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Poços artesianos não são os únicos responsáveis pela baixa vazão do lago do Parque do Ingá

Nos últimos anos, o lago do Parque do Ingá vem sofrendo com a queda no nível das águas.

Em 2021, a Prefeitura de Maringá assinou um convênio com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Fadec) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que desde então vem realizando um estudo para levantar as possíveis causas e também soluções para o manejo de águas pluviais da unidade de conservação.

O estudo foi dividido em três etapas.

A primeira foi concluída em fevereiro deste ano.

A segunda teve seu relatório final entregue nessa segunda-feira, 6 de junho de 2022, e a terceira deverá ser finalizada no dia 20 de setembro de 2022.

Nesta terça-feira, 7, no auditório Hélio Moreira, o corpo técnico da Fadec realizou uma apresentação pública dos resultados obtidos na fase 1 do estudo.

A pesquisa analisou dados sobre o Parque e a formação urbana do entorno desde a década de 1980 e elencou alguns fatores que contribuíram para a queda no nível das águas.

A perfuração de poços artesianos no entorno da região tiveram contribuição para o problema mas, diferente do que era apontado, não é o principal fator.

Entre as questões apresentadas, estão a impermeabilização do solo na região e o desvio da água da chuva que era lançada no lago com a construção de dois canais, que cortam o Parque do Ingá, como explica a professora do departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenadora da pesquisa, Cristhiane Okawa.

“Na verdade nessa região, a gente encontra os alagamentos frequentes e dentro do parque a gente encontra o rebaixamento do nível da água do lago. […] Nós estimamos pelo menos 4 ou 5 fatores que interferiram, ao longo do tempo para que o nível do lago baixasse dessa forma”, disse Cristhiane.

O estudo também apresenta sugestões de soluções de médio e longo prazo. Uma delas é a perfuração de poços de infiltração (sumidouros) no entorno do parque.

“Nós apresentamos uma solução de curto prazo, que seria pegar a água da chuva que vem pela galeria de águas pluviais […] e desviar parte da água para dentro do lago, isso seria uma medida de custo prazo. E uma medida de médio a longo prazo, nosso estudos mostraram que uma das possibilidades é perfurar poços de infiltração que tentassem fazer com que nós retornássemos à época em que não havia a impermeabilização do solo”, disse a coordenadora.

Segundo a diretora-presidente do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), Juliane Kherkoff, os resultados obtidos pela UEM estão dentro do que era esperado.

Após a finalização do estudo, as soluções poderão virar ações concretas.

“A gente está bem satisfeito, bem felizes com os resultados, por que […] vai atingir o que a gente busca,” disse Juliane.

 

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