Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Onde foram parar as 1,1 bilhão de garrafas plásticas produzidas pela Coca-Cola no ano passado?
3.400 garrafas de plástico por segundo. Este número impressionante foi estimado pela organização Greenpeace sobre a quantidade de PETs fabricadas, em 2016, pela gigante multinacional de refrigerantes Coca-Cola. A empresa divulgou que houve crescimento da produção e com isso, no ano passado, ela despejou no mercado 110 bilhões de garrafas, um aumento de 1 bilhão de unidades, em relação ao ano anterior.
Todavia, apenas uma pequena fração destas garrafas é reciclada. Acredita-se que menos de 50% delas teve destinação correta, como centros de reciclagem, e somente 7% foi transformada em novas garrafas.
Os números acima fazem parte de uma nova campanha liderada pelo Greenpeace do Reino Unido, que lançou uma petição para pressionar a Coca-Cola a se posicionar de maneira mais sustentável e responsável em relação ao meio ambiente. A iniciativa local, agora se transforma numa ação global.
A organização acusa a multinacional de estar sufocando os oceanos com plástico. Como é a maior fabricante de refrigerantes do mundo, a Coca-Cola precisa tomar uma atitude.
Garrafas e tampas plásticas sufocando os oceanos
Entre as ações já realizadas pelo Greenpeace estão o envio de 90 mil e-mails para o CEO europeu da Coca-Cola, pedindo para que a empresa reduza sua produção (sem reciclagem) de plástico e a colocação de adesivos em máquinas de bebidas alertando a responsabilidade da empresa na poluição dos oceanos, trocando a palavra Coke por choke, sufocar em inglês.
No Reino Unido, a Coca-Cola respondeu à pressão do Greenpeace anunciando que teria contratado um novo escritório de assessoria de imprensa e afirmando que aumentaria o uso de plástico reciclado em suas garrafas em 25%. A organização ambiental respondeu que isso não é suficiente.
“Sendo uma companhia multibilionária e global, a Coca-Cola têm o dinheiro e os recursos necessários para criar sistemas de distribuição diferentes, usar mais plástico reciclado e encontrar soluções inovadoras para reduzir o impacto que está causando” , afirma o Greenpeace.
O impacto das garrafas plásticas
Calcula-se que um milhão de garrafas plásticas são vendidas por minuto no planeta, algo em torno de 20 mil compradas a cada segundo.
Deu para entender agora o tamanho do problema que enfrentamos? Um levantamento divulgado pelo jornal britânico The Guardian revelou que, apenas em 2016, foram comercializadas 480 bilhões de garrafas feitas com plástico. E se este consumo já não fosse suficientemente alarmante, ele deve crescer mais 20% até 2021, chegando a 583 bilhões de unidades. Os dados são da pesquisa Global Packaging Trends Report da consultoria Euromonitor International.
Especialistas afirmam que o impacto ambiental provocado pelo lixo plástico no planeta, sobretudo nos oceanos, deverá ser pior do que aquele causado pelas mudanças climáticas.
O plástico surgiu como uma das grandes invenções da humanidade. Leve, prático e barato, serve como embalagem para tudo. E com isso, sua produção deu saltos gigantescos ao longos das últimas décadas. Em 1964, foram 15 milhões de toneladas fabricadas. Em 2015, este número pulou para 322 milhões de toneladas.
Mas é o uso do plástico para a fabricação de garrafas de água e outros tipos de bebidas que tem gerado o maior impacto sobre a natureza. O estudo publicado pelo The Guardian destaca que o consumo do produto para estes fins por países asiáticos, principalmente a China, importando a cultura ocidental de “comprar água na rua”, está piorando ainda mais a situação já catastrófica.
Apesar de grande parte das garrafas serem feitas com polietileno tereftalato (PET), um polímero termoplástico, e perfeitamente passível de reciclagem, a quantidade monstruosa de unidades produzidas por segundo no planeta torna esta tarefa praticamente impossível. Estima-se que menos da metade das garrafas compradas no ano passado foram recicladas. O que sobra desta montanha enorme de lixo plástico vai parar em aterros sanitários ou nos oceanos.
Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 03 de outubro de 2017
Fotos – Divulgação Greenpeace UK
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