvagem.
“É preciso investigar se a presença de cocaína em animais aquáticos é um problema apenas para Suffolk, ou uma ocorrência mais generalizada no Reino Unido… A saúde do meio ambiente tem atraído muita atenção do público devido aos desafios associados às mudanças climáticas e à poluição por microplástico. No entanto, o impacto da poluição química ‘invisível’ (como as drogas) na saúde dos animais selvagens precisa de mais foco no Reino Unido”, explicou Nic Bury, outro pesquisador envolvido no estudo.
Os pesquisadores não conseguiram identificar como esses produtos foram parar no interior dos animais analisados, o que faz dessa pesquisa um desafio para eles. Esperamos que a causa desse fenômeno seja descoberta o quanto antes para que possamos exterminar a origem do problema, antes que a nossa saúde também seja prejudicada por essas substâncias nocivas e ilícitas.
Dizem que camarão é a barata do mar porque come de tudo…. Depois dessa, até quem ama esse crustáceo vai pensar duas vezes antes de comê-lo no espetinho ou onde quer que seja… Haja coragem!
Fonte – Eliane A Oliveira, GreenMe de 02 de maio de 2019
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