Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Plástico oxi-biodegradável, a evolução do projeto
Todos evoluímos – exceto as petroquímicas -, aprendemos e evoluímos.
Da esquerda para a direita, a primeira sacola oxi-biodegradável foi verde, depois veio a branca.
As duas são utilizadas nos mercados para diferenciar a separação de lixo em casa, afinal, já é tradição a dona de casa utilizar as sacolas de supermercado como sacos de lixo – a verde para lixo reciclável e a branca para rejeito – e em agosto estamos iniciando o treinamento de caixas e empacotadores que irão orientar a dona de casa a fazer a reciclagem, que em Maringá está em 5%, quase nada.
Imagine os recursos naturais que estão sendo desperdiçados, renda – e consequentemente aumento populacional, pois quanto maior a renda menos filhos – sendo jogada no lixo porque a dona de casa tem preguiça de colocar duas sacolas na cozinha, para separar o lixo que pode ser reciclado.
Estou sim, culpando a dona de casa, mas culpo também o poder público, o primeiro setor.
Curitiba, capital do Paraná, já teve 19% do seu lixo reciclado, e segundo ouvi no dia 17, no dia da audiência pública, hoje só recicla 3%.
Só tem dois caminhos para a reciclagem, a educação constante, martelar a informação incessantemente ou então o peso da lei.
Maringá não tem nenhum nem outro.
Esta semana ligaram aqui reclamando de um bairro que há mais de um mês não vê o caminhão que recolhe recicláveis.
A prefeitura comprou para as cooperativas 3 caminhões, pretende comprar mais 2 e esse povo não está querendo trabalhar.
Isso é um absurdo, a dona de casa faz o que é mais difícil – mais difícil de ensinar – e os catadores que dependem da boa vontade da dona de casa separar o material reciclável, tiram sua renda desta atitude não aparecem para recolher o material.
Isso é uma vergonha.
Está na hora de cobrar alguma coisa dos catadores, chega de dar – antes tinham que empurrar o carrinho, agora tem o caminhão – e obrigá-los a fazer seu trabalho.
Já ouvi dizer que eles não gostam de descer do caminhão, que tem vergonha da profissão, que não gostam de conversar com a dona de casa.
Caramba, o que é isto? Como é que alguém tem vergonha de um trabalho que lhes dá sustento?
E olhe que todo o dinheiro para as cooperativas de catadores, caminhões, combustíveis, vem do nosso dinheiro através dos impostos.
Será que é só dar tudo para os excluídos, será que eles só tem direitos? E cadê as obrigações?
Voltando ao assunto …
Em abril, um passarinho muito poderoso do simpep – sindicato da indústria do material plástico do Paraná – admitiu que quando eles dizem que o plástico oxi-biodegradável tem metais pesados na verdade querem esconder que os metais pesados estão na pigmentação de qualquer plástico produzido no país, graças a ganância dos empresários que não querem gastar um pouco mais nos pigmentos sem metais pesados – sempre a ganância dos poderosos – mas que eles não se importavam porque o plástico convencional irá se biodegradar em até 500 anos e até lá eles não estariam mais aqui para serem responsabilizados e ter que limpar a sujeira que criaram.
Não sei se você sabe, mas para exportar plásticos para os estados unidos e comunidade europeia nossos fabricantes de plásticos tem que utilizar essas tintas não tóxicas, inclusive teve um fabricante que faz parte do simpep que teve que fazer mais de 15 testes antes de poder exportar seus plásticos.
Mas ele fez estes testes e exportou plásticos sem metais pesados.
O medo deles é que a população descubra o lixo tóxico que eles produzem aqui – produzem lixo para poder ter mais lucro e não o lucro justo – e por isso estão combatendo com unhas e dentes – e muita grana – o plástico oxi-biodegradável, porque eles estão sendo expostos, sua sujeira está vindo à tona e eles serão obrigados a ganhar o justo ao ter que produzir o correto.
Então, enquanto não conseguimos obrigá-los a utilizar as tintas sem metais pesados estamos incentivando o plástico sem pigmentação, por dois motivos, proteger o ambiente dos metais pesados – não do oxi-biodegradável, mas das tintas utilizadas no país – e depois para economia de recursos naturais
Afinal, porque colocar pigmentação em uma sacola que irá ser utilizada somente uma vez e depois descartada
Esta é a sacola que está no lado direito
Ela tem diversas funções, na feira por exemplo, as pessoas levam as compras em sacolas coloridas e depois colocam em sacos transparentes para poder ver o que tem dentro mais facilmente na geladeira.
Depois, irá nos auxiliar no PROJETO RECICLAGEM 100%, porque, como a dona de casa utiliza a sacola de compra como lidxo, fica mais fácil visualizar o conteúdo dentro da sacola na hora do recolhimento do lixo reciclável.
Isso, quando ouver lei para multar quem não reciclar – estamos vendo um excesso de individualismo, pessoas que não reciclam porque é um direito delas, prejudicando o coletivo, pessoas que dependem da reciclagem para obterem renda sendo prejudicadas, aterros sanitários tendo sua vida útil diminuida pelo tanto de material que poderia ser reciclado e está sendo depositado nestes aterros – será de grande ajuda, porque os lixeiros poderão visualizar facilmente quem não recicla.
Então, faça sua parte, exija que os supermercados, feiras, farmácias, videolocadoras, acougues, enfim, onde houver sacola, que esta seja transparente.
Ações como esta fazem a diferença na proteção ao planeta.
A solução para os problemas do planeta reside em sua casa, faça sua parte.
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