Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
O mar Mediterrâneo também já está cheio de plástico, avisam os cientistas
96% do lixo flutuante encontrado no mar Mediterrâneo é plástico
Segundo um estudo publicado na revista científica Environmental Research Letters, entre 21 e 54% de todas as partículas de microplástico do mundo encontram-se no mar Mediterrâneo, onde, de acordo com outro estudo, a densidade média de detritos de plástico é comparável à das zonas de acumulação nos cinco giros subtropicais – um fragmento por cada quatro metros quadrados.
“Não é preciso andar-se muito para se ver a dimensão do problema dos plásticos nos oceanos. Só temos de olhar para o Mediterrâneo para ver como a sua fauna marinha se asfixia, ingere e fica enredada no plástico”, disse Elvira Jiménez, bióloga da Greenpeace.
De acordo com a bióloga, 72% do lixo recolhido nas praias espanholas do Mediterrâneo é constituído por plástico, assim como 97,3% do lixo ingerido pelas tartarugas-comuns. Também a foca-monge e centenas de outras espécies são afetadas pela invasão do plástico nos oceanos.
“Quando está mau tempo ou muita corrente, as redes enchem-se de plástico”, contou Jesús Crespo, pescador artesanal, durante a conferência de imprensa de uma campanha da Greenpeace, que decorreu em Valência. “Vemos as consequências: vemos como os animais acreditam que é comida e o ingerem. Temos encontrado peixes com plástico dentro deles.”
Vídeo: A poluição de plástico no mar Mediterrâneo
“O problema dos plásticos é tão grande que não basta reciclar. Há que fechar a torneira deste material e optar pela reutilização”, disse Elvira Jiménez, acrescentando que “a responsabilidade não é só dos consumidores, mas também das empresas que produzem estes produtos e os políticos que legislam devem apostar em alternativas.”
O plástico descartável que utilizamos durante apenas alguns minutos, demora séculos a decompor-se e acaba nas nossas praias, rios e mares.
“Os resíduos plásticos são um dos contaminantes que mais rapidamente se acumularam na superfície dos nossos mares, em pouco mais de 100 anos, desde que apareceram. São praticamente os únicos resíduos marinhos que encontramos na superfície do Mediterrâneo”, declarou Luis Francisco Ruiz-Orejón, investigador, citado pelo El País.
Todos os anos, pelo menos oito milhões de toneladas de plástico vão parar ao mar, procedentes de 192 países costeiros. Este “é um problema tão externo e global que não há nenhum país que tenha as mãos limpas”, diz a Greenpeace.
Fonte – The UniPlanet de 04 de julho de 2017
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