Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Para movimento social, União Europeia deve cancelar a licença do neonicotinóides
Vendas de agrotóxicos nocivos às abelhas seguem altas, mesmo após medidas restritivas
Nota da Campanha: Enquanto os movimentos alemães reclamam pela venda de 207 toneladas de neonicotinóides em 2014, no Brasil foram comercializadas 7940 toneladas de apenas um dos ingredientes deste grupo, o Imidacloprido e mais 345 toneladas do acetamiprido. Para os outros, não foram divulgados os valores de venda pelo Ibama.
da CBG
A Coalizão Contra os Perigos da Bayer (CBG) exige o completo banimento dos agrotóxicos neonicotinóides. O banimento parcial imposto pela União Europeia em dezembro de 2013 não levou à redução das vendas, e portanto se mostra inadequado para a proteção das abelhas e outros insetos. Ao final deste ano, a UE deve decidir sobre a extensão ou maior restrição do banimento.
O membro do conselho da CBG, Jan Pehrke diz: “Já passou da hora da Clotianidina, Imidacloprido e Tiametoxam (ingredientes ativos do grupo dos neonicotinóides) serem retirados completamente do mercado. E a exportação destas substâncias deve ser igualmente interrompida. Além disso, as substâncias tóxicas não devem ser substituídas por outras novas e igualmente perigosas, como o Sulfoxaflor ou Flupiradifurone.”
Na primavera de 2008, o uso da Clotianidina causou a morte em massa de abelhas no sul da Alemanha. Isso impulsionou o governo alemão a banir o uso da Clotianidina e do Imidacloprido no cultivo de milhos e outros grãos. Desde dezembro de 2013, Clotianidina, Imidacloprido (ambos da Bayer) e o Tiametoxam (Syngenta) não podem mais ser usados nas plantações de milho, girassol e canola na União Europeia. No entanto, eles continuam a ser permitidos para pulverização da batata e da beterraba-sacarina, utilizada para produção de açúcar na Europa.
As medidas não levaram à redução na demanda neonicotinóides. A lista publicada pelo governo alemão à pedido do Partido Verde mostra que as quantidades utilizadas após o banimento continuaram no mesmo nível (veja abaixo). A quantidade exportada por companhias alemães – sobretudo a Bayer – inclusive aumentaram significativamente, de 952 toneladas (2008) para 2269 toneladas (2014).
Neonicotinóides são substâncias químicas sistêmicas pulverizadas nas semente e nas plantas e que interrompe o sistema nervoso de qualquer inseto que entre em contato. As substâncias viajam pelo pólen e néctar e podem envenenar insetos benéficos, como as abelhas. Estimativas do LD50 são entre 3 e 50 nanogramas (ng) por abelha. Isso significa que 50% das abelhas que consumirem 3-50 ng destes agrotóxicos morrem. Um ng equivale a 1/1.000.000.000 de grama. A doses subletais ainda menores, os agrotóxicos podem levar as abelhas a ficarem desorientadas. Abelhas que não retornam à sua colmeia morrem em pouco tempo. A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) concluiu portanto em agosto que o uso de neonicotinóides é associado a um grande perigo para as abelhas.
Gerentes da Bayer têm conhecimentos destes riscos desde o início dos anos 1990. A empresa minimizou os problemas, submeteu estudos deficientes às autoridades e causou a perda de abelhas melíferas em diversas partes do mundo. Após a morte massiva de abelhas na Alemanha, a Coalizão Contra os Perigos da Bayer processou os executivos por ameaçar conscientemente o meio ambiente.
Mais informações: http://cbgnetwork.de/3035.html
Venda de neonicotinóides na Alemanha
2006: 258 tons
2007: 280 tons
2008: 258 tons
2009: 280 tons
2010: 257 tons
2011: 295 tons
2012: 342 tons
2013: 200 tons
2014: 207 tons
fonte – www.contraosagrotoxicos.org de 09 de dezembro de 2015
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