Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Parques de Curitiba vão ganhar “Jardins de Mel”
Foto: domínio público/pixabay
Pequenas, mas importantíssimas para o equilíbrio ambiental, as abelhas são essenciais para o processo de polinização na natureza e consequentemente, para a produção de flores, frutos e alimentos. Infelizmente, há um enorme declínio na população de abelhas no mundo inteiro, seja nas grandes cidades ou mesmo no campo, onde os agrotóxicos têm sido os principais responsáveis pelo seu desaparecimento. Em muitos países, algumas espécies já estão na lista de animais em risco de extinção.
Mas na capital paranaense, um novo projeto quer mudar esta realidade. Idealizado pelo agrocólogo Felipe Thiago de Jesus, o Jardins do Mel irá levar mais abelhas para os parques de Curitiba e educação ambiental para a população. “Nosso objetivo é que a cidade se torne referência de preservação de polinizadores e as pessoas sejam mais conscientes sobre o papel das abelhas em ser um elo na regulação do planeta”, contou Felipe ao Conexão Planeta.
Serão instalados 15 Jardins do Mel nos parques da cidade. Cada jardim terá seis colmeias e material visual que trará informação, com textos e fotos, sobre a espécie contida ali. Ao todo, o projeto pretende colocar 90 caixas (colmeias) e em cada uma delas estarão “trabalhando” de 500 a 2.000 abelhas. As colmeias serão protegidas (para evitar depredação), mas abertas, desta maneira, os insetos poderão ir e vir para polinizar a mata nativa da região. “As abelhas voam em um raio de até 2 km”, explica o idealizador do projeto.
O Jardins do Mel terá seu lançamento oficial na primavera, mas em junho próximo, toda a estrutura deverá estar pronta. Entre os parques já confirmados para receber a novidade estão Jardim Botânico, Tingui, Tanguá, Passeio Público, Jardim Zoológico, Barreirinha, Barigui e Bosque do Papa.
O projeto Jardins do Mel também tem como foco a educação ambiental. Escolas públicas de Curitiba receberão material didático sobre o tema, com jogos didáticos que falam sobre a importância da preservação dos rios, compostagem e a prática da agricultura orgânica para a conservação das abelhas. Foi criada ainda uma peça, com teatro de bonecos, que irá percorrer a cidade, apresentando o assunto para as crianças.
Pais e professores das escolas envolvidas também serão convidados a participar de um treinamento para fazer a manutenção das caixas nos parques. “Eles serão os guardiões do mel. Queremos que as pessoas sejam incentivadas a cultivar plantas que atraiam insetos polinizadores”, destaca.
Existem 25 mil espécies de abelhas catalogadas no planeta. Destas, 88% tem hábitos solitários, ou seja, vivem sozinhas. As demais 12% são divididas em outros grupos, entre elas, as meliponídeas, abelhas nativas sem ferrão. No mundo todo, há 400 espécies de meliponídeas e 300 delas estão no Brasil. “Mas elas ainda são muito pouco conhecidas por aqui”, diz Felipe.
Para quem não estiver em Curitiba, o Jardins do Mel terá um website e um aplicativo, que mostrarão a localização das colmeias e todas as informações disponibilizadas nos parques da cidade, que certamente, em muito pouco tempo, estarão mais floridos graças às abelhas do novo projeto.
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Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 24 de abril de 2017
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