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Os riscos à saúde causados pelo milho transgênico NK603

Em 2008, a CTNBio aprovou o transgênico milho inseticida 1507 da Pioneer (Du Pont). Esse milho contém os transgenes Cry1F e PAT. O transgene PAT possibilita a planta ser resistente ao herbicida glifosinato de amonio enquanto a inserção do transgene Cry1F deixa a planta produzir o seu próprio inseticida. [4,5] O inseticida já vem embutido na própria planta. Consequentemente, todo pedaço que o seu filho comer numa esfira de milho, ele estará comendo inseticida. Como a ANVISA disse anteriormente sobre esse assunto quando avaliando um outro milho transgênico(Bt11), que também contém um inseticida embutido nela, “No caso de plantas geneticamente modificadas, como o milho Bt 11 em questão, a toxina responsável pela ação inseticida é um componente integral do alimento, não podendo ser removida. [9] Enquanto a toxina Cry1F é produzida durante todo o tempo por todas as células da planta do milho Herculex, as formulações comerciais contendo B. thuringiensis são aplicadas esporadimaente sobre plantas e se degradam rapidamente no meio ambiente. [5]

Os defensores dos OGM afirmam que a tóxina Bt em plantas GM é quebrada no trato digestivo e por isso não pode entrar no sangue ou tecidos do corpo para causar efeitos tóxicos para além do sistema digestivo. Mas, esta afirmação é falsa. No que diz respeito à suposta total degradação das proteínas Bt durante o processo de digestão em mamíferos, vários trabalhos mostraram uma realidade diferente, onde partes significativas da proteína sobrevivem à digestão em animais alimentados com milho GM (Chowdury et al., 2003; Lutz et al., 2005; Paul et al., 2010). Em laboratório, um estudo recente que buscou reproduzir as condições reais de acidez gástrica observou uma alta resistência em quebrar a proteína recombinante Cry1Ab (Guimaraes et al., 2010). [16] Essa toxina cry foi até encontrada em fetos de mulheres grávidas no Canada (Aris & Leblanc, 2011). [16]

Além do risco a saúde por esse transgênico produzir o seu próprio inseticida, a transformação genética dessa planta saiu toda deformada. No caso do TC1507, o método de transformação confirma sua imprecisão. Conforme mencionado pelos proponentes, o evento de transformação contém, além das sequências alvo, mais outras 14 sequências, cujas implicações não foram adequadamente estudadas até o momento (Sumário das Sequências Inseridas – Tabela 3, p. 46). [4]

Os estudos da requerente sobre a segurança desse transgênico também foram pobres e afirmam que “não foram apresentados em mais de 30 anos de usado comercial do B. Thuringiensis, nenhuma informação concretas de alerginidade”. Essa afirmativa não tem nenhuma base cientifica como não leva em consideração os estudos recentes que comprovaram respostas imunes à proteínas Cry, como o estudo de Kroghsbo et al. (2007) no caso de Cry1Ab e os estudos de Moreno-Fierros et al. (2002), Vazquez et al. (1999) e de Vazquez-Padron et al. (2000) no caso de Cry1Ac. [5]

Esse agrotóxico é resistente ao glufosinato de amômio. No site da Pioneer (Du Pont), diz para usar o herbicida Liberty da Bayer para o transgênico Herculex. Esse Liberty contém o GA. O GA, princípio ativo do herbicida Liberty, será incorporado em algum teor às cadeias alimentares humana e animal; o GA tem sido associado a problemas cardiovasculares (Matsumura et al., 2001 ), neurotóxicos (Watanabe, 1997), teratogenicos (Fujii, 1997) e reprotoxicos. Recentemente, o GA tem sido apresentado como eficiente perturbador endócrino (Bénachour & Séralini, 2008). [10] No caso do glufosinato de amômio, também são várias as pesquisas que constataram toxicidades diversas associadas ao herbicida, tais como neurotoxicidade e teratogenicidade (Watanabe & Iwase, 1996; Fuji 1997; Koyama et al., 1997; Matsumura et al., 2001). [11]

Fracasso no Campo

O transgênico TC1507 produz o inseticida Cry1F. Recentemente, Farias et al. (2014) oficializaram a presença de populações de insetos resistentes as proteínas Cry1F no Brasil. [6]

Cabe mencionar que a Agrosoja-MT acabou de divulgar os nomes das cultivares que motivaram a notificação as empresas Monsanto, DuPont, Dow e Syngenta por propaganda enganosa—sendo as Herculex, que sintetiza proteína Cry1F, e Yieldgard, que sintetiza Cry1Ab, envolvida no evento piramitado em avaliação aqui alegando, “ quebra da resistência” na technologia transgênica. [6]

Fracasso também nos EUA [7,8]

Poucas informações dada pela requerente sobre a segurança desse transgênico

O dossiê nada informa sobre “possíveis efeitos deletérios do OGM em animais prenhes e seu potencial teratogênico”, contrariando exigência da RN 05. De fato, as proteínas Cry deveriam ser testadas em acordo com os métodos usados atualmente no domínio da pesquisa sobre as proteínas príons, como injeções intra-craniais (IC) e intra-peritoneais (IP), sobre ratos neonatais, seguidas de observações durante pelo menos 120-300 dias (Liberski & Brown, 2007; Unterberger & Voigtlander, 2007). [4]

No vetor utilizado, há presença do promotor CaMV 35S como promotor da seqüência genômica pat. Consideramos que a resposta que diz respeito aos hospedeiros do promotor CaMV 35S é incompleta, e não revela dados importantes de biossegurança. Esta escrito no dossiê (p.39 e p.68): “O CaMV é um caulimovírus de DNA de dupla hélice com uma gama de hospedeiros muito limitado restringindo-se principalmente à planta crucíferas.” No entanto, desde há muitos anos é cientificamente comprovado que o promotor 35S CaMv se expressa em outras células que não sejam células de espécies crucíferas, inclusive em E. coli (Jacob et al., 2002), algas verdes, rãs e mamíferos (Ho et al., 2000b), inclusive em células humanas (Traavik et al., 2005; Steinbrecher, 2002). Portanto, estando a CTNBio encarregada de realizar a análise cientifica do dossiê, é nítida a falta de robustez cientifica empregada pela empresa proponente nesta questão. [5]

Poucas informações foram incluídas referentes a possíveis efeitos pleiotrópicos. No caso do dossiê do Milho MON810 ocorreu o mesmo. Contudo estudos recentes tem demonstrado efeitos pleiotrópicos em nível molecular. A análise proteômica de duas gerações subseqüentes (denominadas de T05 e T06) do milho transgenico (evento MON 810) tendo como controle as suas respectivas linhas isogênicas (WT05 e WT06) resultou na identificação de 43 proteínas que tiveram sua regulação aumentada ou reduzida comparativamente as linhas isogênicas parentais, o que está especificamente relacionado com o transgene inserido no genoma do milho pelo bombardeamento de partículas. Destas 43 proteínas, 14 tiveram sua expressão reduzida, 13 com expressão aumentada, 7 foram produtos novos e 9 deixaram de expressar seus produtos (Zolla et al., 2008).

Os autores ainda verificaram que uma das novas proteínas expressadas (SSP 6711) corresponde a 50 kDa gama zeina, uma proteína alergênica bem conhecida. Além disso, várias proteínas de sementes de armazenamento (como globulinas e outras similares às vicilinas expressas no embrião) exibiram formas truncadas, apresentando massas moleculares significativamente menores que as proteínas nativas. [5]

Dois estudos de toxicidade oral aguda foram feitos em ratos (Kuhn, 1998 e Brooks, 2000), além de um estudo de alimentação de frangos (Zeph, 2000). No entanto, nenhum desses estudos foi publicado. O dossiê ainda não fornece “os resultados da avaliação da nutrição em animais experimentais por duas gerações”, bem como não foi informado “a duração dos experimentos”, como exigido pela RN 05. [5]

Não foi mencionado no dossiê nenhuma “conclusão de analises imunológicas” nos animais testados, conforme exigido pela RN 05. No que diz respeito as “analises histológicas”, não foi mencionado no dossiê quais tecidos foram analisados. [5]

Não foi apresentado no dossiê dados que dizem respeito ao metabolismo do glufosinato de amônio na PGM, considerando que essa PGM foi modificada para acumular o herbicida sem morrer. [5]

A analise de similaridade dos produtos de expressão do OGM com alérgenos conhecidos foi feita na base de busca de homologia de aminoácidos contíguos. Assim, podemos ler no dossiê, p. 86, que “Uma homologia significativa é aquela que registra uma identidade de seqüência de 8 ou mais aminoácidos contíguos”. Entretanto, essa afirmação não esta sustentada por nenhuma referencia bibliográfica ou por estudos. Desde há 7 anos atrás, as organizações internacionais WHO/FAO recomendaram que a análise comparativa deve ser feita 6 aminoácidos (WHO/FAO, 2001). Esta recomendação é advinda de evidências científicas (Spök et al., 2005; Metcalfe et al., 1996; Taylor & Hefle, 2002). [5]

Nesse mesmo ponto, que diz respeito aos riscos de alergenicidade, deve-se complementar também algumas informações importantes ligadas a biossegurança. Assim, está escrito no dossiê que “Em mais de 30 anos de uso comercial, não foram apresentados informações concretas de alergenicidade do B. Thuringiensis, incluindo alergias ocupacionais relacionadas com a fabricação de produtos que contém B. thuringiensis (EPA, 1995a)”. Esta afirmativa igualmente não tem base cientifica. Em primeiro lugar, provavelmente devido a antiguidade da referencia bibliográfica (já com 13 anos), essa afirmação não leva em consideração os estudos recentes que comprovaram respostas imunes à proteínas Cry, como o estudo de Kroghsbo et al. (2007) no caso de Cry1Ab e os estudos de Moreno-Fierros et al. (2002), Vazquez et al. (1999) e de Vazquez-Padron et al. (2000) no caso de Cry1Ac. Além disso, as formulações comerciais são totalmente diferentes da única toxina produzida pelo milho Herculex. Também é diferente o uso, pois enquanto a toxina Cry1F é produzida durante todo o tempo por todas as células da planta do milho Herculex, as formulações comerciais contendo B. thuringiensis são aplicadas esporadimaente sobre plantas e se degradam rapidamente no meio ambiente. [5]

Votação pela liberalização comercial do milho 1507 na CTNBio

Pessoas que votaram contra

Dra. Kenny Bonfim (Representante do Ministério da Saúde), Dra. Graziela Almeida da Silva ( Especialista na Area de Saúde do Ministério da Saúde), Dr. Leonardo Melgarejo (Representante do MDA), Dr. José Maria Gusman Ferraz (Ministério do Meio Ambiente), Dr. Rodrigo Roubach (Ministério da Pesca e Aquicultura).

Algumas pessoas que votaram a favor:

Maria Lúcia Zaidan Dagli– Recebeu o premio I PIC – Prêmio Impacto Científico da FMVZ – USP, 2005-2006, patrocinado por Bayer Saúde Animal e Novartis Saúde Animal Ltda, entre outros. [12]

João Lucio de Azevedo– O pesquisador é responsável docente pelo projeto de pesquisa sobre Microrganismos Endofíticos: Genética e Biologia Molecular, financiado pela empresa Monsanto. Prestou consultoria técnica à Monsanto em 1999. [12]

Giancarlo Pasquali, especialista na área de meio ambiente (UFRGS) Representa a URGS na Rede Genolyptus, constituída por universidades e empresas como Aracruz Celulose S.A., Klabin, Veracel Celulose S.A., Votorantim Celulose e Papel S.A., entre outros (a CTNBio já liberou 12 experimentos de campo com variedades transgênicas de eucalipto). Foi consultor técnico do Guia do Eucalipto, do CIB (que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda), sobre eucalipto geneticamente modificado. O nome dele ainda consta como consultor da CIB. [12]

Luiz Antônio Barreto de Castro foi um dos coordenadores da equipe que celebrou o Contrato de Cooperação Técnica para desenvolvimento de cultivares de soja tolerante ao herbicida Roundup, em 1997, cujas instituições promotoras/financiadoras foram Embrapa e Monsanto. Em 2002, foi reeleito membro do conselho científico da Anbio, que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda. [12]

Paulo Paes de Andrade– Consultor da ILSI no Brasil e faz parte da diretoria da AMBIO. A ILSI e AMBIO são financiados pela Monsanto, Dow, Syngenta, Bayer, etc.

Alexandre Lima Nepomuceno, especialista em biotecnologia (UEL), É co-autor do livro “Savanas, desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais”, co-patrocinado pela Syngenta. É membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB, que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda). [12]

Walter Colli– Consultor da ILSI no Brasil. A ILSI é financiada pela Monsanto, Dow, Syngenta, Bayer, etc.

Edilson Paiva—Pesquisador de transgênia da EMBRAPA. A EMBRAPA tem parcerias com a Monsanto, Syngenta, BASF, etc. [12] Ele disse aos jornais no passado que uma das vantagens da soja da Monsanto é que as pessoas podem até beber o veneno nela aplicado que não irão morrer. [13] Ele está se referindo ao herbicida Round up da Monsanto que hoje a Organização Mundial de Saúde considera como provavelmente cancerígeno aos humanos. [14,15] Ele também é contra a rotulagem de produtos contendo transgênicos e o princípio da precaução. [13]

Problemas Toxicológicos

A Pioneer apresentou inicialmente um estudo de ratos alimentados por 90 dias. A EFSA aceitou, mas tinha séria deficiências. Um pré-requisito para a realização de ensaios de alimentação apropriada é a utilização de linhas isogênicas como comparador. A EFSA disse que a empresa apenas usou uma variedade com semelhanças genéticas. Ensaios alimentares sem a possibilidade de comparar diretamente as plantas geneticamente modificadas com linhas isogênicas podem ser usados para esconder efeitos indesejados (Lorch & Cotter, 2005). O segundo problema desse estudo foi o baixo número de ratos usados. Eles usaram apenas cinco grupos de ratos (12 animais/sexo/grupo). O resultado não é válido a partir de um ponto de vista estatístico. (BAC, 200). O próprio governo holandês criticou o baixo número de ratos usado no experimento. O estudo mostrou uma queda significativa de certos tipos de células brancas que não foram analisados propriamente pela EFSA.

Depois a EFSA menciona um segundo estudo de 90 dias commisionado pela Pioneer (Mackenzie et al. 2007). O resultado deste estudo é interpretado pela EFSA como prova válida da segurança do milho 1507; EFSA aceitando assim pressupostos da Pioneer. Mas, Dona & Arvanitoyannis (2009), que fez uma análise mais aprofundada dos dados e cujo estudo foi revisado por pares (peer reviewed), apresenta resultados diferentes:

1. efeitos nas enzimas hepáticas: “Alterações também têm sido observadas em enzimas hepáticas após o consumo de arroz cru expressando lectina GNA (Poulsen et al., 2007), GM Bt com o gene de proteína insecticida vegetativo (Peng et al., 2007) e em estudo de alimentação subcrônico da DuPont em ratos alimentados com dietas contendo milho GM 1507 (MacKenzie et al., 2007). “ Estas alterações em células de hepatócitos e enzimas pode ser indicativo de dano hepatocelular “.

2. rins menores: “rins menores foram desenvolvidos no estudo da DuPont em ratos alimentados com dietas contendo milho GM 1507 (MacKenzie et al., 2007)”.

3. a diminuição do número de glóbulos vermelhos e um hematócrito alterado: O estudo da DuPont em ratos alimentados com dietas contendo milho GM 1507 mostraram uma diminuição na contagem de glóbulos vermelhos e hematócrito das fêmeas” “(MacKenzie et al, 2007).

4. a diminuição do número de determinados glóbulos brancos: “estudo de alimentação subcrônico da DuPont em ratos alimentados com dietas contendo milho GM 1507, mostrou que a concentração de eosinófilos no sexo feminino foi diminuída (MacKenzie et al., 2007)”.

As autoridades austríacas também questionaram a interpretação dos resultados de MacKenzie et al, 2007. [1]

Problemas Genéticos

No caso do TC1507, o método de transformação confirma sua imprecisão. Conforme mencionado pelos proponentes, o evento de transformação contém, além das sequências alvo, mais outras 14 sequências, cujas implicações não foram adequadamente estudadas até o momento (Sumário das Sequências Inseridas – Tabela 3, p. 46). [4]

Sabe-se que a engenharia genética faz com que fragmentos de genes adicionais sejam inseridos e rearranjos de porções do próprio DNA da planta. Na verdade, existem vários fragmentos adicionais não intencionais em TC1507 (EFSA, 2005), incluindo:

• Fragmento do gene Cry1F localizado no início (extremidade 5 ‘) do inserto pretendido.

• Fragmentos de outras partes dos genes inseridos incluindo fragmentos do plasmídeo, o gene pat, o promotor de ubiquitina de milho e a sequência de terminação.

• Fragmentos de DNA do cloroplasto. Desconhece-se onde esses fragmentos de genes não intencionais adicionais estão localizados dentro do genoma da planta, ou se eles interrompem os próprios genes da planta ou elementos reguladores. Estes fragmentos não pretendidos resultam em dois ORFs, que podem produzir RNA não intencional ou proteína nova ou alterada. A possibilidade de que estes fragmentos sejam expressos não foi descontada como um sinal fraco, indicando a presença de RNA não pretendido: “A análise de Northern não revelou expressão de ORF4, mas foi detectado um sinal fraco utilizando RT-PCR, o que também indicou que o RNAm detectado origina-se de um produto de leitura do gene cry1F. “(EFSA, 2005)

A EFSA considera que é” muito improvável “que qualquer proteína possa ser expressa a partir deste ORF. Entretanto, declarações semelhantes sobre a expressão dos fragmentos em soja Roundup Ready foram feitas em 2000 (Monsanto, 2000), mas posteriormente foram encontradas transcritas (Monsanto, 2002a, b). As consequências de cópias e fragmentos adicionais do gene inserido, sendo estes fragmentos expressos tanto quanto RNA, ou sendo expressos em conjunto com outros genes é extremamente difícil de prever. Potencialmente, qualquer RNA não intencional ou proteína nova ou alterada é uma consequência grave das irregularidades moleculares em 1507. A EFSA (2005) considera que qualquer proteína expressa a partir deste ORF não teria efeitos adversos porque não teria qualquer semelhança com “alergênicos conhecidos , tóxicas ou sensíveis ao glúten proteínas relacionadas com enteropatia”. No entanto, recentemente foi demonstrado que apenas pequenas alterações estruturais na estrutura das proteínas são necessárias para causar efeitos significativos na toxicidade (Prescott et al., 2005). Assim, qualquer proteína não intencional (ou proteína vegetal alterada) pode ser alergênica, mesmo que não tenha semelhança com alérgenos conhecidos. [2]

• A presença de uma cópia adicional do gene Cry1F foi detectada usando Southern blotting, mas não foi localizada ou caracterizada: “A digestão HindIII e a hibridação com a sonda cry1F resultaram em duas bandas: uma com tamanho de 3890 pb e uma segunda, representando um adicional cópia que é maior e estimada em ~ 4000 pb em tamanho. A hibridação do digestão HindIII com a sonda ubi resultou numa banda com um tamanho de 3890 pb e falhou de revelar o fragmento de ~ 4000 pb. De acordo com o requerente, isto indica que a região promotora está ausente nesta cópia adicional ou não está intacta. “Não é aceitável que uma cópia adicional de 4000 pb deste gene tenha sido detectada e que nenhum outro comentário é feito– apenas mencionando a sua presença e que lhe falta o promotor ubiquitina. Não é dada informação sobre a sua localização nem a sua possível interrupção da expressão de genes endógenos. [3]

Tóxina Cry1F inserida

O dossiê também informa que o gene pat inserido no TC1507 é uma versão sintética da seqüência do gene pat natural da bactéria Streptomyces viridochromogenes (Eckes et al., 1989), e que vários dos testes de toxicidade (mamíferos, organismos aquáticos, peixes, aves…) utilizaram proteínas Cry1F sintetizadas a partir de sua expressão natural (obtida de Bacillus thuringiensis var. azawai e da proteína completa Cry1F microbiana, MR872, expressa em Pseudomonas fluorescens) ao invés daquela encontrada no milho GM, que está sendo avaliado para fins de liberação comercial.

As proteínas Cry1F sintetizadas em bactérias não têm a mesma sequência primária das proteínas Cry1F sintetizadas no milho Herculex, exceto para os primeiros 605 amino-ácidos. Além disto, a proteína sintetizada no Herculex pode ser modificada com adição de fosfatos, N-acetylglucosamine e hexoses, o que pode modificar tanto a conformação da proteína (Ahmad et al., 2006) como suas características funcionais, inclusive no que diz respeito a seu potencial patogênico (Wang et al., 2007; Pang et al., 2007; Chen et al., 2006; Wells et al., 2004; Lüdemann et al., 2005). A situação é distinta no caso da proteína natural sintetizada em bactérias, que é incapaz de efetuar modificações pós-translacionais (Dennis et al., 2006).

As conseqências de uma modificação na proteína incluem a possibilidade de levar esta proteína a assumir outras funções, com implicações que neste momento não são conhecidas. Em outras palavras, o relevante aqui é que no caso dos genes Pat e Cry1F incorporados ao evento TC1507, estamos diante de proteínas distintas daquelas comumente encontradas no ambiente, se considerarmos sua condição natural. [4]

Referências

1) Testbiotech opinion concerning the application for market approval of genetically modified maize 1507 (DAS-Ø15Ø7-1)
https://www.testbiotech.org/…/Opinion%20Testbiotech%201507%…

2) EFSA fails again: insect resistant GM Bt maize 1507 (C/ES/01/01) should not be grown in Europe.
http://www.greenpeace.org/…/…/2008/10/pioneer-1507-maize.pdf

3) Assessment of the renewal of the current approval in EU under 1829/2003/EF of EFSA/GMO/RX-001 1507 maize
http://genok.no/wp-content/uploads/2015/…/GenOk_H_RX_001.pdf

4) Pedido de vista do Milho Herculex (evento 1507)– Dr. Melgarejo (membro da CTNBio)
http://ctnbio.mcti.gov.br/…/d14b7bbf-a680-47bc-acbf-0a7e50d…

5) Pedido de vista do Milho Herculex (evento 1507)– Dr. Paulo Kageyama (membro da CTNBio)

6) Parecer de pedido de vistas dos relatores Drs. Antonio Andriolli, Daniela Sanches Frozi, Suzi Barletto Cavalli (membros da CTNBio) para MIR604 e Bt11XMIR162XMIR604XGA21.

7) Dow-DuPont’s modified corn fails to control pest, scientists say
http://www.stltoday.com/…/article_cd6e2a18-74c3-5442-bff9-0…

8) Cry1F Crisis: Herculex Trait Fails Against Western Bean Cutworm
https://www.dtnpf.com/…/05/herculex-trait-fails-western-bea…

9) Recurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA ao CNBS em face do Parecer Técnico nº 1255/2008, que aprovou a liberação comercial de milho transgênico, Bt 11, que expressa o gene cry1A(b), e o gene pat, publicada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio.

10) PARECER TÉCNICO– PROCESSO 012000.006065/2007-50 , Soja LL, Evento A2704-12
http://ctnbio.mcti.gov.br/…/fb8464cf-1c0a-4020-a4d7-e0c60eb…

11) Parecer de Pedido de Vistas do evento NK603XT25—Dr. Nodari

12) A ciência segundo a CTNBio
http://aspta.org.br/campanha/a-ciencia-segundo-a-ctnbio/

13) CTNBio estreia em 2010 de presidente novo e liberando tudo
http://terradedireitos.org.br/…/ctnbio-estreia-em-2010-de-…/

14) Ação da Monsanto cai em NY após agência da OMS alertar sobre glifosato
http://revistagloborural.globo.com/…/acao-da-monsanto-cai-e…

15) MPF/DF reforça pedido para que glifosato seja banido do mercado nacional
http://www.mpf.mp.br/…/mpf-df-reforca-pedido-para-que-glifo…

16) Gilles FERMENT. Levantamento e análise de estudos e dados técnicos referentes ao consumo de plantas transgênicas: o caso do NK603. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO. Julho/2013
http://aspta.org.br/…/08/Riscos-saude-NK603-gilles-jul2013.…

Fonte – AS.PTA

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