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Países pretendem proibir ou substituir sacos plásticos

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Diario dos açores de 17 de abril de 2008

Da Austrália ao Reino Unido, e em todo o território dos Estados Unidos, políticos e empresas estão estudando a possibilidade de proibir ou tributar o uso de sacos plásticos. Na Irlanda, um pesado imposto sobre o seu uso, adoptado em 2003, estimulou o público a deixá-los de lado quase completamente, em favor de sacolas de compra reutilizáveis, de tecido.

Os sacos plásticos também são tributados na Itália e Bélgica. Os compradores pagam por eles na Alemanha, Holanda e Suíça. Espanha, Noruega e agora o Reino Unido estão considerando a adopção de proibições ou impostos.

A acção política britânica quanto a sacos plásticos descartáveis segue-se a gestos semelhantes adoptados este ano na Austrália. Uma proibição ou imposto nacional estão sendo fortemente debatidos, lá, ainda que o Estado da Austrália do Sul, que inclui a cidade de Adelaide, já tenha prometido que o uso de sacos plásticos será proibido no final do ano, não importa que decisão tome o país.

Mike Rann, primeiro-ministro estadual, mencionou motivos conhecidos para a proibição: os sacos contribuem para a emissão de gases de efeito-estufa, ocupam imenso espaço nos aterros sanitários, sujam ruas e rios e causam a morte de animais.

Sacolas de plástico convencional de uso único poluem o planeta por mais de 500 anos.

A poluição visual parece ser o motivo para o anúncio chinês de uma proibição aos sacos plásticos mais finos, em Janeiro, e de um imposto sobre os demais. As medidas entram em vigor em 1 de Junho, dois meses antes da Olimpíada de Pequim.

Taiwan tributa os sacos, e as cidades de Dhaka (Bangladesh) e Bombaim (Índia) proíbem o seu uso, a fim de impedir que entupam os bueiros na temporada de monções, que traz chuvas pesadas.

No passado conhecidos ironicamente como “a flor nacional”, os sacos plásticos finos estão proibidos na África do Sul desde 2003; os mais espessos são tributados. Medidas semelhantes estão em vigor na Eritreia, Ruanda, Somália, Tanzânia, Quénia e Uganda.

Nos Estados Unidos, as cidades de San Francisco e Oakland, na Califórnia, proíbem os sacos, e promovem a utilização de sacolas reutilizáveis ou recicláveis. No restante do Estado, os supermercados são forçados a aceitar sacos vazios de volta para reciclagem. Iniciativas semelhantes de colecta e reciclagem estão sendo estudadas em Nova Iorque, Nova Jersey e Maryland.

E medidas desse tipo estão em consideração em praticamente todos os legislativos municipais norte-americanos, diz Vincent Cobb, fundador da Reusablebags.com. “Todos nós temos a tendência de consumir demais, e acredito que a natureza simbólica é que dê poder a essa ideia”, ele disse sobre o movimento pela redução no uso de sacos plásticos.

Lisa Mastny é directora do projecto de consumo do WorldWatch Institute, em Washington. Ela diz que as proibições em geral têm por objectivo impedir que os sacos cheguem ao meio ambiente, como lixo de rua ou lixo recolhido a aterros sanitários. Mas na sua opinião a maior parte dos projectos de lei que estão em consideração não promovem alternativas ecologicamente sensatas, como o uso de sacolas de pano.

Será tão difícil as pessoas tomarem a iniciativa e voltarem a utilizar as boas e velhas sacolas retornáveis de qualquer material que não seja plástico convencional?

As pessoas tem que ter uma lei para obrigá-las a fazer a coisa certa?

Nos Estados Unidos, a oposição à proibição e aos impostos concentrou as atenções na reciclagem e colecta, o que Mastny define como útil mas pouco influente no que tange a alterar o comportamento dos consumidores. “Nada impede que os consumidores continuem a usar sacos plásticos em quantidade semelhante à que sempre usaram”, ela diz.

Medidas mais efectivas, afirma, seriam esquemas de taxação como o PlasTax, da Irlanda, que impõe tributo de 22 centavos de euro (US$ 0,34) por saco plástico, o que resultou em 95% de queda no seu uso. De facto, ela acrescentou, a Irlanda recentemente elevou o imposto para combater a retomada no uso de sacos plásticos. A medida parece estar funcionando.

A melhor medida é a proibição pura e simples das embalagens de plástico convencional, simples assim.

Mas Keith Christman, director sénior de embalagens do Conselho Químico Norte-Americano, que congrega empresas fabricantes de sacos plásticos, disse que proibições e impostos “não são a abordagem correcta” quanto aos sacos plásticos. Ele apontou que medidas como essas forçam o comércio a usar sacos de papel, cuja produção requer mais energia e libera mais gases do efeito-estufa do que a dos sacos plásticos.

Oras, então que se proiba as sacolas de plástico convencional e de papel.

Como esse povo não pensa, como vêem dificuldade em tudo, credo.

Além disso, ele afirma que 92% dos consumidores reutilizam os seus sacos de compras em latas de lixo e para recolher dejectos de animais, entre outras coisas. Sem os sacos plásticos gratuitos que obtêm no supermercado, os consumidores vêem-se forçados a comprá-los.

Até parece que uma pessoa utiliza mais de 1.000 sacos de lixo por ano, até parece mesmo.

Você recebe muito mais sacolas do que consegue usar como lixo, isto é fato provado.

O PlasTax da Irlanda, ele aponta, resultou numa alta de 400% nas compras de sacos plásticos. “Acreditamos que a abordagem correcta seja promover a reciclagem de sacos plásticos, e obtivemos muito sucesso quanto a isso”, ele afirmou.

Errado, a abordagem correta é a de proibir, como está acontecendo no estado do Paraná.

Cobb, cujo site vende sacos reutilizáveis e serve como ponto de troca de informações sobre a questão dos sacos de uso único, concordou em que a reciclagem é uma boa medida, mas disse que um imposto cobrado no caixa é necessário para promover mudanças de comportamento da parte dos consumidores.

“Os sacos plásticos não são inerentemente maus”, disse. “Mas o descuido e o imenso volume de uso causam problemas. Se as pessoas começarem a prestar atenção a isso, acredito que veremos mudanças”.

A Whole Food Markets, uma cadeia de comércio de alimentos orgânicos dos Estados Unidos, não está esperando por normas políticas para reduzir os resíduos plásticos, e anunciou recentemente que deixará de utilizar sacos plásticos em todas as suas lojas a partir do Dia da Terra, 22 de Abril.

“Estamos tentando encorajar as pessoas a trazerem com elas as suas sacolas reutilizáveis”, disse Ashley Hawkins, porta-voz da empresa.

Viu como o Paraná está na vanguarda?

Enquanto os países estão pensando em proibir, aqui já está sendo proibida a sacola de plástico convencional de uso único, mesmo sem lei, graças ao projeto da FUNVERDE que teve o apoio do ministério público e do governo do Paraná.

Isto é ter um ministério público e um governo preocupado com as futuras gerações, aqui nós temos gente do primeiro setor que saiu do discurso – prática comum no Século XX – e partiu para a ação, entrando assim no Século XXI, porque discurso é coisa de perdedor, de gente que só sabe assistir novela e reclamar, mas que nunca encontra solução para nada.

Aqui no Paraná estamos dando um exemplo para o mundo de que as pequenas ações podem mudar o futuro do planeta.

This Post Has One Comment

  1. Pequena correcção. Na Suiça os sacos plásticos não são tributados. Simplesmente não se encontram à disposição do cliente. Em vez disso o cliente tem sacos de papel que pode comprar (normalmente por 30 centimos).

    Há ainda casos em que as compras são poucas e basta pedir um saquinho de plástico, que de imediato nos é dado, e não vendido como os de papel. Contudo, é situação é estranha num país como na Suiça, tendo em conta que outros países, supostamente mais atrasados economicamente, já tenham adoptado esta medida para proteger o ambiente.

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