Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - 18/12/2024 - Para cientista brasileiro,…
Os oceanos estão se aquecendo rapidamente
A imagem mostra a taxa de aquecimento dos oceanos (Tendência de 0-2000m de calor do oceano) de 1960 a 2016 em unidade de W / m2, calculada pelos dados IAP Gridded. CRÉDITO: CHENG Lijing
Mais de 90% do desequilíbrio energético da Terra (EEI) no sistema climático é seqüestrado no oceano e, conseqüentemente, o teor de calor oceânico (Ocean Heat Content, OHC) está aumentando. Portanto, o OHC é um dos indicadores mais importantes do aquecimento global. Nos últimos 30 anos, muitos grupos independentes trabalharam para estimar as mudanças históricas da OHC. No entanto, grande incerteza foi encontrada entre as séries temporais globais da OHC. Por exemplo, durante o aumento de pesquisa atual sobre o chamado “hiato” ou “desaceleração”, diferentes estudos científicos desencadeiam conclusões bastante diferentes sobre a questão científica chave, como “Onde o calor é redistribuído no oceano?” Isso nos motiva a dar uma análise detalhada sobre mudanças globais e do OHC com base em vários conjuntos de dados oceânicos.
Um estudo [Consensuses and discrepancies of basin-scale ocean heat content changes in different ocean analyses] recentemente divulgado, liderado pelo doutorando D, WANG Gong-jie, da Universidade Nacional de Tecnologia da Defesa, colaborando com o professor LI Chong-yin e o Dr. CHENG Li-jing do Institute of Atmospheric Physics (IAP) / Academia Chinesa de Ciências, o professor John P. ABRAHAM, da Universidade de St. Thomas (EUA), examinou de forma abrangente a mudança de OHC nas escalas decadica e multi-decadal e em diferentes bacias oceânicas. Através de três diferentes conjuntos de dados oceânicos analisados objetivamente (Ishii do Japão, EN4 do Met. Office e IAP), eles descobriram que os oceanos são resistentes ao aquecimento, independentemente de quais dados foram utilizados. Além disso, o calor entre os oceanos globais experimentou uma redistribuição significativa nas últimas décadas.
Durante 1998-2012, famoso pelo período de abrandamento do aquecimento global, todas essas bacias haviam acumulado calor e não havia nenhuma indicação clara de qual bacia oceânica domina a mudança global da OHC. Em outras palavras, abaixo de 100 m de profundidade no Oceano Atlântico e Austral, e entre 100 a 300 m de profundidade no Pacífico e Oceano Índico, houve aquecimento estatisticamente significativo e todos contribuíram para o aquecimento global dos oceanos. Os resultados de discrepância de estudos anteriores são devidos à diferença de intervalos de profundidade utilizados no cálculo de OHC, bem como a incerteza em conjuntos de dados de temperatura subterrânea.
Por que há diferenças substanciais entre diferentes conjuntos de dados? Este estudo mostra que a análise de Ishii subestima a taxa de aquecimento no hemisfério sul no século passado. E a análise EN4 não pode reconstruir corretamente a temperatura da superfície do mar (SST) nos últimos 30 anos e subestima a taxa de aquecimento em ~ 90% em comparação com um conjunto de dados SST independente, como ERSST e OISST. Isso indica que as análises Ishii e EN4 podem subestimar a taxa de aquecimento do oceano.
“Em inglês simples, será importante que possamos manter sensores de temperatura de alta qualidade posicionados em todos os oceanos, então, no futuro, poderemos prever onde nosso clima se dirige”, explica o co-autor ABRAHAM. “Dizemos na ciência que uma medida não feita é uma medida perdida para sempre. E não há medidas mais importantes do que o aquecimento dos oceanos”.
Consensuses and discrepancies of basin-scale ocean heat content changes in different ocean analyses
Wang, G., Cheng, L., Abraham, J. et al. Clim Dyn (2017). doi:10.1007/s00382-017-3751-5
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00382-017-3751-5
Fontes – Zheng Lin, Institute of Atmospheric Physics, Chinese Academy of Sciences, Tradução e edição Henrique Cortez, EcoDebate de 29 de junho de 2017
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