Por Ana Flávia Pilar - O Globo - 11 de novembro de 2024 - Com modelo…
Peru declara emergência climática por vazamento de petróleo
O acidente foi causado por ondas geradas pela erupção de um vulcão submarino em Tonga, um arquipélago no Oceano Pacífico, a quase 10 mil km de distância.
Duas peruanas morreram afogadas nas ondas que atingiram o país no sábado (15).
O Oefa (Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental, na sigla em espanhol) disse em comunicado que até esta quinta (20) a área afetada pelo vazamento era de 1,7 milhão de m² de solo e 1,2 milhão de m² no mar, de acordo com imagens aéreas captadas por meio de drones.
“Aves sem vida foram identificadas”, acrescentou a agência.
O vazamento aconteceu enquanto um navio-tanque descarregava petróleo por meio de oleodutos para a refinaria La Pampilla, da empresa espanhola Repsol, na cidade de Ventanilla.
O governo peruano descreveu o acidente como “o pior desastre ecológico” nas proximidades de Lima nos últimos tempos e exigiu que a petroleira pague indenização pelos danos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, há uma investigação em andamento sobre o caso e a multa pode chegar a US$ 34,5 milhões (R$ 187 milhões).
Com o decreto de emergência climática, o governo do Peru diz querer renovar seus compromissos com o Acordo de Paris e fortaceler seus objetivos para mitigar o aquecimento global.
Segundo as autoridades, o vazamento de petróleo foi o ponto de partida para tratar também de outros problemas ecológicos do país.
Entre eles, estão o desmatamento e o uso indiscriminado de aquíferos.
A Repsol detalhou as medidas que têm sido tomadas para conter o vazamento em um comunicado divulgado na quinta-feira (20).
Mais de 2.500 barreiras de contenção foram instaladas e uma equipe de mergulhadores foi designada para averiguar os danos subaquáticos, enquanto dez embarcações com brigadas de 50 pessoas fazem a recuperação do petróleo despejado no mar.
O derramamento afetou também a área de pesca de cerca de 1.500 pescadores, que ficarão sem trabalho por um período de tempo ainda indeterminado, segundo informações da agência AFP.
A limpeza deve demorar ao menos dois anos, disse à AFP o cientista ambiental Marino Morikawa.
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