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Petromáfia se revolta, faz biquinho e esperneia por causa da movimentação para banir sacolas plásticas

Governo e supermercados desestimulam sacola, setor químico as defende

A rede de supermercados Carrefour prometeu oficialmente em evento nesta segunda-feira (15) que interromperia em quatro anos o uso de sacolas plásticas, em evento com o ministro do Ambiente Carlos Minc – a iniciativa tinha sido adiantada pela Folha há duas semanas.

Quatro anos? Isso é uma brincadeira de muito mal gosto. Se inauguraram uma loja sem sacola, porque esperar para as outras lojas? Tirem o plástico já. Apesar de ser um grupo francês está parendo coisa de brasileiro, vai empurrando o problema com a barriga até todos esquecerem e eles continuarem a plastificar nosso país e as petroquímicas continuarem faturando alto.

No mesmo dia, no entanto, o engenheiro químico Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos – entidade que representa institucionalmente o setor – afirmou que o uso das sacolas plásticas não pode ser proibido.

Segundo ele, “não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas, que são reutilizáveis e 100% recicláveis”.

Uai, será que ele nunca ouviu falar sobre sacolas retornáveis, sacolas oxi-biodegradáveis, sacolas biodegradáveis, caixa de papelão, caixa de plástico, carrinho de feira … deve morar em marte este senhor para não conhecer as alternativas às sacolas de uso único utilizadas mundialmente.

Artigo de sua autoria foi publicado na Folha de hoje – íntegra disponível a assinantes do UOL e do jornal.

Ele afirmou, ainda assim, ser a favor das sacolas retornáveis e das sacolas biodegradáveis, mas que a opção deve ser sempre do consumidor, até porque muitos as utilizam como saco de lixo.

Ah sim, ele diz isso porque sabe que o brasileiro é preguiçoso, que enquanto lhe for ofertada a sacola, ele jamais mudará seus hábitos e jamais terá o trabalho de usar sacolas retornáveis. Portanto dar a opção ao consumidor equivale a jamais banir as sacolas de plástico e continuar plastificando o planeta. Boa jogada xico, mas ninguém mais acredita no seu discurso.

Pesquisa saída do forno feita em uma cidade que há um ano baniu as sacolas plásticas tem como resultado que após o banimento das sacolas plásticas de uso único, as pessoas só compram 2% de sacos de lixo do total das sacolas que eram distribuídas. Daí seu xico, cai por terra aquela sua afirmação que 100% das donas de casa reutilizam 100% das sacolas plásticas e vem à luz aquela afirmação que diz que 100% delas pode até reutilizar, mas não reutilizam 100% delas. Afinal, se uma pessoa usa aproximadamente 1.000 sacolas por ano, certamente não usa esta sacolas como saco de lixo, no máximo umas 365 delas e o resto fica de herança maldita para nossos mais longínquos descendentes, daqui a cinco séculos darem um jeito de limparem este lixo.

Além disso, defende que o produto seja utilizado de forma consciente e que sejam seguidas as normas técnicas ABNT para sacolas de qualidade, para evitar o desperdício.

Sim, sim, claro. Vamos utilizar as sacolas com 30% mais plástico, diz a entidade que representa o setor dos plásticos. Vamos lucrar 30% a mais. Que cara de pau.

 

 Exagero

O gestor ambiental Fabiano Alexandre Neto Saraiva, gestor ambiental do Instituto GEA (Ética e Meio Ambiente), discorda totalmente da afirmação de Esmeraldo sobre não haver alternativas consistentes. “É claro que que há alternativas: ecobags, ou sacolas retornáveis, são a solução”, afirma ele. Afinal, elas pode ser reutilizadas sem número definido de vezes.

Saraiva também indica a utilização das caixas de papelão pelos supermercados, prática já adotada por alguns supermercados.

Com isso, seriam reutilizadas as caixas em que os produtos chegam aos supermercados, e além disso o papelão tem um tempo de decomposição na natureza incomparável em relação ao plástico. “É uma diferença de cerca de um ano no caso do papelão para centenas de anos no caso do plástico”, compara o gestor ambiental do GEA.

Ele concorda que a sacola plástica é 100% reciclável, mas é preciso lembrar que cerca de apenas 1% do lixo é reciclado hoje no Brasil. “É preciso checar para onde está sendo destinado o material depois”, alerta ele.

Quanto ao uso da sacola plástica como saco de lixo, ainda é preciso tomar o devido cuidado, pois muitos acabam utilizando sacolas em exagero e sobra nas residências.

Somente 0,8% de todo o lixo é reciclado hoje no país.

Menos de 15% dos municípios possuem aterros sanitários e todo o resto só conta com lixões a céu aberto.

As caixas reutilizadas do supermercado para carregar as compras ainda podem ser reutilizadas para dispor o lixo reciclável e serem recicladas junto com o lixo reciclável.

 

Saco é um Saco

Durante o anúncio oficial do Carrefour, hoje, Carlos Minc anunciou que desde o início da campanha Saco é um Saco, em 5 de junho de 2009, Dia Mundial do Meio Ambiente, o brasileiro deixou de utilizar de 600 milhões a 800 milhões de sacolas plásticas. Esse material leva cerca de “400 anos para se degradar”, informa o ministério.

Isso num universo de 20 bilhões de sacolas usadas anualmente. Minc, para resolver o problema da sacolização do país só com lei, quando você vai aprender?

O Brasil utiliza cerca de 12 bilhões de sacolas plásticas tradicionais por ano, segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O Brasil joga no ambiente mais de 20 bilhões de sacolas plásticas tradicionais por ano.

As alternativas indicadas pelo representante do GEA – sacolas retornáveis e caixas de papelão – foram assumidas pelo Carrefour em seu anúncio.

Parabéns ao carrefour, estava na hora de tratar o consumidor brasileiro e nosso país do mesmo jeito como trata seus consumidores nos outros países que atuam, parando de degradar o ambiente.

 

Preferencial

Nesta sexta-feira (12), a rede de supermercados Walmart lançou um programa de caixas preferenciais e descontos simbólicos ao consumidor que utilize sacolas retornáveis.

Eles lançaram este programa no dia 22 de maio de 2009 em Curitiba, capital do Paraná, evento em que estivemos presente e eles só iniciaram este programa para tentar se livrar de multa multimilionária que o governo do estado está aplicando diariamente por eles estarem plastificando o belo estado do Paraná.

Será dado R$ 0,03 de desconto por cada sacola plástica não utilizada (valor que corresponde ao custo unitário de cada sacola) ou cinco itens adquiridos (quantidade média de produtos embalados em uma sacola, segundo estudo do Instituto Akatu). Ou seja: numa compra de 200 itens, o cliente ganhará R$ 1,20.

Por enquanto, o projeto é piloto, com apenas três lojas, mas a previsão é de atingir todas as unidades da rede em dois meses. A empresa tem 436 lojas espalhadas por 18 Estados brasileiros e o Distrito Federal.

Esta iniciativa intermediária parece ficar a salvo das críticas do representante da Plastivida, por não “penalizar” o consumidor, e sim dar os descontos e incentivos simplesmente.

Ele só não criticou porque um número ínfimo de clientes conscientes aderem a este tipo de programa sem diminuir o fabuloso lucro das petroquímicas.

Iniciativas como esta, de dar desconto, cobrar pelas sacolas são imensamente bem vindas, mas sabemos que a única solução é banir definitivamente estas sacolas de uso único no varejo.

Fonte – Folha online de 16 de março de 2010

Foto – El Cargonista

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