Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Poluição do ar mata 6,5 milhões por ano — ou uma Dinamarca
Poluição em Pequim, na China: o ar limpo é um direito humano básico que a maioria da população mundial não tem.
A cada ano, cerca de 6,5 milhões de pessoas — mais do que toda a população da Dinamarca — morrem por problemas associados à poluição do ar no mundo, um número que deverá aumentar significativamente nas próximas décadas, a menos que o setor da energia se mobilize para reduzir as suas emissões.
O dado é de um relatório especial da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado hoje, que destaca as ligações entre energia, poluição do ar e saúde, e identifica as contribuições que o setor de energia pode fazer para conter a má qualidade do ar — a quarta maior ameaça à saúde humana, depois de pressão arterial elevada, dietas deficientes e tabagismo.
Segundo o estudo, a produção e utilização de energia são as mais importantes fontes artificiais de emissões dos principais poluentes atmosféricos: 85% de material particulado (as nocivas PM10 e PM2,5) e quase todos os óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio.
Todos os anos, milhões de toneladas destes poluentes são liberadas na atmosfera a partir de fábricas, usinas de energia, carros, caminhões, bem como da casa de 2,7 bilhões de pessoas que ainda queimam madeira, carvão vegetal e outros tipos de biomassa poluidoras para cozinhar seus alimentos.
“O ar puro é um direito humano básico que a maioria da população mundial não tem”, disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. “Nenhum país, rico ou pobre, pode afirmar que a tarefa de combater a poluição do ar está completa. Os governos precisam agir e precisam agir agora”, defende.
É tudo uma questão de escolha política e investimento no lugar certo, diz o texto. Para se ter uma ideia, o estudo estima que políticas energéticas apoiadas por um aumento de apenas 7% do investimento total de energia em tecnologias limpas até 2040 poderia reduzir as mortes prematuras pela poluição do ar exterior pela metade em relação às taxas atuais.
Fonte – Vanessa Barbosa, Exame de 27 de junho de 2016
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