Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Plastifobia
“Proibições e ameaças” não é a resposta para a poluição do plástico, diz Michael Stephen, presidente da Associação de Plásticos Oxi-biodegradáveis (OPA), ao site inovação.
CircularOnLine – 21/08/2019
Leia mais sobre o plástico de vida útil programado aqui
A gestão de resíduos trata da coleta e processamento de resíduos de uma maneira que faça sentido econômico e ambiental. A indústria de gerenciamento de resíduos no mundo desenvolvido alcançou níveis de sofisticação, desconhecidos há 20 anos, e que continuam sendo apenas uma aspiração em muitas partes da África, Ásia e América Latina.
No entanto, o lixo plástico está sendo despejado para o meio ambiente em todo o mundo, do qual não pode ser coletado de forma realista para reciclagem, compostagem ou qualquer outra coisa. Isso está causando uma preocupação generalizada.
Por essa razão, o plástico se tornou uma espécie de bicho papão, e um frenesi de “plastifobia” está nos impedindo de ter uma conversa séria e baseada em evidências sobre o lugar apropriado desse material em nossas vidas. O plástico é, de fato, um material incrivelmente útil e versátil – que, no geral, nos permitiu levar uma vida mais segura, saudável e conectada.
O plástico ainda é a melhor maneira de prevenir o desperdício de comida e doenças, protegendo nossa alimentação e água da contaminação e danos, e é infinitamente muito melhor e mais barato que papel, papelão ou pano, especialmente quando molhado. O plástico também é leve e robusto e pode ser usado em locais que precisam de materiais mais pesados.
Sem plástico, mais combustíveis fósseis seriam usados no transporte e produção de alimentos e muitos outros produtos. Dada a utilidade do material, não é de admirar que mais de 330 milhões de toneladas sejam produzidas em todo o mundo a cada ano. Este número deve quintuplicar até 2050.
Motivado pela preocupação das pessoas, os governos passaram a tributar os produtos de plástico ou bani-los completamente, enquanto outros estão incentivando uma melhor gestão de resíduos e a reutilização, o redesenho das embalagens e a reciclagem de produtos de plástico.
Essas políticas reduzirão o problema da poluição plástica, mas não a resolverão. E, já que os plásticos são feitos de um subproduto do petróleo, a proibição teria pouco ou nenhum impacto na extração de hidrocarbonetos.
O aumento de impostos e as proibições do uso do plástico somente irá fazer este produto deixar de ser útil e barato para sociedade.
Poluição plástica
Os formuladores de políticas deveriam considerar todas as opções existentes e, mais importante, consultar cientistas e observar o devido processo antes de promulgar regulamentação pesada ou leis.
Isto é particularmente verdadeiro no caso de tecnologias como os plásticos oxibiodegradáveis (OBP), que são especificamente projetados para resolver o problema da poluição plástica nos oceanos e particularmente dos microplásticos causados pela degradação de plásticos comuns no ambiente aberto.
O OBP torna-se biodegradável em qualquer lugar no ambiente aberto pelo menos dez vezes mais rápido que o plástico comum no mesmo local, e pode ser reciclado se for coletado durante sua vida útil se fizer sentido econômico e ambientalmente fazê-lo.
Não há problema em mandar os produtos OBP para aterros, porque eles foram projetados para não biodegradar lá – isso ocorre porque a biodegradação em condições anaeróbicas gera metano, um poderoso gás de efeito estufa.
Produtos de plástico comuns agora podem ser transformados para a OBP no momento da sua fabricação com o mesmo maquinário existente a um custo pequeno ou nenhum custo extra, usando tecnologia que a Associação de Plásticos oxi-biodegradável.
Uma revisão de todas as evidências científicas relacionadas ao OBP foi recentemente feita por um ex-juiz adjunto do Supremo Tribunal da Inglaterra.
O OBP é produzido pela mistura de um pacote projetado de catalisadores e estabilizadores com um polímero normal (geralmente PE, PP ou PS) na fábrica no estágio de extrusão. Os estabilizadores controlam a vida útil, e o catalisador acelera a oxidação que desmantela a estrutura molecular do plástico no final de sua vida útil e permite a decomposição natural se entrar no ambiente aberto como lixo (o que geralmente ocorre todos os dias) .
Mais importante, quando se trata de OBP, degradação não significa apenas quebra em fragmentos de plástico. Como explica Ignacy Jakubowicz, professor do Instituto de Pesquisa da Suécia e um dos maiores especialistas do mundo em polímeros degradáveis, quando os OBPs quebram completamente a estrutura molecular, com moléculas de hidrocarbonetos se transformando em moléculas contendo oxigênio que podem ser assimiladas de volta ao meio ambiente por micro-organismos naturais.
O OBP é testado de acordo com os padrões internacionais (como o ASTM D6954), que são projetados para provar a degradação e a biodegradação, e fornecem a confirmação de que não há metais pesados ou eco-toxicidade. Esses requisitos foram satisfeitos por todos os membros da OPA.
O OBP não se destina a substituir a gestão de resíduos, mas é projetado para lidar com as consequências da falha na coleta de lixo na superfície da terra ou da água. Seria melhor pensar nela como uma apólice de seguro – e que é extremamente necessária.
Apesar dos melhores esforços de legisladores e Ongs, milhares de toneladas de resíduos plásticos ainda estão sendo jogados no ambiente, e é essa parte do resíduo plástico que a maioria dos governos do mundo não tem solução.
No entanto, vários países, incluindo Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Bolívia, Jordânia, Togo e alguns dos Estados do Paquistão, tornaram o OBP obrigatório para uma ampla gama de produtos de plástico.
Foi uma surpresa, então, que em dezembro de 2017 a Comissão Europeia instruiu a Agência Europeia de Substâncias Químicas (ECHA) a investigar os plásticos “oxidegradáveis” porque a Comissão pensou que eles criariam microplásticos. Em outubro de 2018 (dez meses no estudo), a ECHA informou que não estavam convencidos de que os microplásticos foram formados.
Contudo, numa manobra sem precedentes e altamente preocupante, a UE encerrou a investigação da ECHA antes da sua conclusão e apresentou uma potencialmente proibição, sem uma base científica adequada.
Uma das principais causas de preocupação é que eles escaparam de todas as salvaguardas fornecidas pela Arts. 68-73 do Regulamento REACH, e se isso for permitido, estabelece um precedente muito perigoso.
O mundo não precisa de mais proibições ou regulamentos infundados – certamente não aqueles que encerram o diálogo e a inovação científica em nome da conveniência política ou comercial.
Ao contrário, ele precisa de uma abordagem que coloque as evidências de volta no centro do debate e aproveite as tecnologias inovadoras para garantir que possamos aproveitar ao máximo um material barato e versátil, sem causar um impacto prejudicial ao meio ambiente.
Nota da FUNVERDE:
A FUNVERDE não só apoia a tecnologia d2w® dos plásticos recicláveis e biodegradáveis, como também permite a impressão de sua logomarca nos plásticos legitimamente produzidos com d2w® da RES Brasil
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