População maior e pessoas maiores exigirão mais alimentos até 2100

O estudo , publicado no PLOS ONE, analisou como as necessidades calóricas poderiam mudar até o ano de 2100, com base no crescimento populacional e na tendência contínua das pessoas se tornarem mais altas e mais pesadas. Os autores estimam um aumento total de 80% até o final do século, dos quais 60% são devido ao crescimento da população mundial e o restante é devido às maiores necessidades calóricas de seres humanos com estaturas maiores.

Estudos anteriores demonstraram como o crescimento populacional e o aumento da renda per capta aumentarão a demanda global por alimentos, mas este é o primeiro estudo a buscar o efeito potencial do aumento da estatura do humano e do IMC (índice de massa corporal). Os autores basearam suas projeções no aumento registrado na altura média do povo holandês e no IMC médio dos mexicanos.

A ÁFRICA É A MAIS ATINGIDA

Embora seja muito menor do que o aumento impulsionado apenas pelo crescimento da população, o aumento estimado de 20% na demanda de alimentos atribuível ao aumento da estatura dos seres humanos, equivale a mais do que os requisitos de calorias combinados da Índia e da Nigéria no ano de 2010. O maior aumento é esperado para Países da África saariana, que já têm necessidades alimentares crescentes devido ao rápido crescimento da população. O IMC elevado e a obesidade são mais comuns nos países ricos, mas estão aumentando rapidamente nos países em desenvolvimento devido à sua urbanização e ao acesso a alimentos mais baratos, densos em calorias e pobres nutricionalmente.

SOLUÇÕES

Os autores sugerem uma mudança global, pedindo para as pessoas ficarem longe de alimentos que geram o sobrepeso e a obesidade. Segundo o relatório-chave da Comissão EAT-Lancet, o simples aumento da produção de alimentos para atender à demanda futura causaria danos ambientais irreversíveis. Devemos implementar mudanças profundas nos sistemas e produção agrícola para poder suprir nossa crescente população sem destruir a natureza. O relatório apontou que alimentar o mundo de forma sustentável é possível para até 10 bilhões de pessoas, mas torna-se “cada vez mais improvável” além desse limite. Os dados mais recentes da população da ONU prevê 10,9 bilhões de pessoas até 2100.

Esforços positivos para acabar com o crescimento da população, incluindo a igualdade global de gênero e o acesso universal à educação e planejamento familiar, são cruciais para acabar com a fome e proteger as pessoas e a natureza.

Original