Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
O Xingu vem até você
A partir desta segunda (29/5), “Fogo na Floresta”, filme em realidade virtual, está disponível na Internet e também em aplicativos gratuitos, na Google Play Store e Apple Store. Baixe e viva essa experiência!
Muita gente sonha em um dia conhecer uma aldeia indígena na Amazônia. Mas uma parcela grande dessas pessoas não consegue realizar o sonho, seja pela distância, custos ou outras restrições. Se esse for o seu caso, seus problemas acabaram (ou quase). A partir desta segunda-feira (29/5), Fogo na Floresta, um curta-metragem de 7 minutos, lançado pelo ISA no final de abril, no Festival Internacional de Documentários “É Tudo Verdade”, poderá ser visto em 360 graus via aplicativos disponíveis gratuitamente na Google Play Store e Apple Store, tanto em português quanto em inglês (Fire in the forest) e também no canal do ISA no YouTube, em português e em inglês. Através dele o espectador é transportado direto para o meio de uma aldeia do povo Waurá, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso.
O filme, o primeiro em Realidade Virtual feito com um povo indígena, é uma coprodução do ISA com a Academia de Filmes, dirigido por Tadeu Jungle e narrado pela atriz Fernanda Torres. Compõe-se de cenas em 360 graus que levam o espectador para dentro do cotidiano da comunidade indígena e apresenta uma ameaça que paira sobre os Waurá e sobre todos os povos da Amazônia: o fogo fora de controle.
Manejado há milênios pelos povos indígenas na abertura de suas roças de subsistência, o fogo agora avança sobre as matas de maneira descontrolada, em razão do desmatamento do entorno do Xingu e das mudanças climáticas.
“Chegamos na aldeia focados em mostrar a rotina dos índios, mas de cara flagramos um incêndio a poucos metros de uma maloca. O filme ganhou uma urgência imediata”, diz Tadeu Jungle. “O Parque Indígena do Xingu, casa dos Waurá e de outros 15 povos, é hoje uma ilha de floresta cercada por fazendas de soja por todos os lados”, explica André Villas Bôas, secretário executivo do ISA. “O descontrole do fogo é o resultado direto dos desmatamentos no entorno do Xingu que alteram os padrões de chuva, mudando o clima da região, causando o ressecamento da floresta, tornando-a mais inflamável”, complementa.
A pesca, o futebol, a arte da cerâmica e a produção da farinha de mandioca são algumas das atividades rotineiras da comunidade que o filme exibe de maneira imersiva. O curta ainda mostra uma sala de aula, a “casa dos homens” e o interior de uma maloca, compondo um cenário atual no qual cultura tradicional e hábitos modernos coexistem no cotidiano dos índios. “Os Waurá, como muitos povos do Xingu, transitam entre costumes e tecnologias da nossa sociedade sem deixar de valorizar os aspectos mais importantes da sua tradição cultural”, diz Paulo Junqueira, coordenador do ISA que trabalha diretamente no Xingu.
O povo Waurá (ou Wauja) tem uma população de 560 pessoas que vive na aldeia Piyulaga, no Parque Indígena do Xingu. Famosos por sua cerâmica, cestaria e arte plumária, eles estão mobilizados para combater o fogo descontrolado que ameaça suas florestas e sua vida. O ISA, por meio de uma série de iniciativas – como o apoio e formação para o manejo e controle do fogo, formação de brigadas indígenas anti-incêndio, monitoramento de focos de calor via satélite e restauração florestal –, está ao lado dos xinguanos para encarar esse desafio.
Ao longo dos próximos meses, o filme será ativado em eventos do ISA abertos ao público. O primeiro deles vai acontecer em Brasília, em 8 de junho, a partir das 19h, no Ernesto Cafés Especiais, situado na CLS 115, Bloco C, loja 14.
Sobre o ISA
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma das principais organizações ambientalistas e indigenistas do Brasil. Com 24 anos de existência, o ISA atual regional e nacionalmente para defender povos indígenas, comunidades tradicionais, direitos humanos e o patrimônio cultural, valorizando a diversidade socioambiental do Brasil.
Sobre Tadeu Jungle
É um artista multimídia brasileiro com atuação nas áreas de fotografia, vídeo, instalações, poesia visual e performance, com uma carreira estabelecida como roteirista e diretor de publicidade, cinema e TV. Entre outros trabalhos, dirigiu “Rio de Lama” – primeiro documentário em realidade virtual do país, sobre a catástrofe de Mariana, em Minas Gerais –, exibido no Sunny Side of the Doc (França; 2016).
Sobre a Academia de Filmes
Com 21 anos de experiência no mercado audiovisual, a Academia de Filmes oferece criatividade e inovação em produção de conteúdo para todas as telas. Somos pioneiros em produção de realidade virtual na América Latina. A empresa cria e produz também filmes e documentários para cinema, séries de TV e publicidade, assim como conteúdo para marcas e para internet.
Fonte – ISA de 29 de maio de 2017
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